Filmes de janeiro, parte II

MAIS ALGUMAS PELÍCULAS a que assisti em DVD ou no cinema nas últimas semanas, com cotações de 1 a 5 asteriscos:



A Bruxa de Blair
(1999), de Daniel Myrick & Eduardo Sánchez ****
A história é fictícia, mas a tensão entre os atores é real e transparece na tela. Continua inovador mesmo nove anos depois, com seu clima e suas câmeras caseiras inspirando filhotes. Cloverfield tá aí pra provar.



A Dama e o Vagabundo
(1955), de Clyde Geromini, Wilfred Jackson & Hamilton Luske ****
Competente animação dos estúdios Disney lá dos anos 50, com personagens carismáticos e a clássica cena do espaguete. O DVD ainda traz um making of bem completo, mostrando os velhotos que animaram o filme e os cachorros reais que inspiraram os desenhos.



Highlander, o Guerreiro Imortal
(1986), de Russell Mulcahy *
Eu não lembrava o quanto Highlander era ruim. O tema da imortalidade, que é cheio de possibilidades e poderia ser explorado, dá lugar à trama besta das cabeças cortadas. Sean Connery entrega a pior atuação de sua carreira, pra não falar no Christopher Lambert, que já é canastrão sempre. Nem a trilha do Queen segura o desastre.



Os 12 Macacos
(1995), de Terry Gilliam ****
Um Bruce Willis do futuro e um Brad Pitt malucão compõem essa ficção-científica criativa, cheia de viagens no tempo e roteiro bem amarrado.



Mad Max
(1979), de George Miller **1/2
Me decepcionei. O filme é bonito, tem direção de arte e fotografia interessantes, ângulos diferentes e algumas partes divertidas, como a cena final. Mas sabe quando o filme é, por assim dizer, vazio? Sem falar que a sinopse na caixinha do DVD contava a história inteira. Sacanagem…



O Planeta dos Macacos
(1968), de Franklin J. Schaffner ****1/2
A macacada não faz feio nesse filme sessentista com boas atuações, bom roteiro e um final que todo mundo já conhece, mas ainda impressiona. Gosto muito de filmes onde a humanidade acaba, e este é um dos melhores espécimes.

Irreversível (2002), de Gaspar Noé ****
Taí um filme chocante, no sentido literal da expressão. Narrado ao contrário, com planos-seqüências invejáveis e uma realidade sem filtros, Irreversível não é um filme pra todo mundo e pode traumatizar os desavisados. Vá preparado que vale a pena.

Munique (2005), de Steven Spielberg ****
Tio Steve acerta a mão mais uma vez com este drama de ação longo, mas nunca desinteressante, que mistura fatos históricos com suposições e funciona tanto para gerar discussões quanto como entretenimento dos bons.

Wallace & Gromit – A Batalha dos Vegetais (2005), de Nick Park & Steve Box ****
Divertido, bem feito e cheio daqueles detalhes que dão mais graça às animações. Em tempos de 3D, o stop-motion ainda tem seu lugar, basta saber usá-lo.

Eu Sou a Lenda (2007), de Francis Lawrence ***1/2
Olha o tema do fim da humanidade aí de novo. Will Smith é o último homem da Terra numa Nova York destruída, deserta e entregue ao azar. Embora os zumbis decepcionem um pouco e a personagem de Alice Braga seja bem deslocada, coitada, o Will Smith carrega o filme nas costas e faz valer o ingresso. Sem esquecer, claro, da impressionante atuação da cadela Sam.

Desejo e Reparação (2007), de Joe Wright ****
O que parece ser um filme tradicional, com boas atuações e desfecho meio batido, muda de cara totalmente nos minutos finais e faz você sair do cinema revendo mentalmente a história inteira. Destaque também para o excelente plano-seqüência na praia e a criativa trilha sonora, que inclusive passa a fazer mais sentido quando o filme acaba.