Homem Aranha 2

(Spider Man 2) De Sam Raimi. Com: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, Alfred Molina, James Franco, J.K. Simmons, Rosemary Harris, Donna Murphy, Daniel Gillies, Dylan Baker, Bill Nunn, Willem Dafoe, Cliff Robertson, Ted Raimi, Bruce Campbell.
A idéia de um filme sobre o Homem Aranha sempre me soou estranha. Imaginar um ator vestindo aquele uniforme colado, vermelho, que saísse por aí pulando e se agarrando em paredes não me parecia possível. O responsável pela produção seria Sam Raimi, diretor conhecido pelo público amante de filmes de terror trash desde que dirigiu A Morte do Demônio, e que conseguiu certo respeito depois de dirigir o ótimo Um Plano Simples. Mas o que o credenciaria para tal função? A resposta veio depois do lançamento do filme em 2002, que depois de um enorme sucesso de público (e de aceitação pela crítica) garantiu que uma franquia se iniciasse.

Já com certa credibilidade, Sam Raimi retorna ao projeto, e entrega o que é pra mim um dos melhores filmes de super herói de todos os tempos (The Dark Knight não conta). Divertido, bem feito, ótima história, ótimas cenas de ação, efeitos espetaculares e ainda uma pitada de drama pessoal do cabeça de teia interpretado por Tobey Maguire.
A história todos conhecem: Peter Parker começa a passar por sérios problemas na sua vida pessoal (a mulher que ama vai se casar com outro homem; sua tia vai ser em breve despejada; ele não consegue pagar suas contas) que acabam afetando no uso dos seus poderes. Quando decide de fato abandonar a identidade do Homem Aranha para se dedicar ao trabalho e aos estudos vê que mesmo um super herói precisa de férias. Mas o dever o chama quando um cientista fica louco cria uma máquina que “dá pau”, fazendo com que ele seja controlado por braçso mecânicos megalomaníacos. Paralelamente a isso, seu melhor amigo quer ver o Homem Aranha à sete palmos da terra a todo custo, já que acredita que ele seja o responsável pela morte de seu pai. E tudo isso é contado de uma forma nada superficial (só esse enredo inicial comprova que os roteiristas não se contentaram em simplesmente repetir a história mudando apenas os vilões, e isso é uma alusão aos primeiros Batman’s) e sempre convincente.
O que vemos em cena é uma tentativa bem sucedida de tornar aquele personagem o mais humano possível, com todos os problemas que um jovem daquela idade teria. Nenhuma situação surge como pretexto para cenas de luta (um dos erros do terceiro filme). Mas estas quando acontecem não decepcionam. Nunca gratuitas (algo herdado do primeiro filme), e extremamente bem feitas (a cena da luta no prédio do banco e principalmente a do trem – putz!) todas dão o ritmo certo à trama, que alterna momentos de diálogos bem escritos e de tensão e ação desenfreada.
Ao fim do filme, quando mesmo depois de prometer amor eterno à bela Mary Jane, o Homem Aranha não se contém ao ouvir o som de uma sirene e sai pela janela afim de cumprir seu dever, a sensação que vem à mente é de que acabamos de ver um filme sensacional. Afinal de contas mesmo os filmes pipoca hollyoodianos podem nos surpreender. Basta ser bem feito!
Recomendo.
p.s.:O terceiro é decepcionante e deprimente de tão ruim, o jeito é esperar o quarto, prometido pra 2011…)

p.s.2: desculpem o atraso!