Jonah Hex

AINDA FICO NA DÚVIDA SE ENTENDI A BIRRA DAS PESSOAS COM JONAH HEX. Claro que é um filme bem aquém dos trabalhos realizados por Josh Brolin e Michael Fassbender, mas na média de algumas coisas atuais de John Malkovich, além de ser um dos melhores filmes com a participação de Megan Fox. Com um quarteto tão inusitado, a adaptação da HQ deveria render uma trama divertida, para dizer o mínimo. Provavelmente existem sérios problemas ao longo do filme (falarei de alguns), mas nada muito sério e que significasse um ódio profundo pelo resultado.

Jonah Hex (Brolin) é um soldado que é obrigado a ver a família sendo assassinada. Maluco beleza (só que não) da vida, ele passa a agir como um caçador de recompensas, matando todo mundo que cruzar o seu caminho ou mesmo dar uma olhada torta para a cicatriz medonha do seu rosto. Porém, o que restava de bom dentro dele é chamado de volta para salvar os Estados Unidos da destruição causada por um terrorista, que montou uma perigosa arma.

O maior problema de Jonah Hex talvez seja a trilha sonora. Como admirador confesso de rock n`roll, admito que as faixas possuem muita qualidade. Lembram até o trabalho de Maynard James Keenan (Tool e A Perfect Circle), por conta dos tempos malucos da bateria, mas sinceramente, usar uma ou outra faixa mais pesada seria eficiente, mas o tempo todo não ganha sustentabilidade e acaba causando certo estranhamento. Apesar de tudo, o trabalho da banda Mastodon merece aplausos.

A narração em off chega a incomodar em alguns momentos, especialmente por ter um caráter altamente descritivo e que é desnecessário. O espectador está vendo tudo que acontece na tela, mas entendo que talvez tenha sido uma tentativa do diretor e roteiristas de aproximarem o longa-metragem do universo dos quadrinhos, onde é comum saber o que o “herói” está pensando naquele momento x.

Fassbender prova seu talento interpretando até mesmo o capanga do vilão. Se geralmente esses personagens são mais insignificantes que o cocô do cavalo do bandido, a situação é invertida e podemos dizer sem medo de retaliações com cervejas quentes: “Fassbenga” rouba a cena. O que é bem interessante de perceber é o quanto os atores parecem se divertir em cena, exceto Fox, que nunca alcançou um patamar mais elevado em sua carreira. Pelo menos por enquanto. Brolin parece fazer um esforço incomum para não começar a rir do quanto tudo é absurdo, enquanto Malkovich simplesmente é John Malkovich.

Jonah Hex é uma produção injustiçada. Talvez um dia possa até mesmo a se enquadrar na categoria dos filmes subestimados, pois sua hora e meia passa voando. O espectador mais calejado poderá sentir certo desconforto durante as cenas de ação, em que os cortes acabam atrapalhando bem mais do que facilitando a compreensão do que acontece, mas estamos falando de um filme claramente sem pretensões de agradar aos críticos. Nada contra esses filmes “ousados”, mas o problema deste aqui é que nem o público parece ter gostado muito. Imaginem uma versão western de Constantine e terão uma ideia do que esperar em Jonah Hex.

Nota:[duas]