Morto, Mas Nem Tanto

Atenção: você agora está prestes a entrar no túnel do tempo do Cinema de Buteco e vai tentar se esforçar para lembrar a vinheta de abertura do Cinema em Casa do SBT. Tudo preparado? Pois foi com essa sensação que comecei a assistir Morto, Mas Nem Tanto (também conhecido como Sepultado Vivo). Dirigido por Frank Darabont (responsável por O Nevoeiro e pela recente série The Walking Dead) direto para a TV, o filme foi exibido diversas vezes na época da minha infância.

Imaginem só: o cara faz de tudo pela esposa, inclusive constrói uma casa. A maldita se envolve com um médico safado e juntos, planejam a morte do corno. Mas o chifre parece ter dado um pouco de vida extra para o sujeito, que consegue sobreviver e retorna do mundo dos “mortos” para se vingar. Meio óbvio que o diretor do filme iria fazer alguma coisa envolvendo zumbis cedo ou tarde.

Para quem estuda cinema e roteiro, esse é um bom exemplo de como se deve foder um filme inteiro. Nas sequências finais, o marido traído praticamente vira um mestre ninja da alvenaria e constrói um labirinto enorme em questão de horas (parece que 8h, de acordo com os próprios personagens). Não entendo nada de construções, mas acho que mesmo com uma equipe grande seria difícil criar algo tão complexo e grande em tão pouco tempo. E como se não bastasse, o sujeito ainda consegue ter força o suficiente para carregar um caixão com duas pessoas e colocar na traseira de sua caminhonete. Esse filme renderia um 10 Perguntas épico.

Mas nem tudo está perdido. Durante determinado momento do filme, quando o médico e a mulher estão aprisionados no porão por um psicopata desconhecido e por um cachorro raivoso, é dita a seguinte pérola: “Em cima nós temos o Jason e do lado de fora, o Cujo. Estamos com problemas”. Excelente senso de humor para compensar a bomba.

ps: Cujo é o nome de um filme sinistro com um cachorro São Bernardo (provavelmente o único que não se chama Beethoven)