O Alvo

Bem que a gente tenta dar uma chance para certos nomes de Hollywood. Quando eu era mais novo, era fácil ver qualidade em obras estreladas pelo Jean Claude Van-Damme. Era mais fácil ainda encontrar algo para elogiar nos filmes do John Woo. Mas depois de assistir O Alvo nessa última semana, especialmente para o Cinema de Buteco (ou você acha que eu iria parar para ver um filme desses só porque tive um lapso de ausência intelectual?), pude comprovar que nenhum dos dois artistas merecem tanto respeito. O diretor é um picareta que repetiu as mesmas cenas dessa sua primeira aventura em solos norte-americanos (na época, ele só havia dirigido filmes no Oriente) nas suas produções seguintes. Aquela parte que o Tom Cruise usa e abusa de uma motocicleta em Missão Impossível 2 nasceu em O Alvo; e o mesmo pode ser dito da sequência do espelho em A Outra Face.
Tentei lembrar o significado de algumas anotações (lições do mestre Villaça) que fiz enquanto me castigava com o Van Damme e seu cabelo de fazer inveja ao Steven Seagal, mas infelizmente não consegui decifrar a minha letra. Mas sinceramente? Quem é que se importa em ver um post sério e que faça uma séria análise do roteiro (?) e direção de O Alvo? Se for o seu caso, desculpe-me. E` praticamente impossível esperar alguma coisa séria desse filme, já que as cenas são muito podres (Van Damme consegue chutar e atirar ao mesmo tempo; na sequência em que ele ajuda a mocinha, dá certa dó do cara. Ele até tenta mostrar um pouco do sex-appeal que alguns miopes enxergam nele, mas o sotaque belga carregado torna tudo extremamente ridiculo) e não há nada que mereça ser mencionado. Infelizmente.
Porém uma coisa é digna: sempre que menciono O Albergue, lembro desse filmezinho ruim do Van Damme. O motivo? A história de O Alvo se parece muito com a que Eli “Urso Judeu” Roth inventou para a sua produção sanguinária. Imaginem que existam pessoas ricas o bastante para pagar por um entretenimento tão peculiar e que isso de fato, pode acontecer em certos lugares. Sei que para quem não gosta de O Albergue, fica muito difícil ver alguma qualidade no roteiro, mas é bem verdade que nós, humanos, somos capazes de muitas coisas crueis e assassinar outro humano é uma delas. Não existem limites para a “diversão” de algumas pessoas e de algum lugar o roteiro de O Alvo ou de O Albergue devem ter saído. Ou será que esses diretores são tão psicóticos assim?