Os Homens Que Não Amavam as Mulheres

A adaptação sueca dos livros de Stieg Larsson talvez não mostre exatamente a força desse fenômeno literário. Curioso dizer que Larsson morreu aos 50 anos de idade, vítima de um infarto fulminante, e que não viveu o suficiente para ver o sucesso de sua trilogia. A trilogia Millennium (como também é conhecida) rendeu Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, A Menina Que Brincava Com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar. Dizem que existem mais de 400 páginas de manuscritos para a sequência da trilogia, mas que dificilmente terão o mesmo impacto ou qualidade do material original.
Apesar de não surpreender ou prender a atenção durante cada minuto, Os Homens Que Não Amavam as Mulheres consegue agradar bastante com as suas várias reviravoltas. É a prova de que um roteiro baseado em uma obra forte como a de Larsson, acaba conseguindo se sair bem mesmo em um filme meio paradão e que depende demais das excelentes atuações da dupla de protagonistas. A exótica Lisbeth Salander ganha vida no corpo de Noomi Rapace, que virou uma celebridade na Suécia.
A história do filme é pesada. Um jornalista é sentenciado a ficar preso depois de acusar um grande empresário de lavagem de dinheiro. Enquanto aguarda para começar a cumprir sua pena, é convidado por um velho milionário a investigar o desaparecimento de sua sobrinha ocorrido há muitos anos. Ele então mergulha em uma viagem ao passado e descobre uma estranha conexão entre vários assassinatos com aquele que foi contratado para investigar. O problema é que a própria família da vítima parece estar envolvida no mistério.
Larsson era um jornalista investigativo e usou e abusou da realidade ao criar seu texto. Durante a história são relatadas várias situações de violência contra as mulheres (daí o título). E para aumentar o peso, os vilões são nazistas e perseguem apenas mulheres com alguma ligação com os judeus. Ou seja, muito pano para a manga.
Como não podia deixar de ser, os estúdios norte-americanos já preparam a versão “americanizada” da coisa e chamaram ninguém menos que David Fincher para a direção. O diretor já fez muita coisa boa, e no final do ano chega o tão falado filme sobre o Facebook, então as expectativas são as melhores. Daniel Craig já foi escalado como o personagem principal e em breve os outros nomes vão ser divulgados. A previsão de estreia é para o ano que vem.
São três caipirinhas.