Sobre o Oscar 2009

os premiados do ano comemoram com seus carecas dourados

Estava eu pensando com meus botões sobre o Oscar desse ano. Sobre as suas indicações, mais especificamente. Não que eu acredite naquela visão da Academia como manipuladora e tendenciosa. Sabe-se que quando criada, sua finalidade era premiar e promover o star system hollywoodiano, e isso não mudaria com o passar do tempo. O que não é de forma alguma condenável, já que Cannes por exemplo, embora premie filmes mais alternativos, ou os chamados “filmes de arte”, ainda sim toma uma posição, mesmo que contra os filmes dos grandes estúdios. Ou seja: indepentente da vertente que premia, toda premiação tem uma espécie de finalidade que não deixa de ser uma escolha que exclui tantas outras…

Mas o que eu estava pensando mesmo, é no conjunto das obras incluídas na premiação: em sua maioria filmes super bem produzidos, que contam história nada épicas (nada parecido com …E o vento levou, ou o mais recente Titanic), grandes estrelas, e principalmente, o que mais me chamou a atenção foi a presença de diretores até então, “novatos”. Explico: todos eles (com exceção do água com açúcar Ron Howard), embora tenham realizado já pequenos grandes clássicos do cinema (Daldry dirigiu o belíssimo As Horas, Boyle começou com o nada convencional Trainspotting, Aronofsky com seu Réquiem para um Sonho e Pi, e Gus nem precisa falar né?), ainda não tinham sido indicados, ou pelo menos premiados, ou melhor ainda, AINDA NÃO TINHAM RECEBIDO O AVAL DA ACADEMIA.

É como se Holywood estivesse precisando de novos gênios do cinema, uma nova safra de diretores, que já estivessem prontos para substituir os velhos mestres, quando estes, inevitavelmente se forem (afinal Scorcese, Clint, Coppola não vão durar para sempre, assim como Antonioni e Bergman se foram em 2007).

Se em 2000 e 2001 havia a necessidade de tornar Ridley Scott e Ron Howard diretores oscarizados, e em 2006 e 2007 foi o ano da redenção com a premiação de Scorcese e dos Cohen, 2009 parece ser o ano da nova geração do cinema, aquela que precisa se constiuir enquanto tal. E se bons filmes ficaram de fora da indicação máxima (torno a dizer que Dúvida, Wall.E e Cavaleiro das Trevas estão entre os melhores filmes no ano passado na minha opinião), não será de se espantar se por seu próximo projeto, John Patrick Shanley receba uma indicação, já que a academia lhe ficou devendo uma esse ano…
Sobre a festa eu queria falar só algumas coisas (já que vi poucas partes no you tube apenas): Os números musicais de Hugh Jackman foram sensacionais; o discurso da (linda, loira, perfeita e espetacular) Kate Winslet foi emocionante mesmo, assim como o comentário das atrizes anteriormente premiadas sobre as performances das indicadas desse ano; a supresa de Penn nem foi supresa vai… o cara foi bem demais em Milk, e mostra que pode fazer qualquer papel… E a homenagem a Heath Ledger também ficará na história…

É isso! Pode ser viagem minha, mas foi essa a impressão que tive do Oscar desse ano. Pena que não pude assistir (os números musicais e os vestidos das celebridades são as melhores partes da festa pra mim! :P). Culpa da Globo e de outros fatores que não vale a pena falar. E aguardem ná próxima edição, por que tem mais um Oscar que a Academia provavelmente vai entregar só por que já passou da hora de um certo diretor inglório e bastardo ganhar alguma coisa (além do Roteiro Original de Pulp Fiction claro!).
Precipitado eu? rsrs Vale uma caipirinha hein?