X-Men Origens: Wolverine

ORIGENS WOLVERINE

FELIZMENTE O TEMPO PASSA E AS COISAS MUDAM. X-Men Origens: Wolverine é uma completa porcaria e perda de tempo. Não existem justificativas para defender o longa-metragem que tentou mostrar a origem do Wolverine (Hugh Jackman). Em 2009, quando vi a versão inacabada que caiu na internet, fiquei tão empolgado de ver um filme do Wolverine que ignorei os defeitos e problemas do roteiro e ainda tentei me convencer que tudo ficaria melhor depois do devido tratamento com os efeitos especiais finais. Sinceramente, a versão final é tão horrorosa quanto a inacabada. Ou seja, ignore o texto original que publiquei em 2009.

Wolverine é apresentado desde a sua época de infância como um jovem amaldiçoado. Ele mata o seu pai por acidente e passa a viver ao lado do meio-irmão psicopata Dentes de Sabre. A dupla atravessa o país e vive diversas situações de conflito, como a Segunda Guerra Mundial, Guerra do Vietnã, dentre outros eventos. O Coronel Stryker reaparece, como não podia deixar de ser, e é o principal responsável pelo sofrimento e amnésia de Wolverine. Tudo isso no papel soa uma verdadeira maravilha. Praticamente impossível de dar errado, certo? Mas a verdade é que os produtores conseguiram estragar a origem de um personagem incrível (daí levanto uma questão pertinente: qual a necessidade de sabermos a origem do Wolverine afinal de contas?) e jogaram as informações de qualquer jeito, com direito até a incluir um romance bobo para preencher a cota dos apaixonados.

Gambit, que até hoje permanece deixado de lado no universo do X-Men, ganha uma versão pouco marrenta. Entendo que adaptações nem sempre correspondem às nossas expectativas, mas custava deixar o cara com a personalidade original? Talvez seja culpa do Taylor Kitsch, especialista em afundar todos os filmes em que atua. O personagem tem pouco tempo em cena e é apenas um coadjuvante qualquer com uma função bem definida no roteiro, o que só diminui o cara ainda mais. Triste. Poderia reclamar do Deadpool, mas desconheço o personagem nos quadrinhos e seria inadequado falar disso. No entanto, é curioso apontar que as duas batalhas finais dos filmes exclusivos do Wolverine incluem adversários que também se apoiam na força do adamantium. Falta de criatividade ou coincidência?

O Dentes de Sabre de X-Men Origens não é o Dentes de Sabre de X-Men. Simplesmente é impossível se tratar do mesmo cara. No texto excitado de garoto de 15 anos criei uma teoria para explicar a mudança de comportamento, mas ainda assim é difícil forçar a barra para tentar manter uma harmonia entre os dois filmes. Liev Schreiber destrói na interpretação, enquanto Tyler Mane (em X-Men) se limita a rugir. E todo o drama envolvendo Wolverine e seu inimigo mortal é praticamente ignorado em X-Men, exceto pelo momento em que Dentes de Sabre pega a medalha do seu irmão como se fosse um troféu. Ainda assim, como explicar o fato do Dentes de Sabre de X-Men ser um animal burro? O que houve com a inteligência de 15 anos antes?

E por último, irei poupar o quanto a direção/roteiro são horríveis, os efeitos especiais foram cagados por alguém. Nenhum técnico passando bem de saúde faria aquilo. Claramente percebemos como os efeitos foram produzidos porcamente, chegando ao cúmulo da sequência final se passar num cenário de tela verde e qualquer espectador mais atento conseguir perceber isso. Sério que nunca vi tanto descuido em cima de uma obra baseada em HQ’s. É como se quisessem afundar o Wolverine no mesmo esquecimento que Batman ficou após Batman e Robin, de Joel Schumacher.

Com todas essas novas colocações encerro a contra-argumentação da resenha adolescente feita logo abaixo. X-Men Origens: Wolverine é o pior filme de herói da Marvel. Até o Demolidor, com o Ben Affleck, consegue ser melhor. De verdade. Não estou brincando.

Nota:[um]