Melhores Filmes Românticos de Todos os Tempos

51 Melhores Filmes Românticos de Todos os Tempos (da última semana)

Reunir a galera e escolher os 51 Melhores Filmes Românticos de Todos os Tempos não poderia ser uma tarefa fácil, mas com certeza foi muito inspirador, e a equipe do Cinema de Buteco mandou muito bem. Todo mundo sabe que o amor é um sentimento absurdamente complexo. Sendo assim, explorá-lo a fim de contar belas histórias é uma ação muito sábia, mas exige talento para mostrar toda a complexidade do sentimento.

Alguns amores nascem do primeiro contato entre duas pessoas, outros levam anos para acontecer, mas o que importa é a capacidade do sentimento em mudar cada um de nós.

Venha se apaixonar com os 51 melhores filmes românticos de todos os tempos

Textos por  Graciela Paciência, Jairo Borges, Juliana Uemoto, Larissa Padron, Tullio Dias, Marcelo Seabra, Marcus Celestino, Leonardo Lopes Carnelos e Lucas Paio.

51- Acossado (À bout de souffle, Jean-Luc Godard, 1960)

Quando falamos sobre Acossado não existe uma abordagem sutil. Uma obra icônica, que nos ofereceu uma alternativa e um novo olhar sobre o que é fazer cinema, e instituiu vários modismos que veríamos nas telonas, e fora delas, dali pra frente. Porém, mais do que um tiro certeiro no escuro de Godard, o filme conta com uma química extraordinária emanada por Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg que construíram empiricamente, fronte à uma câmera cinematográfica, o que conhecemos hoje como O Amor Bandido.

Michel não mede as consequências de seus atos quando mata um policial à caminho de Paris, após roubar o carro de um militar em Marselha. Essa leviandade de seus atos só é conscientizada em tela, devido aos seus exacerbados diálogos com Patrícia, uma jornalista americana a qual ele tenta convencer a envolver-se com ele. A tão sonhada adição de camadas na mocinha que se apaixona pelo bandido, aliada a uma representação blasé do cotidiano delinquente do mesmo, romantizaram para sempre a vida bandida nas telonas e deram cara a uma juventude que apregoou por uma década o amor até as suas últimas consequências. (Jairo Borges)


50- O Artista (The Artist, Michel Hazanavicius, 2011) Antes de mais nada, um filme fantástico. Dito isso, pode ser mencionado o fato de O Artista ser em preto e branco e praticamente mudo, o que não o coloca em posição inferior a outras obras. Pelo contrário. Sem poder usar muitos artifícios, o filme se concentra no básico: uma história cativante, ótimos atores, excelente uso do cenário e dos tons de cinza e uma homenagem a um período mágico do cinema. Um charme como não se vê com frequência, e que não se esquece facilmente.

O longa franco-belga nos apresenta a George Valentin (Jean Dujardin, vencedor do Oscar e do Globo de Ouro), o maior ator do principal estúdio em atividade em Hollywood nos idos de 1927. Uma espécie de mistura de Rodolfo Valentino (como o sobrenome sugere) e Clark Gable, ele aproveita a fama e se adequa perfeitamente às obrigações de uma figura pública. Após a exibição de seu mais novo sucesso, ele ganha um singelo beijo de uma fã, Peppy Miller (Bérénice Bejo), que procura bicos como figurante. Com a exposição na mídia, ela acaba ganhando mais espaço em uma cena com Valentin. É nesse momento que o som chega e os separa: é a deixa para sangue novo aparecer e enterrar aquele passado mudo, marcando uma nova era. As referências ao clássico Cantando na Chuva são claras, mas o filme não depende delas para brilhar. (Marcelo Seabra, do site O Pipoqueiro)


49. Black Rain – A Coragem de Uma Raça (Kuroi Ame, Shohei Imamura, 1989)

O polivalente e talentosíssimo Shohei Imamura é mais conhecido por clássicos como A Balada de Narayama e A Enguia – obras que lhe renderam duas Palmas de Ouro, em Cannes. No entanto, em Black Rain – A Coragem de Uma Raça podemos ver todo o potencial do cineasta japonês.

Duas características das obras de Imamura estão presentes com muita pungência em Kuroi Ame: as críticas sociais às convenções nipônicas e a visceralidade com que o diretor engolfa suas películas.

Ao retratar o Japão pós-guerra e o preconceito sofrido pelos hibakusha (os sobreviventes dos ataques em Hiroshima e Nagasaki), o realizador coloca no centro a jornada de Yasuko em busca de um marido. Como foi acometida pela cinza nuclear, a moça não consegue pretendentes, mas desenvolve um relacionamento afetivo com Yuichi, andarilho que sofre de transtorno de estresse pós-traumático em decorrência da Guerra. Tudo isso permeado pelo primor técnico ímpar das obras de Imamura, com destaque para a edição de Hajime Okayasu, colaborador de longa data do realizador, e a trilha sonora composta por Toru Takemitsu – que também trabalhou com Akira Kurosawa e Hiroshi Teshigahara. (Marcus Celestino)


48- Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (Daniel Ribeiro, 2014) Em 2010, o diretor e roteirista Daniel Ribeiro lançou Eu Não Quero Voltar Sozinho, um curta-metragem que fazia parte de um programa de exibições em escolas para a discussão de temas importantes e polêmicos, o Cine Educação. Depois de muito tempo levantando verba, ele conseguiu criar a versão em longa-metragem, que parte do mesmo universo e personagens. Sem perder a simpatia e a simplicidade, o filme não se presta apenas a esticar as ideias, ele permite a Ribeiro criar mais e desenvolver melhor as situações. Como os bons filmes que retratam a adolescência, Hoje Eu Quero Sair Sozinho não se preocupa em criar tensões bobas, dramalhões desnecessários ou mesmo vilões, como pais incompreensivos ou colegas desmedidamente maus. A sensibilidade está em extrair o melhor do dia a dia deles, que não passam de jovens normais, com problemas e dúvidas normais. Os diálogos são naturais, as relações entre eles crescem gradativamente, há um cuidado de dar profundidade aos envolvidos.

Os mesmos atores do curta protagonizam o longa, apenas um pouco mais velhos. Ghilherme Lobo é Leonardo, um adolescente cego que passa pelos mesmos apuros que todo menino nessa idade. Sua melhor amiga, Giovana (Tess Amorim), está sempre perto para dar apoio e até guiá-lo, o que diminui um pouco a preocupação dos pais, excessivamente zelosos devido à deficiência do filho. A relação dos dois é estremecida com a chegada de um terceiro elemento, Gabriel (Fábio Audi), que logo se enturma com a dupla e passa a atrair mais a atenção de Leo, deixando Giovana um pouco de lado. A química entre os três atores é tal que acreditamos facilmente naquela dinâmica. E assusta ver Lobo dando entrevistas para a TV e perceber que ele não é de fato cego, tamanha é a sua competência na composição do personagem. (Marcelo Seabra, do site O Pipoqueiro)


47- Feitiço do Tempo (Groundhog Day, Harold Ramis, 1993) Comédia e ficção-científica talvez sejam os elementos principais dessa deliciosa produção dos anos 90, que fala sobre um carinha babaca que começa a reviver sempre o mesmo dia e precisa aprender a ser uma pessoa mais humilde.

Estrelado por Bill Murray, Feitiço do Tempo merece figurar em nossa lista de melhores filmes de romance de todos os tempos por vários motivos. Ao transformar o amor em um detalhe crucial para o desenvolvimento da narrativa e amadurecimento de seu protagonista, o roteiro conquista e emociona o seu público, ao mesmo tempo em que nos diverte com cenas hilárias. Belo exemplar de história que fala sobre otimismo e a força que uma paixão pode ter para transformar a vida de uma pessoa.

Caso tenha gostado e queira ouvir mais comentários sobre Feitiço do Tempo, acesse nossa edição especial do podcast Shot! dedicado para esse clássico. Ouça aqui! (Tullio Dias)


46- Ruby Sparks – A Namorada Perfeita (Ruby Sparks, Jonathan Dayton, Valerie Faris, 2012)

“O longa conta a história de Calvin Weir-Fields, um escritor renomado de apenas um livro que está em lua luta pelo nascimento de sua segunda obra. Com baixíssimas habilidades sociais, Calvin vive fechado em seu mundo sem conseguir desenvolver nenhum tipo de interação nem mesmo com suas fãs. Após o término de um longo relacionamento e pressionado pelo seu irmão, Calvin começa a imaginar uma mulher ideal para si, escreve dias à fio sobre ela, e sobre grande pressão psicológica, quando ele menos imagina ela se torna real.

O filme traça um ótimo panorama sobre a cultura ‘find your match’ que vivemos hoje em dia, aonde as pessoas não estão mais dispostas à conhecerem uma pessoa, descobrir sobre a sua vida e se gostar, aceitá-la como ela é. Não, o normal hoje é ser prático, achar um perfil que combine com você, que atinja o seu ideal, dar uma cutucada e ser feliz. O que frusta muitas pessoas, já que é um ideal inalcançável, dando origem a uma geração de pessoas solitárias. (Jairo Borges)


45- Solaris (Solyaris, Andrei Tarkovsky, 1972)

Baseado em livro homônimo de Stanislaw Lem, Solaris conta a história de Kelvin (Donatas Banioni), um psicólogo que é enviado a uma longínqua estação espacial para descobrir a origem de estranhos fenômenos.
Como agir ante o dilema entre a sanidade e o amor da sua vida? Como não projetar suas frustrações pessoais nas pessoas mais próximas do seu convívio? O amor é mesmo capaz de romper barreiras de espaço e tempo, mesmo que em escala astronômica?
Estas são apenas algumas das discussões levantadas pela adaptação cinematográfica de Andrei Tarkovsky. (Leonardo Lopes Carnelos)


44- Amores Expressos (Chung Hing sam lam, Kar-Wai Wong, 1994)

Mestre da arte dos encontros e desencontros e amores por acaso, Kar-Wai Wong, em uma de suas mais antigas obras, nos entregas dois fantásticos contos sobre o amor e as diferentes formas que o tempo dá ao mesmo. 223 e 663 são dois policiais à espera de uma grande paixão. Em meio ao lamento de suas perdas passadas, os personagens são surpreendidos pela forma como seus corações são arrebatados novamente.

Não há como negar que a fluidez da direção de Wong e a atuação marcante de Faye Wong formam o ápice do longa, que nos presenteia com uma das mais belas poesias cinematográficas já realizadas. A química entre os atores e o carisma das personagens que dão vida a Amores Expressos são tão contagiantes, que fazem o telespectador ansiar para, um dia, o amor também lhe apanhe desta forma. (Jairo Borges)


43- Um Dia (One Day, Lone Scherfig, 2011)

15 de julho de 1988. Este é o dia em que Emma (Anne Hathaway) e Dexter (Jim Sturgess) se conhecem oficialmente, depois de estudarem por anos na mesma faculdade. Poderia ser apenas uma pegação de despedida da vida de universitário, mas na verdade é o início de uma relação tão profunda que demora anos para se desenvolver e ser caracterizada por ambos como amor.

A amizade permite que um testemunhe a evolução do outro como profissional ou como ser humano. Enquanto Emma batalha diariamente para conquistar espaço na área escolhida e dinheiro para se manter, Dexter mergulha em uma vida sem regras e amadurece somente depois de alguns tombos.

O 15 de julho dos 20 anos seguintes mostra que algumas pessoas entram em nossas vidas para ganhar espaço aos poucos. Em alguns momentos, Emma e Dexter estão totalmente fora de sintonia, isso é uma característica que pode aparecer em qualquer relação, o que torna Um Dia ainda mais sensível e próximo de ser uma história vivida por todos nós. (Graciela Paciência)

 


42- Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night, Frank Capra, 1934)

A Hollywood dos anos 1930 era absurdamente romântica e charmosa. Neste contexto, conhecemos a mimada Ellie (Claudette Colbert) e o jornalista Peter (Clark Gable), que não têm a menor estima um pelo outro, mas acabam unindo forças em uma viagem.

A obra de Frank Capra é muito bem conduzida e prende a atenção do espectador. Há romance, comédia, drama e até uma pequena dose de ação no filme e o melhor de tudo é a junção de dois personagens completamente diferentes, mas que percebem a união pode trazer benefícios a ambos e que, principalmente, não há hora ou lugar para se apaixonar. As coisas simplesmente acontecem. (Graciela Paciência)


41- A Dama das Camélias (Camille, George Cukor, 1936)

Greta Garbo interpreta Marguerite Gautier, uma cortesã que se apaixona, mas é aconselhada pelo pai de seu amor a se afastar para não prejudicar o futuro do amado. Ela não só aceita o conselho, como também faz que com sua grande paixão acredite que ela voltou para um antigo amante.

Expondo a hipocrisia da sociedade francesa do século XIX, A Dama das Camélias mostra sentimentos reais em um cenário que valoriza o luxo e a riqueza. O livro escrito por Alexandre Dumas Filho foi publicado em 1848 e tem cunho autobiográfico. Fruto de um relacionamento extraconjugal entre o escritor Alexandre Dumas e a costureira Marie Catherine Labay, o autor foi apaixonado pela cortesã Rose Alphonsine Plessis, com quem teve uma breve relação. (Graciela Paciência)


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