Os Piores Filmes do Primeiro Semestre de 2014
DEPOIS DE FALAR DO QUE É BOM, chega o momento de falar daquilo que foi mais desagradável para a equipe do Cinema de Buteco e seus amigos convidados, como os críticos Márcio Sallem, Andrey Lehnemann e João Marcos Flores. Selecionar apenas cinco obras foi uma tarefa complicada e que desafiou o sistema matemático desenvolvido pelo nosso querido Lucas Paio, mas no final das contas, deu tudo certo e chegamos a uma lista. Se o resultado ficou polêmico ou não, cabe a você, querido leitor ou leitora, nos dizer. Veja logo abaixo!
(Lembrando que o Cinema de Buteco tem a política de recomendar todo e qualquer tipo de filme para seus leitores, e isso inclui os ruins. Não temos a pretensão de dizer o que você deve ou não assistir, pois os gostos pessoais de cada um interferem na maneira como interpretamos de uma obra. Nossa dica é assistir sim a todos os filmes, se divertir e depois vir aqui comentar se concorda ou não com a opinião da nossa cozinha gourmet cinéfila)
5 – Confia em Mim
- Advertisement -
Eu tenho uma pena enorme de quem deixou para ter seu primeiro encontro assistindo a esse thriller nacional capaz de nos deixar com a mesma sensação de ter levado uma tijolada na barriga. O trailer vendeu bem a ideia, mas “confie na gente” e tenha a certeza de que o longa-metragem não se sustenta em momento algum. O elenco faz um trabalho razoável, e o que realmente atrapalha é a combinação de um roteiro bobo e previsível com uma montagem lenta, e com cara de televisão global. Por um lado, claro, precisamos valorizar um filme que tenta fugir do humor pastelão e outros temas batidos do nosso cinema.
4 – A Lenda de Hércules
Alguém esqueceu de avisar para os produtores de A Lenda de Hércules que não se faz um filme sobre mitologia grega sem recursos (ou criatividade). Em determinado momento da bomba que ganhou o quarto lugar na nossa lista de cinco piores atrações cinematográficas de 2014, surge um leão. O espectador mais experiente ficou desacostumado a ver felinos em cena depois da perfeição de Richard Parker, em As Aventuras de Pi. Logo, qualquer coisa abaixo disso é digna de repulsa. Só que o leão de A Lenda de Hércules parece ter saído de um trabalho de estudante que acabou de entrar na faculdade de cinema. O trabalho é tão mal feito que nem a mãe dele achou bonito, sabe? Piora muito a situação quando o roteiro é cheio de pérolas surreais e ainda presenteia o espectador com uma das cenas de sexo mais estranhas do ano. A vida não tá fácil nem pro filho de Zeus…
3 – Amor Sem Fim
Amor Sem Fim é uma verdadeira besteira sem fim tão absurda que é complicado entender se alguma coisa aconteceu sem a gente perceber ou realmente se trata de uma obra vanguardista que os espectadores de hoje não conseguem acompanhar. O charme de Alex Pettyfer não funcionou. A beleza da Gabriella Wilder não deu certo. O filme conta a história mais adolescente e idiota vista no primeiro semestre. Tenso.
2 – Herdeiro do Diabo
Foi uma decisão difícil de ser tomada. Se os três filmes anteriores eram apenas ruins, e até poderiam ter escapado da lista se não fosse pela falta de opções para compor a seleção de piores do ano até o momento, existiu um verdadeiro conflito para definir quem ficaria no topo de experiência mais desagradável do semestre. Optamos por deixar O Herdeiro do Diabo em segundo lugar porque dar o prêmio supremo para ele seria reconhecer a sua ausência de qualidade. Existem filmes de horror que simplesmente não merecem existir. Eles começam frustrando o espectador, chegam na metade nos desafiando a manter os olhos abertos, e terminam inesperadamente. O Herdeiro do Mal é uma verdadeira perda de tempo e irrita os fãs do gênero. Aliás, ele ofende os fãs do gênero.
1 – Frankenstein – Entre Anjos e Demônios
Apresento aqui, sem medo de ser acusado de apressadinho (e olha que escuto isso mais vezes do que gostaria), o PIOR filme da temporada 2014: Frankenstein – Entre Anjos e Demônios é tão lazarento que ninguém da equipe se dispôs a escrever sobre ele. Eu até esbocei algumas coisas, mas como dizem alguns amigos da crítica: “a vida é curta demais para escrever sobre determinados filmes”. O problema da produção não está nos seus efeitos visuais ridículos, nas atuações menos convincentes que novela da Record, na direção caótica, nem no roteiro absurdo que faz com o Frankenstein praticamente o mesmo que Crepúsculo fez com os vampiros – quer dizer, o monstro virou um guerreiro meio galã. Ele não brilha e tal. Nossa dica: na falta de uma tortura para os inimigos, recomende esse filme como uma das melhores coisas já produzidas na história.