Top 10 – Melhores Filmes de Drama de 2013

DRAMA É O GÊNERO MAIS COMUM DO CINEMA. Praticamente todo filme poderia ser enquadrado na categoria, o que dificultou muito a escolha dos melhores filmes de drama de 2013. João Golin e Fernanda Minucci uniram forças para selecionar alguns dos destaques dramáticos da temporada. Foram escolhidos apenas 10 produções, sem ordem de preferência, baseado na opinião da equipe do Cinema de Buteco.

Confira logo abaixo:


O Mestre

The-Master-Filme-Poster-580x812O MESTRE, novo longa-metragem do sempre eficiente Paul Thomas Anderson, é uma experiência distinta da grande maioria dos filmes que assistimos normalmente. O cinema de PT Anderson causa reflexão, mexe com nossas emoções, não permite que o espectador se sinta indiferente. Independente da interpretação que você tiver assistindo ao trabalho mais recente de Anderson, é certo que será recompensado com três interpretações brilhantes. Para quem acredita que uma boa atuação é mais que metade do necessário para um filme ser considerado bom, O Mestre têm três grandes motivos para merecer sua atenção, além de um trabalho impecável da trilha sonora e do diretor.  O Mestre é um grande filme e com certeza, crescerá ainda mais durante uma revisão. – Tullio Dias


A Hora Mais Escura

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Tudo bem que A Hora Mais Escura é uma crônica (demasiadamente romanceada) sobre a caçada a Osama Bin Laden – a própria diretora Kathryn Bigelow admitiu que a protagonista (belissimamente retratada por Jessica Chastain) é o somatório do trabalho de vários profissionais do serviço secreto americano, mas isso não faz da obra menos intrigante. OK, todo mundo sabe o final (o cara morre – ou não, para os que duvidam daquela foto fatídica!), mas o interessante no longa-metragem é ver os dez anos consumidos por uma workaholic de ofício um tanto quanto ingrato e que tem a sua catarse, que se confunde com o alívio de uma nação inteira. Político, eletrizante, angustiante: um relato inteligente e fictício em certa medida, porém muitíssimo interessante.  – Fernanda Minucci


Bling Ring – A Gangue de Hollywood

bling_ring_movie_poster_1Sofia Coppola é uma diretora peculiar. É daqueles cineastas que, quando assistimos a um de seus filmes, algo nos diz que aquela obra pertence a ele. Bling Ring tem um quê de Encontros e Desencontros, um quê de Um Lugar Qualquer, um quê de As Virgens Suicidas e até um pouquinho de Maria Antonieta. A semelhança? O retrato da juventude – neste caso, a fútil juventude americana, obcecada pela fama hollywoodiana, da sociedade consumista, do vazio das mentes adolescentes, da confusão mental dos jovens adultos. A diferença? Propositalmente, a atuação é superficial justamente para demonstrar a frivolidade de uma gangue de adolescentes assaltantes de mansões de celebridades de Los Angeles. Interessante saber é que sim, essa história absurda é baseada em fatos reais. E sim, a eterna Hermione Granger (ou Emma Watson, se preferirem) faz parte do elenco como a periguete dissimulada Nicki. – Fernanda Minucci


Gravidade

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Esperei três anos por Gravidade. Alucinada que sou pelo diretor Alfonso Cuarón (que fez Filhos da Esperança, um de meus filmes prediletos de ficção científica), aguardei o projeto, de que ora não se tinha notícia sobre, ora era delongado, ora trocava-se os atores e a trama, que é bom, nunca era revelada. Pois eis que saiu Gravidade. O enredo é simples e formulaico, mas funciona muito bem. O trunfo neste experimento tecnológico bem-sucedido de Cuarón são as imagens, sejam proporcionadas por bela fotografia, sejam por efeitos 3D (quem não se maravilhou com a gota que paira no ar e estoura na “lente da câmera”?), sejam por efeitos computadorizados. Que experiência fantástica! Que caldeirão de emoções me tornei (e que chororô aprontei, minha gente…), quantos questionamentos importantes nos inculca o roteiro dos Cuarón – pai e filho, Jonás, unidos nesta maravilha da sétima arte. Sandra Bullock melhor do que nunca… E que performance charmosa e marcante de George Clooney. Cada segundo de sua presença em tela é valioso. Atenção para a trilha sonora e também para a voz do controlador da missão. O cara é ninguém menos que Ed Harris! – Fernanda Minucci


Ferrugem e Osso

1922FERRUGEM E OSSO posterDe dolorosa digestão, Ferrugem e Osso é lindo em toda a sua melancolia. A história de uma treinadora de orcas de um parque aquático que sofre um acidente e perde parte das pernas é a adaptação do sofrimento de muitos casos conhecidos, mas que serve como pano de fundo para um romance improvável e intenso. Marion Cotillard, excelente como sempre, é amparada por Matthias Schoenaerts, ator belga de grande talento que já começou a ganhar espaço em Hollywood. Vale a pena pelas performances, pelo drama bem trabalhado e pela trilha, que tem música da grande banda Bon Iver. – Fernanda Minucci


Amor Bandido

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Pessimamente traduzido (em inglês se chama Mud, que é o nome do personagem principal e também quer dizer “lama”) – mas vá lá!, Amor Bandido foi uma surpresa boa em 2013. Foi lançado em Cannes do ano passado, porém só começou a ser exibido mundialmente este ano. Do mesmo diretor do fabuloso O Abrigo, o longa conta a história de um louco apaixonado que é encontrado em uma ilha por dois garotos após cometer um crime em nome do amor. Piegas, claro, mas com a dose certa. Matthew McConaughey, graças a Alá, anda fazendo boa escolha atrás de boa escolha, e este filme foi uma ótima oportunidade de usar seu lado “caipira-do-Texas” a seu favor. Apesar de ser o personagem-título, toda a minha atenção se voltou para Tye Sheridan, o verdadeiro protagonista, que demonstrou talento nato ao interpretar um menino romântico, idealista, sensível e ingênuo. Vale a pena conferir também as presenças dos grandes Michael Shannon, Sam Shepard e Ray McKinnon. – Fernanda Minucci


Amor

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Amor é um dos melhores filmes do ano. Toda a forma que o longa é construído faz com que tudo seja mais trágico, aquilo ocorre de maneira tão gradual que poderia ser com qualquer um de nós. O trabalho de Haneke é extremamente forte e angustiante, e é extremamente forte por ser tão sutil, tão natural, tão realista. Eu fiquei um bom tempo angustiado depois de assistí-lo, e acredito que não irei revisitar a produção em breve. Eu eu tenho mais medo de envelhecer e definhar do que da própria morte. Talvez por conta disso eu tenha ficado tão tocado pela obra. Não há dúvidas que é uma grande obra prima.  – João Golin


Rush

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O filme se preocupou corretamente em mostrar como os embates nas pistas entre Lauda (recatado e metódico) e Hunt (festeiro e agressivo no volante) sintetizam o contraste entre duas personalidades extraordinárias, uma distinção que refletia também em suas vidas privadas. Com isso o espectador é convidado a acompanhar a trajetória deles dentro e fora das pistas. O longa que é muito bem estruturado, consegue então a façanha de fazer com a platéia se conecte com dois antagonistas com personalidades muito distintas. Mesmo para os leitores que não apreciem o mundo das corridas vale dar um conferida em Rush, aqui Ron Howard mostra que continua sendo um bom diretor e faz dessa história baseada em fatos reais emocionante em vários momentos sem ser forçar a barra. – Silvano Vianna, do Cinema Detalhado


Os Suspeitos

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Para mim de longe o melhor thriller desse ano. Uma produção muito bem escrita e dirigida, com ótimas atuações dos protagonistas. Para marcar o gênero também consegue ter uma trama envolvente que não é óbvia, com reviravoltas instigantes e que faz com que o espectador se mantenha atento durante todo o longa…ah e ao contrário do que algumas pessoas dizem o filme não tem um final aberto. – Silvano Vianna, do Cinema Detalhado


Antes da Meia Noite

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A Trilogia do Antes, é uma das melhores coisas que o Cinema nos proporcionou nas últimas décadas. Conhecer (e se apaixonar) pelos personagens enquanto são bem jovens e acompanhar a trajetória deles a cada punhado de anos. Perceber o amadurecimento de Jesse e Celine, como se fossem amigos próximos, é algo fascinante. O longa mostra os protagonistas já com seus quarenta anos e refletindo sobre o relacionamento Acho melhor não falar muito sobre o filme, para evitar as surpresas do enredo, mas é um exemplar fascinante (como de costume) dessa trilogia magnífica. – João Golin