Top 10 – Principais Decepções de 2013

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ARA A NOSSA LISTA DE PRINCIPAIS DECEPÇÕES DE 2013, convidamos o jornalista e crítico Marcelo Seabra, do site O Pipoqueiro, para comentar sobre alguns dos filmes mais frustrantes do ano. Tullio Dias, nosso editor, também deu os seus palpites e você pode conferir tudo logo abaixo.

Aproveite para deixar os seus comentários dizendo quais foram os filmes mais decepcionantes de 2013, na sua opinião.

Nota do editor: A lista de Principais Surpresas e a lista de Principais Decepções são baseadas na opinião de dois críticos que foram ao cinema com expectativas prévias em relação aos filmes mencionados, e acabaram surpreendidos de uma maneira positiva ou negativa após assisti-los. De maneira alguma, as duas listas representam os “melhores” ou os “piores” filmes do ano, como parece que ficou subtendido nos comentários de alguns leitores que se queixaram das opiniões aqui apresentadas. 

TOP 5 – Principais Decepções, por Marcelo Seabra

Sendo o critério o de filme mais decepcionante do primeiro semestre, precisamos levar em consideração aqueles que não cumpriram a grande expectativa que criaram no público. E nenhum filme este ano criou mais antecipação que O Homem de Aço (Man of Steel, 2013), que acabou não correspondendo. A necessidade de se recontar a mesma história que todos conhecem como se fosse algo recém criado faz com que roteiristas e diretores inventem muita moda a acabem descaracterizando personagem. Não se trata de desrespeitar os fãs, mas o próprio herói, construído ao longo de décadas por diversos quadrinistas e destruído em pouco mais de duas horas.

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Outros dois filmes que, mesmo não sendo ruins, decepcionaram por desperdiçarem ótimos elencos foram Caça aos Gângsteres (Gangster Squad, 2013) e Sem Proteção (The Company You Keep, 2013). Além de atores fantásticos, “Caça” ainda conta com um tema muito interessante, que na mão de um escritor habilidoso (como James Ellroy e Brian Helgeland já provaram), teria dado um resultado infinitas vezes melhor, mesmo com o estilo exagerado do diretor Ruben Fleischer. E Sem Proteção envolve dezenas de personagens, todos defendidos com paixão por seus intérpretes, para não chegar em lugar algum.

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Outra dupla com elenco excelente que não conseguiu alçar um voo maior foi Amigos Inseparáveis (Stand Up Guys, 2013) e Última Viagem a Vegas (Last Vegas, 2013), ambos com atores veteranos extremamente competentes vitimados por roteiros rasteiros. Enquanto o primeiro conta com Al Pacino, Christopher Walken e Alan Arkin nos papéis principais, o segundo chega ao absurdo de reunir Michael Douglas, Robert De Niro, Morgan Freeman e Kevin Kline, todos em reencontros saudosos que rendem algumas piadas com idade e é só. Grandes talentos desperdiçados para arrancar alguns reais do público, que certamente esperava mais de seus velhos ídolos.

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Menção desonrosa para Lincoln (2013) e Hitchcock (2013), duas cinebiografias de figuras muito interessantes que, mesmo com atores excepcionais, preferiram ficar no lado menos relevante: o ufanismo e a fofoca, respectivamente.

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TOP 5 – Principais Decepções, por Tullio Dias

Vir logo na sequência de um filme como Os Vingadores não é uma tarefa muito justa. Afinal de contas, depois do espectador ficar acostumado com todos aqueles heróis juntos, é preciso ter um motivo muito bom para que eles continuem enfrentando seus problemas sozinhos. O ego talvez? A Marvel iniciou a sua Fase II nos cinemas com o personagem de Tony Stark, o queridinho do público, em Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, 2013). O resultado está longe de ser ruim, mas foi frustrante, especialmente pela decisão tomada pelo roteiro em relação ao vilão Mandarim e às várias armaduras que surgem no ato final. Pode ter ido bem de bilheteria, mas os fãs (e os cinéfilos) esperavam mais do enlatado.

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Nada consegue me fazer entender direito o que foi que deu errado em O Conselheiro do Crime (The Counselor, 2013). Muito errado. O elenco é foda, tanto que até a Cameron Diaz está bem. Não precisamos comentar sobre o desempenho de Brad Pitt, Javier Bardem e Michael Fassbender, e nem mesmo da linda da Penélope Cruz. Se há algo que realmente é inquestionável é o nível do elenco e a maneira como todos os atores “entraram” no filme. Alguns até demais, diga-se de passagem. Já que a única lembrança que levarei desse filme horroroso do meu querido Ridley Scott é o fato de que as janelas dos carros passaram a ter um significado diferente. Talvez a “visão”, ou a ideia dela, vai saber, tenha derretido o que restou do meu cérebro e me tornou incapaz de compreender a essência de O Conselheiro do Crime.

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Depois da surpresa agradável que foi A Morte do Demônio (aliás, usar o termo “agradável” para se referir ao filme é bastante peculiar), começou a brilhar uma perigosa chama da esperança em meu coração para conferir a estreia de Carrie, a Estranha (Carrie,2013). A escolha do elenco, que me parecia um ponto positivo até entrar na sala de cinema, se revelou um engano catastrófico: a linda da Chloe Moretz não é atriz o suficiente para encarar uma personagem tão complexa, e para piorar: ELA É LINDA DEMAIS PARA SER ESTRANHA! Na escola, os garotos fariam fila para terem a chance de saírem com ela. Fora essa frustração inicial, o próprio longa-metragem se revela uma besteira tão boba e desnecessária que a vontade que tive era de gritar dentro do cinema e correr pelas escadas em direção à saída mais próxima.

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Para Maiores (Movie 43, 2013)certamente conseguiu a minha atenção. Lamentável que para isso, eles tenham despertado o meu profundo ódio e trazido a tona mais uma reflexão sobre criar ou não expectativas com obras, pessoas etc. A grande verdade é que alimentar esperanças costuma ser um tiro no pé. Nunca é bom gerar expectativa com nada. Por outro lado, viver sem sentir o friozinho na barriga e ficar contando as horas para entrar no cinema (ou tirar a roupa de alguém) seria um atentado contra a vida. Se estamos aqui, porque não sentir? Porque não correr riscos? E foi isso que fiz com Para Maiores. Contrariei todas as recomendações e avisos de que se tratava de uma bomba e lá fui eu defender o filme diante do próprio. Descobri que ele é indefensável. Foram poucas as vezes que senti ânsia de vômito enquanto via um longa-metragem. Pior ainda é ter consciência que não era nenhuma cena em especial, e sim o desgosto de constatar que Para Maiores talvez seja um dos piores filmes dos últimos 30 anos.

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Para encerrar, não poderia ser outro que não Caça aos Gângsteres, conforme o Marcelo já havia citado logo acima. Foi decepcionante descobrir que a aguardada aventura noir estrelada por Ryan Gosling e Sean Penn não correspondeu positivamente. Uma pena que depois de dois filmes muito divertidos (Zumbilândia e 30 Minutos Ou Menos), o cineasta Ruben Fleisher tenha deixado o nível cair e frustrado seus fãs, mas é isso que dá juntar tantos nomes famosos no elenco e ainda ser obrigado a modificar parte da obra por conta de uma tragédia acontecida dentro de um cinema norte-americano, na época do lançamento do último filme da trilogia O Cavaleiro das Trevas.