Review: Fear the Walking Dead s02e05 – “Captive”

Agora é uma certeza: Fear the Walking Dead finalmente encontrou o seu caminho e depois dessa sequência de três episódios incríveis, se garante como um produto inteiramente independente de The Walking Dead e com uma trama (e personagens) interessante e capaz de prender a atenção dos telespectadores.

Na minha preferência pessoal, “Ouroboros” permanece como o melhor capítulo de toda a série, mas a utilização do recurso de flashback no episódio da semana passada elevou a qualidade do material e “Captive” mantém o nível nas alturas. Desta vez, os nossos sobreviventes tentam negociar uma troca com os sequestradores de Alicia e Travis.

Os minutos iniciais do episódio apresentaram Connor preparando um lanche para Alicia. Não sei se fui o único a sentir isso, mas imediatamente me lembrei daqueles episódios geniais de Lost apresentando Desmond na escotilha. Os planos são bem parecidos, assim como a trilha sonora de músicas da época dos nossos avós.

Alicia recebeu atenção especial nessas duas últimas semanas e não decepcionou. Ainda que o desenvolvimento dela em “Blood in the Streets” tenha parecido forçado e repentino demais, gostei da frieza com que ela lida com a sua situação. Também gostei do jeito como ela manipula Jack, um adolescente bobão que está cego de amores.

Chris, que se tornou um dos personagens mais interessantes da série, deixou de ser um chato mimado. Mesmo acreditando no potencial dele para o futuro, acredito que o moralismo norte-americano pode não perdoar seus conflitos e dores. Ou seja, hoje ele é um dos meus candidatos favoritos para morrer, caso os produtores queiram sustentar a tradição de sempre matar um ou outro personagem importante no final das temporadas. Chris perde a cabeça ao assassinar o psicopata irmão de Connor. Sua justificativa é que o sujeito havia se transformado, quando na verdade foi apenas ódio e culpa por se sentir culpado pelo sequestro do pai.

Inclusive, é possível que ao saber que matando o refém ele estragou as chances de uma negociação amigável, Chris se sinta ainda mais culpado. Para um adolescente que está vivendo no meio do fim do mundo, viu a mãe ser morta pelo próprio pai, teve que cometer um assassinato para poupar uma vítima da dor, a pressão pode ser grande demais para ser suportada.

Fear the Walking Dead dedica muito de sua atenção para os seus adolescentes e os obriga a amadurecerem rápido demais para lidar com a realidade do mundo atual. Em comparação com TWD essa é a principal diferença: não apenas assistimos a um grupo aprendendo a sobreviver no meio do apocalipse, quanto a maioria deles são adolescentes que aprendem na marra a se tornarem adultos, lidarem com suas próprias angustias e o medo de serem devorados.