GAME OF THRONES S01E01

Review: Game of Thrones s01e01 – “Winter Is Coming”

A vida é curta demais para perder tempo com determinadas ideias e atitudes, mas ao mesmo tempo, como resistir a um bom desafio? A ideia original era ter a ajuda de toda a equipe do Cinema de Buteco auxiliando nessa ideia maluca de rever Game of Thrones e escrever de todos os episódios, mas sabe como é… Depois de um ano aguardando o projeto sair do papel, decidi dar o start com o review de Game of Thrones s01e01 – “Winter is Coming“.

Quero prometer pelo menos um texto novo por semana, com a possibilidade imensa de ter um volume maior, mas vou me comprometer em acabar com a série completa ao longo dos próximos meses. Será uma bela maneira de relembrar tudo que já aconteceu até então e apreciar ainda mais o trabalho da HBO com essa adaptação brilhante da obra de George Martin. Vamos lá?

Winter is Coming

Sete anos atrás ouvimos essa frase pela primeira vez. Foram sete longos anos até o inverno começar a chegar e castigar os nossos protagonistas e agora é o momento de relembrar como foi que tudo começou em Game of Thrones.

A introdução sombria do episódio piloto apresentou um trio de guardas da Patrulha da Noite sofrendo nas mãos dos White Walkers. Lembro exatamente de como me senti: “Mas essa não era uma série meio medieval? Que porra são esses zumbis de olhos azuis?”, e o quanto isso me fisgou.

Na sequência somos levados para Winterfell, onde conhecemos a família de Nedd Stark. Os jovens Jon Snow (filho bastardo de Ned) e Rob Stark tentam ensinar o irmão de dez anos Bram a usar seu arco e flecha – e são interrompidos quando a irmã Arya atira uma flecha certeira bem no alvo, para a fúria de Bram. Como telespectadores, a gente não tinha a menor ideia de que esse primeiro contato com a família Stark seria também uma das poucas vezes em que todos estiveram reunidos.

Detalhes sutis são colocados em cena, como a rivalidade de Theon Greyjoy com Rob (que teria um preço alto no futuro) e a forma como Jon era tratado por Catelyn Stark. Arya desde cedo mostrando que não pretendia ser uma dama, como a sua irmã sonsa Sansa. E Bram, que após quebrar uma promessa, encontra o seu trágico destino.

A apresentação dos Lannisters em Winterfell é igualmente brilhante. Jaiminho Lannister, aparece com uma arrogância tremenda que eu nem me lembrava. Galanteador e agindo como um príncipe dos filmes da Disney, ele presenteia o irmão anão Tyrion com um banquete de “ppks”, numa época em que a série usava e abusava da sexualidade, para irritação de parcela do público. Tyrion, inclusive, é apresentado como um pervertido safado, o que pode ter causado repulsa na ocasião, afinal só aos poucos o personagem foi ganhando força para se tornar o que é hoje.

Por último – mas não menos importante – Viserys Targaryen é introduzido como um grande vilão moral. Com uma vaidade tremenda e uma completa falta de caráter, o sósia da Xuxa não demonstra o menor peso na consciência ao tratar a irmã Daenerys como um objeto para conseguir seus objetivos. Ao literalmente vender o corpo da irmã para Khal Drogo, Viserys garante um exército enorme para tomar Kings Landing e ser o novo Rei de Westeros.

É extremamente prazeroso (e ao mesmo tempo triste) rever episódios antigos da série para refrescar a memória ou se arrepiar com determinadas cenas/personagens. As peças desse jogo de xadrez começaram a se mover logo no episódio piloto, quando existia uma leve suspeita de que alguma coisa muito grave poderia acontecer e colocar todos em risco. Hoje nós sabemos que ninguém é imortal na série da HBO, mas naquela época a história era bem diferente…