Review Game of Thrones s06e08 – “No One”

Faltam apenas mais dois domingos até o inverno chegar e os telespectadores da série mais foda da atualidade começarem a roer as unhas esperando o sétimo ano. Provavelmente teremos a nova temporada antes mesmo de George Martin entregar o sexto volume do livro, mas isso é outro papo.

“No One”, como previsto, teve boa parte de sua ação dedicado para a conclusão do arco de Arya Stark. Não me surpreenderia se ela não reaparecesse nessa temporada, sinceramente. Depois de alternar momentos bons e ruins, a jovem Stark parece ter se achado e a melhor parte é ver toda a enrolação da época em que fazia cosplay de Demolidor se justificando.

Existiam muitas teorias sobre essa parte final da história de Arya. Uma delas, inclusive, afirmando que era tudo uma encenação para descobrir a lealdade de Waif. No caso, Arya seria o próprio Jaqen disfarçado. Como geralmente acontece, a teoria é interessante pela criatividade dos leitores/telespectadores, mas bem longe da realidade – o que acaba sendo proveitoso, já que o mais importante foi ter a certeza de que Arya Stark se reencontrou em Game of Thrones e isso pode significar o fim de histórias chatas com a personagem.

Já que estou falando da Arya, nada melhor que torcer para que ela se reencontre com o velho cão feio e queimado Sandor Clegane. Depois de reaparecer na semana passada, o guerreiro inicia a sua busca por vingança e nos presenteia com uma das cenas de violência mais legais do episódio. Ele se vê frente a frente com Thoros of Myr (interpretado pelo sósia de William Hurt, o ator Paul Kaye) e recebe o convite de se unir ao grupo para lutar contra o Rei da Noite.

O outro Clegane, também conhecido como Montanha (ou zumbi), não ficou atrás e protagonizou uma cena ainda mais arrepiante. Os produtores de GoT desta vez preferiram manter o suspense e deixar que a imaginação do telespectador fizesse todo o serviço ao invés de mostrarem como ele arrancou a cabeça ou o maxilar ou a coluna de um pardalzinho da fé.

Ainda nesse arco, Cersei tem a certeza de que Tommem é um pamonha. Ainda que o ator Dean-Charles Chapman seja talentoso na forma sutil de mostrar o nervosismo do personagem (reparem na linguagem corporal dele esfregando a mão no trono), não tem como ignorar essa sensação de que ele é uma marionete para todos que cruzam o seu caminho. A grande revelação é a abolição do julgamento por combate, o que representa mais uma vitória do Alto Pardal e um certo pânico em Cersei. No entanto, a mulher mais poderosa de Game of Thrones tem sempre uma carta na manga e troca sussurros misteriosos com seu feiticeiro. Será que ela está disposta a cumprir aquilo que prometeu tantas vezes ao longo de toda a série e queimar tudo até não sobrar nada?

Um outro momento digno de nota foi o reencontro de Brienne e Jaiminho. Nós aprendemos a respeitar o Regicida e acompanhamos a sua evolução de “vilão mequetrefe” para herói trágico. O seu papo com Brienne é emocionante porque é a primeira vez que eles se reencontram e porque mostra que ambos estão dispostos a (quase) tudo para cumprirem suas missões. A inteligência do Lannister em conduzir a negociação para recuperar Correrio mostra que o seu lugar não é no campo de batalha. É incrível como as coisas sempre se resolvem para os Lannisters e o cerco tenha durado tão pouco tempo e acabado com a morte do interessante Peixe Negro. A grande questão agora é saber se Brienne chegará em tempo de ajudar Jon Snow na batalha contra Ramsay Bolton ou se ela encontrará a misteriosa Lady Stoneheart no meio do seu percurso…

Por fim, o arco de Meereen parecia estar entrando num marasmo depois que Tyrion acreditou ter reestabelecido a paz. Varys se mandou para algum lugar desconhecido para encontrar ajuda e navios, e nosso personagem favorito ficou com a missão de embebedar a turma num momento hilário de vergonha alheia até que os mestres surgiram atacando a cidade para recuperar seus escravos. Teremos grandes emoções para as próximas semanas, já que o retorno de Khaleesi deixa claro que ela não irá permitir que alguém derrube o que ela conquistou.  Sangue será derramado. Ou pessoas serão torradas. Vai saber.

A grande verdade é que desde “The Door” a sexta temporada veio pisando no freio e “No One” é mais um episódio de desenvolvimento dos personagens e colocando as peças em seus devidos lugares. Mesmo cortando um pouco do ritmo, ainda temos um ano bem melhor (se tratando de emoções, principalmente) que o anterior. Mas é verdade que semana que vem teremos possivelmente um dos melhores momentos de toda a história da série e isso já é bom para criar as melhores expectativas possíveis.