review game of thrones s0707

Review: Game of Thrones s07e07 – “The Dragon and the Wolf”

Game of Thrones s07e07 – “The Dragon and the Wolf” encerra uma grande temporada da adaptação da obra de George Martin. Se é que ainda podemos chamar os rumos da série de uma adaptação, afinal os produtores caminham com as próprias pernas e o tio segue enrolando no parto do próximo livro.

O sétimo ano trouxe grandes emoções para os fãs, vamos ser sinceros. Quantas vezes já reclamamos de episódios fillers (estou olhando para você, 5ª temporada) e do tempo que demorava para as coisas acontecerem? No entanto, a nossa triste constatação é que fan service de cu é rola.

Os excessos de pedidos atendidos mais prejudicou do que ajudou na evolução da narrativa. Tivemos boa parte das teorias de internet se confirmando, o que deixou a série bem longe daquilo que nos conquistou nos últimos anos. Game of Thrones s0707 foi sensacional, mas acima de tudo previsível e deixou o público receber tudo o que ele desejava durante todos esses anos, quando a melhor coisa da série era justamente a sua capacidade de nos surpreender e fugir do previsto.

O título da season finale rima com s01e05 – “The Lion and the Wolf”, quando Jaiminho combate covardemente Nedd e seus soldados. Desta vez não tivemos nenhuma tragédia envolvendo os Starks, mas muitas respostas para perguntas que rondavam nossas mentes criativas nos últimos anos e acontecimentos épicos, como o encontro de todos os personagens envolvidos em algum tipo de rixa.

Um grande reencontro foi Brienne e o Cão, por exemplo. Ela olhou assustada sem acreditar que ele ainda estivesse vivo e logo trocaram breves palavras sobre Arya. Um momento belo e que mostra toda a evolução que o personagem passou ao longo desses anos todos. Outro momento divertido foi rever Poddrick, Bronn e Tyrion juntos mais uma vez. Esses reencontros após tanto tempo transformam a reunião em algo mais leve para o telespectador – pelo menos. Gostei de ver Cão encarando o irmão zumbi. “Você sabe o que te espera”.

O objetivo da reunião, como vimos na semana passada, foi tentar uma trégua entre os exércitos de Danaerys Targaryen, Jon Snow e Cersei Lannister para concentrarem seus esforços diante os exércitos do Rei da Noite. Após uma bela sequência em que Tyrion e Cersei discutem sozinhos (ponto alto do episódio), a Rainha declara sua intenção de ajudar no combate.

Seria estranho imaginar Cersei guardando suas garras assim… Felizmente alguém pensou em respeitar todo o legado da personagem enquanto escrevia o roteiro e mostrou que era tudo uma grande armação para “fingir” uma possível paz. A intenção de Cersei é ver o circo pegando fogo e esperar todos seus inimigos se destruírem antes de precisar entrar em ação.

Após a conclusão dos eventos em Kings Landing, nossa atenção é levada para Winterfell para mostrar o fim de um dos personagens mais complexos da trama. A morte de Mindinho foi tardia e inesperada. Confesso que não esperava por isso. Apostaria uma caipirinha que ele conseguiria dar um jeitinho de assumir o trono pra ele…

A forma como o roteiro apresenta essa morte não deu a devida grandeza para a história do personagem. De forma exageradamente expositiva, Bran e Sansa acusam o Lord de diversos crimes e traições. Inclusive a tentativa de assassinato fracassada contra Bran na 1ª temporada e a faca no pescoço de Nedd, quando ele diz: “você não deveria ter confiado em mim.”

Ainda assim, ver os três irmãos Stark juntos conseguindo justiça foi um belo momento. Mesmo que a morte de Mindinho nesse momento tenha sido uma forma bem ríspida do roteiro em se livrar de uma ponta solta no futuro, temos que recordar que boa parte dos “problemas” foram causados pela decisão dos produtores e HBO em reduzirem o tamanho da temporada.

Bran, inclusive, faz questão de explicitar para a parcela do público que ainda não entendeu as origens de Jon. Desta vez, após uma explicação bem didática e a prova de fãs viciados em WhatsApp (aqueles que dizem que assistem a série, mas não tiram os olhos do celular e reclamam de coisas que não prestaram atenção), a série joga na nossa cara que Jon é o verdadeiro herdeiro do trono. Conveniente descobrirmos isso ao mesmo em que nosso herói está de bunda de fora em cima de Daenerys (que perde força na medida em que se envolve mais e mais com o Jon).

Por fim, nos minutos finais, Beric e Tortmund aparecem no alto da Muralha aguardando pela inevitável chegada do inimigo. O que a dupla não esperava era ver, no meio do exército, além de gigantes, um fucking dragão com gelo no olho e soltando fogo pelas ventas para destruir a Muralha. Se existia ou não um encantamento, ele foi superado agora que o exército do Rei da Noite iniciou uma marcha rumo a Winterfell.

É preciso levar em conta que o Rei da Noite fez mais com um único dragão do que Dany fez com três. Fortes emoções nos esperam no futuro.

A season 7 teve mais altos que baixos e seus defeitos foram causados pelo desejo em atender aos fãs. A velocidade dos eventos incomodou (em tantos anos, o tempo das viagens entre um lugar e outro nunca ficou realmente claro para ninguém), o romance entre Jon e Dany incomodou, a morte do Dragão chateou geral, enfim… GoT virou um fenômeno ainda maior e era previsto que a narrativa sofresse uma acelerada intensa. O que poucos esperavam era que o roteiro perderia sua qualidade no processo deixando de se preocupar com a naturalidade dos eventos e preferindo jogar tudo na nossa cara.

Pessoalmente, não tenho muito o que reclamar e não direi que foi uma temporada fraca tecnicamente – mesmo com seus defeitos. A verdade é que sou incapaz de não amar uma série que fala de zumbis e dragões. Com todos os problemas, GoT me deu o que eu queria e foi o suficiente para observar pontos críticos, escrever um pouco deles aqui, e ainda assim vibrar loucamente com cada acontecimento mastigado simplesmente porque aconteceu.

Estou contando as horas para a próxima (e última) temporada da série. E você?

PS: Sério que o Gendry sumiu de novo?