Review: Empire s02e01 – The Devils Are Here

Review Empire s02e01

Um dos maiores fenômenos de crítica e audiência da TV americana está de volta, e nós aqui do Cinema de Buteco colamos junto para cobrir a temporada que promete ser o divisor de águas para essa surpreendente produção. E aí, a série continua emplacando ou não?

A série ainda tem muita gordura de audiência para queimar, mas será que os roteiristas ainda possuem cartas na manga ou todos os plot twists interessantes foram usados na primeira temporada?

Com todas essas indagações na cabeça que fomos assistir o retorno de Empire, e posso dizer… Não fez feio não. Está claro que com a velocidade que a série se impõe, o que é muito bom, que a mesma vá se desgastar bem rápido, mas “The Devils Are Here” provou que a qualidade da mesma continua bem superior à maioria das outras produções da TV aberta americana.

Para começar, achei bem interessante que apesar do grande avanço na linha do tempo, a história não se impões muitas mudanças, o que já nos tranquiliza depois do samba do crioulo doido que foi o final da primeira temporada. No panorama geral do episódio Cookie, Andre, Anika e Hakeem, continuaram unidos pela tomada do Império de Lucious Lyon. Poupados de todas as tramas menores e esquemas que não dariam em nada, fomos apresentados diretamente à Mimi Whiteman, ótima e caricata participação de Marisa Tomei, que tinha o grande cacife para desbancar Lucious e tomar boa parte das ações da companhia deixando os “renegados” em uma ótima posição.

A parte ruim disso tudo, que aconteceu no fim da temporada passada e se repetiu nesse season premiere, é que mais uma vez vimos ótimo plot sendo criado e morrendo no mesmo episódio. A bola está sendo cortada muito rápido, não dá nem tempo de desfrutarmos Cookie no lado interessante da moeda. Regado a uma ótima trilha sonora, como sempre, duas grandes sequências, do show e da festa de coelhinhas da Playboy, vimos o arco se desenvolver e ser desmanchado com a decisão de Mimi em, sensatamente, apoiar Lucious, nos presenteando com a ótima cena dos quatro com o queixo no chão na reunião de acionistas. Podia ter até congelado! Pontos também a nova Anika, muito mais atirada e interessante que em toda a primeira temporada. Parece que os roteiristas perceberam que se quisessem carregar a personagem teriam que criar uma empatia maior dela com o público.

Enquanto no Império as coisas andaram à todo vapor, em “Oz” as coisas foram mais tranquilas, e, apesar da passagem de tempo, ainda pudemos ver boa parte de aclimatação de Lucious Lyon à sua nova realidade. Mesmo vendo o sol nascer quadrado, o fundador da Empire, provou que ainda detém grandes poderes, e não só pois o fim na rebelião dos “Renegados”, como também tomou conta de um problema que assolava à família já à algum tempo… Frank Gathers. Com uma participação bem chocha, Chris Rock deu vida aos fantasma que perseguiu Cookie durante boa parte da primeira temporada, e desperdiçando mais um arco com grande potencial, os roteiristas resolveram concluí-lo no mesmo episódio. Depois de todo o suspense na primeira temporada, quando o cara finalmente aparece, termina rápido assim? Esperava muito mais.

De plano de fundo para todo episódio, vemos à confirmação do que já esperávamos no fim da primeira temporada… Jamal irá sim consolidar-se como uma nova versão de Lucious Lyon. O retorno de Michael, como à “putinha” de Jamal, prova mais uma vez que o patriarca estava completamente equivocado, e que orientação sexual e ser assumido ou não nada interfere no comportamento do rapaz quando o assunto são negócios. A arrogância e maldade ficam cada vez mais evidente no comportamento de Jamal, e as interações dele com o pai mostram que o mesmo está completamente de acordo com a nova postura do filho, que agora se encontra em uma posição que sempre desejou estar perante o pai, e, ao que parece, continuará se comportando desse jeito. Palmas para a interpretação de Jussie Smollett, que em se tratando de uma “novela” conseguiu jogar bem claro na nossa cara a transição do personagem.

No mais é isso, apesar de estar um pouco frustrado pelo desperdício de muita coisa boa, para cada dois plots interessantes não usados Empire tem dez sendo bem explorados. “The Devils Are Here” abriu grandemente, nos entreteve durante quarenta minutos, um salve para Gabourey Sidibe e Ta’Rhonda Jones, e nos entregou ao final, a conclusão de dois grandes plots desenvolvidos na série. Ainda ficamos com um gostinho de quero mais sobre como será conduzido o arco de Andre e Rhonda, e claro a vida de Lucious na cadeia, que só nesse episódio já foi super interessante. Amanhã a review do segundo episódio estará disponível aqui no Cinema de Buteco, e semanalmente estaremos aqui comentando a série para os que acompanham.