Review: Empire s02e06 – “A High Hope for a Low Heaven”

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Você alguma vez já se pegou pensando que o tempo de uma série estava indo muito mais rápido do que você poderia acompanhar? Pois bem, Empire sempre foi assim, aprendemos a amá-la desse jeito, mas em “A High Hope for a Low Heaven” parece que não foram só as meninas do “Mirage à Trois” que tiveram dificuldades para acompanhar a batida dos Lyons. Sem tempo nem de respirar, fomos apresentados à um episódio tão rápido quanto a season finale passada e com a mesma quantidade de clifhangers mal resolvidos.

Com o sequestro de Hakeem estava ai uma ótima oportunidade para explorar o personagem, e o episódio que tinha tudo para ser a Emmy Tape de Bryshere Y. Gray, foi mais inclinado para o Framboesa de Ouro do que qualquer outra coisa. Culpa do ator? Não. O roteiro amontoou em um episódio um arco que poderia ser desenvolvido em no mínimo quatro. Hakeem não só foi liberto em menos de dez minutos de exibição do episódio, como passou por todos os estágios de sua recuperação antes que o mesmo terminasse. Se Empire ainda fosse uma série com uma passagem vaga de tempo ainda seria mais compreensível, mas ficou bem claro que era impossível alguém trabalhar aquela catástrofe de sentimentos e ainda lidar com os próprios sequestradores em um espaço tão curto de tempo. Se o personagem já era caricato, ficou ainda mais evidente que os roteiristas não tem nenhuma intenção de mudar isto.

Se a rapidez e o mau roteiro na storyline de Hakeem destruiu a mesma, no caso de Cookie e Lucious, foi uma das coisas mais engraçadas que eu já vi nesse show. Ator bom, é outra história. Pegaram um dos clifhangers mais zoados da história da série, e conseguiram dar um tom cômico incrível, parceiros no crime, quando o assunto é o próprio filho o casal milionário prefere não usar intermediário, e com a cara no sol voltam as suas raízes para poder resgatar o filho. Foi uma sequência tão absurda, dada a condição social deles, que pior do que isso foi só Cookie não entendendo o que era “Prova de Vida”. Como que a mulher que passou mais de dez anos na cadeia tem tanta inaptidão para gerenciar o resgate do próprio filho. Foi tão ridículo, que acabou sendo muito cômico. Grandes atores se viram com qualquer roteiro.

Seguindo a linha de absurdos do episódio, tivemos o plot sem pé nem cabeça de Anika. A personagem há muito já vem sendo inutilizada na série, mas parece que finalmente encontraram ali para ela uma função, como figura materna para Hakeem alguém na qual ele encontra apoio, segurança e outras coisas mais. Parece! Porque na verdade, assim como todos os outros plots que foram criados nesse episódio, ele morreu ali mesmo. Como que ela foi a primeira pessoa a qual ele procurou após o seu trauma e depois simplesmente fez de conta que não a conhecia. Não fez o menor sentido, mas no meio de tanto absurdo acabou passando batido.

Quem também após a sua redenção parece não encontrar um lugar dentro da história é Andre. Depois de ser promovido pelo pai, o primogênito quer da uma cara a companhia que não tem nada a ver com a imagem da mesma. Creio que tudo não passa de artimanhas do roteiro para que ele seja rejeitado mais ainda mais pelo pai puxando o gatilho de sua doença mais uma vez. O que também pareceu não ter funcionado foi a reunião de Lucious e Jamal no estúdio, os personagens não conseguem encontrar uma sintonia, e francamente o plot das resistências de Lucious com a opção sexual do filho já deu o que tinha que dar. Passamos uma temporada em cima disso. Não que o personagem tenha que aceitar magicamente, mas o roteiro precisa seguir em frente.

Enfim, se juntar todo o pandemônio que foi esse episódio, a única coisa que acaba salvando para a continuidade da história, é mesmo a questão dos sequestradores e sua ligação com o novo namorado de Cookie, que a direção revelou muito sutilmente no fim do episódio. Ficamos na expectativa de que a história se desenvolva e, porque não, volte para assombrar Hakeem. Os produtores da série devem grandes disculpas à Bryshere Y. Gray, e Robert Munic não deveria ser nunca mais empregado.