Review: The Walking Dead s06e15 – “East”

O Cinema de Buteco adverte: O texto a seguir possui spoilers das HQ’s e deverá ser apreciado com moderação.

The Walking Dead está se superando na arte de encerrar seus episódios com os chamados cliffhangers, aquelas cenas que nos deixam arranhando a alma com a unha por ter que esperar uma semana inteira pelo próximo episódio. A “morte de Glenn” ficou no chinelo perto do final do penúltimo episódio do sexto ano da série.

“East” apresenta a fuga de Carol de Alexandria e a tentativa de Rick e Morgan resgatá-la. Paralelamente, Daryl, Rosita, Glenn e Michone tentam encontrar Dwight para garantir a vingança pela morte de Denise, mas não contavam com a “astúcia” dos Salvadores. Tudo se encaixa para um encerramento épico com 90 minutos de duração. E olha, vamos ser sinceros… por mais que a morte de Glenn esteja muito encaminhada, dá um frio na barriga considerar a possibilidade dos produtores surpreenderem os telespectadores com duas grandes mortes ou simplesmente substituir o coreano por outro personagem querido, como Daryl.

A introdução é misteriosa e “engana” o fã, que sem saber o que está acontecendo, logicamente, vai temer pelo pior. Mas não demora muito para todo o sangue no asfalto ser explicado e a gente se admirar com mais uma demonstração de como Carol é mortífera. Ela até tenta conversar com o grupo de Salvadores e evitar que eles se machucassem, mas sabe como é a arrogância, né?

Aliás, sobre a arrogância podemos comentar que Rick mas uma vez se apresenta como Deus ao dizer para Michone que “o mundo é nosso”. Essa presunção do nosso protagonista faz com que ele fique cego para as coisas ao seu redor. O diálogo com Morgan no final do episódio deixa Rick atordoado, ensaiando um princípio de questionamento para a sua sede de sangue.

Me agrada a escolha de “It’s All Over”, de Johnny Cash, para ilustrar cenas dos heróis vivendo uma calmaria em Alexandria. Eles vivem seus momentos sem ter ideia do que está reservado para o futuro. A ironia dessa sequência chega a doer, mas coloca o telespectador numa posição privilegiada de saber que a paz está chegando ao fim.

Um amigo me acusou de pegar leve nas críticas de Demolidor e The Walking Dead ao ignorar determinados “absurdos” dentro da mitologia da série. “East” fracassa ao tentar nos convencer que Morgan e Rick (mesmo sem terem o talento de Daryl para rastrear pessoas) não perceberam que havia um Salvador vivo e sangrando bem perto deles. Será que o medo de perder Carol afetou tanto Rick assim? E quantas vezes na série Daryl errou um tiro com a sua arma? Que coincidência errar justamente quando o alvo seria Rosita.

Confesso que não me interesso por esse tipo de falha porque em nada acrescentam para o desenvolvimento da história. Podem afetar diretamente a lógica que certamente causaria a morte dos protagonistas, mas o carisma desses personagens e a minha vontade de poder admitir que gosto de uma novela falam mais alto.

Teremos agora uma longa (e dolorosa) espera para descobrir quem realmente foi ferido por Dwight no final do episódio (podemos torcer para que o sujeito tenha uma morte dolorosa?) e nos preparar psicologicamente para o final dessa ótima sexta-temporada, que mesmo com sua irregularidade manteve a missão de ser fiel aos quadrinhos e ainda conseguir surpreender os fãs.