Photo Credit: Gene Page/AMC

Review: The Walking Dead s07e02 – “The Well”

DEPOIS DAS MORTES CHOCANTES DA SEMANA ANTERIOR, The Walking Dead s07e02 – “The Well” é um episódio mais tranquilo que se permite até momentos de humor protagonizados por Carol (Melissa McBride) e a introdução da aguardada comunidade conhecida como O Reino.

Em “The Well” descobrimos que até o excêntrico Rei Ezekiel foi obrigado a fazer um acordo com o grupo Salvadores para evitar que Negan (Jeffrey Dean Morgan) leve a Lucille para fazer uma visitinha de leve. Em uma das cenas, Morgan conversa com um jovem chamado Ben e discutem sobre se lutar contra os mercenários é ou não uma escolha certa.

O sétimo ano de The Walking Dead está se revelando cheio de surpresas no elenco. Ainda que a qualidade Dean Morgan não seja uma novidade, o que ele fez com Negan acabou surpreendendo por ficar além da expectativa e agora descobrimos em Khary Payton outro ator inspirado. Os minutos iniciais na companhia do personagem são realmente engraçados por conta dos excessos do mesmo. Tudo parece exagerado e a impressão é que Rei Ezequiel é o rei da excentricidade e loucura. Provavelmente um daqueles malucos que colocaria fogo no próprio reino. Meio Game of Thrones feelings, sabe?

No entanto, depois de uma introdução bem “cheguei, telespectadores! Me amem!”, bastaram duas sequências para mostrar o outro lado de Ezequiel. Primeiro no encontro com os Salvadores, quando adota uma postura mais séria e tensa. E no melhor momento do episódio, quando Carol está fugindo e ele a flagra. Numa tentativa de convencê-la a ficar, Ezequiel conta toda a sua história de vida e como foi que ele se tornou um “rei”. Engraçado como tudo na vida é uma longa disputa entre azar e sorte, e em como nós aproveitamos essas oportunidades. Ezequiel aproveitou a sua e teve a consciência de que as pessoas precisavam de uma figura de liderança para respeitar e seguir. Se o cara vem acompanhado de uma tigresa, melhor ainda.

Aliás, mesmo com efeitos visuais pouco atrativos, o CGI de Shiva funciona bem. A preocupação é imaginar como será quando a tigresa entrar em ação contra os mortos-vivos. Como isso não aconteceu nesse episódio, resta ao público apenas elogiar e reconhecer a opção dos produtores em utilizar a tecnologia a favor da narrativa ao invés de usar animais reais para as cenas. A iniciativa recebeu um prêmio especial da PETA, que afirmou que esse deveria ser o caminho para todas as outras produções de TV e cinema.

Por fim, agora é o momento de falar de Carol. Os minutos iniciais, aqueles em que ela é levada por Morgan para conhecer o Rei, são hilários. Carol faz caras e bocas para forçar simpatia e disfarçar seu choque ao se deparar com a porra de um tigre enorme e um sujeito cheio de pose num fucking trono improvisado. É engraçado, claro, mas vamos lembrar que Carol fez as mesmas coisas ao longo do quinto ano quando a turma de Rick chegou em Alexandria? Essa defesa natural da personagem em fingir ser uma idiota indefesa funcionou bem antes, mas agora não tem o mesmo efeito. Temia que os roteiristas fossem testar a nossa paciência logo de cara, mas os minutos finais do episódio apresentam uma reviravolta com o papo de Carol e Ezequiel, que claramente ficou a fim da melhor personagem feminina de The Walking Dead.

Com as mortes violentas de Abraham e Glenn, os produtores acertaram em dar sequência à história com um episódio leve, mas que não deixa de acrescentar para a narrativa. Agora é esperar o que virá na próxima semana…