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CineBH 2025: Mostra gratuita exibe 101 filmes em BH com Wagner Moura e homenagem a Carlos Francisco

Prepare o coração cinéfilo e reserve espaço na agenda: a 19ª edição da CineBH — Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte — acontece de 23 a 28 de setembro de 2025 e promete transformar a capital mineira no epicentro do cinema latino-americano contemporâneo. O melhor de tudo? A entrada é totalmente gratuita.

Com o tema “Horizontes Latinos: Nós Somos o Nosso Futuro?”, a CineBH 2025 chega com uma programação que vai muito além de entretenimento: são 101 produções, entre 48 longas, 1 média e 52 curtas-metragens, distribuídos em 71 sessões. Tudo isso espalhado por espaços culturais importantes da cidade, como o Cine Theatro Brasil, Fundação Clóvis Salgado e Praça da Liberdade.

A abertura oficial acontece no dia 23, às 20h, com a exibição do premiado “O Agente Secreto”, novo filme de Kleber Mendonça Filho estrelado por Wagner Moura — o mesmo que arrebatou Cannes 2025 com prêmios de direção, atuação e crítica.

E como toda grande mostra merece homenagens à altura, o ator mineiro Carlos Francisco será o nome celebrado nesta edição. Conhecido por sua atuação impactante em “Marte Um” e presença marcante em obras como “Estranho Caminho”, Carlos terá parte de sua trajetória revisitadas em exibições especiais e debates.

A curadoria de 2025 ainda aposta em seções temáticas como “Território e Conexões”, que destaca novos talentos da América Latina, “Vertentes”, dedicada ao cinema contemporâneo brasileiro e “Diálogos Históricos”, com uma mostra especial da obra do cineasta dominicano Nelson Carlo De los Santos Arias, que estará presente em sessões comentadas.

Mas a CineBH vai além da tela. O evento é também uma plataforma de encontros, trocas e formação, com rodas de conversa, capacitações, oficinas e painéis com profissionais do mercado audiovisual. Tudo isso com o objetivo de fortalecer o setor e construir novas pontes entre artistas, produtores e o público.

Paralelamente, a mostra abriga a 16ª edição do Brasil CineMundi, evento de coprodução internacional que reúne projetos em desenvolvimento e conecta o cinema brasileiro com mercados estrangeiros.

Se você ainda não conhece a CineBH, essa é a hora de mergulhar. E se já conhece, sabe bem: é impossível sair ileso de uma semana tão intensa de arte, política, estética e afetos.

SESSÃO DE ABERTURA: “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho

O filme mais premiado na competição de Cannes em 2025, “O Agente Secreto” levou prêmios de melhor direção, ator (Wagner Moura) e crítica no evento francês. Sua primeira exibição em Minas Gerais será no Cine-Theatro Brasil, na noite de 23/3, às 20h.

RECORTE LATINO-AMERICANO: MOSTRA TERRITÓRIO E MOSTRA CONEXÕES  

A partir do tema “Horizontes Latinos: Nós Somos o Nosso Futuro?”, a 19ª CineBH destaca 16 filmes nas mostras Território (competitiva) e Conexões, com produções de Brasil, Uruguai, México, Equador, Peru, Chile, Argentina, Porto Rico e Colômbia, várias delas em coproduções com países europeus e asiáticos. A seleção privilegia títulos inéditos ou com pouca circulação no Brasil e explorando perspectivas únicas do continente, com curadoria de Cléber Eduardo, Ester Fér, Leonardo Amaral e Mariana Queen Nwabasili. A Mostra Território chega ao terceiro ano competitivo com filmes desafiadores, nos limites da linguagem e de realizadores de até três longas-metragens no currículo. Já a Conexões, novidade desta edição, destaca a inventividade em formas amplas e serve de ampliação do panorama no continente a partir da visão dos curadores.

Território 

  • “Bienvenidos Conquistadores Interplanetários y Del Espacio Sideral” (Colômbia, Portugal, 2024), de Andrés Jurado, 95 min
  • “Chicharras” (México, 2024), de Luna Marán
  • “Huaquero” (Equador, Peru, Romênia, 2024), de Juan Carlos Donoso Gómes
  • “Movimento Perpétuo” (Brasil, 2024), de Leandro Alves
  • “Punku” (Peru, Espanha, 2025), de J. D. Fernández Molero
  • “Queimadura Chinesa” (Uruguai, Brasil, 2025), de Verónica Perrota
  • “Uma casa com dois cachorros” (Argentina, 2025), de Matías Ferreyra

Conexões 

  • “Álbum de família” (Argentina, 2024), de Laura Casabé
  • “Cais” (Brasil, 2025), de Safira Moreira
  • “Crónicas del absurdo” (Cuba, 2024), de Miguel Coyula
  • “Memória Implacable” (Chile, Argentina, 2024), de Paula Rodríguez
  • “Notas sobre um desterro” (Brasil, 2025), de Gustavo Castro
  • “Todo documento de civilización” (Argentina, 2024), de Tatiana Mazú González
  • “Todo parecía posible” (Porto Rico, Estados Unidos, 2024), de Ramón Rivera Moret
  • “Un cuento de pescadores” (México, 2024), de Edgar Nito

MOSTRA VERTENTES  

Criada no ano passado para abrigar filmes brasileiros de destaque em festivais do país, em 2025 a Vertentes se ampliou para um recorte mais geral de produções contemporâneas realizadas no país, sendo assim uma seção representativa da diversidade nacional. Sejam suas trajetórias em festivais, trajetória de seus realizadores ou expectativa gerada em torno das obras, a seleção reflete caminhos criativos em andamento, narrativas que exploram conflitos, transformações e descobertas multifacetadas. A curadoria é de Marcelo Miranda e Rubens Fabrício Anzolin e conta com pré-estreias, todas inéditas em Belo Horizonte.

  • “A Voz de Deus” (2025), de Miguel Antunes Ramos
  • “Apenas Coisas Boas” (2025), de Daniel Nolasco
  • “Aqui não Entra Luz” (2025), de Karoline Maia
  • “Assalto à Brasileira” (2025), de José Eduardo Belmonte
  • “Enquanto o Céu não me Espera” (2025), de Christiane Garcia
  • “Enterre seus Mortos” (2024), de Marco Dutra
  • “Meu Pai e Eu” (ES, 2024), de Thiago Moulin
  • “Morte e Vida Madalena” (2025), de Guto Parente
  • “Nosferatu” (2025), de Cristiano Burlan
  • “Paraíso” (2025), de Ana Rieper
  • “Um Minuto é uma Eternidade para Quem está Sofrendo” (2025), de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro
  • “Verde Oliva” (2025), de Wellington Sari

MOSTRA HOMENAGEM  

O tributo da 19ª CineBH será ao ator mineiro Carlos Francisco, uma das presenças mais marcantes e carismáticas do cinema brasileiro contemporâneo. Celebrado por sua versatilidade, Carlos iniciou a carreira no teatro amador nos anos 1980, fundou o Grupo Folias em São Paulo e estreou no cinema em 2005 com “O Casamento de Romeu e Julieta”. Sua atuação é marcada por gestos sutis, domínio corporal e transmissão de solidez paterna aliada à vulnerabilidade. Tornou-se mundialmente conhecido por suas participações especialmente em “Bacurau” (2019), “Marte Um” (2021) e “Estranho Caminho” (2023). A celebração a Carlos Francisco acontece na noite de 23 de setembro, no Cine Theatro Brasil Vallourec, com a presença do ator e a exibição do filme de abertura “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, no qual Carlos atua ao lado de Wagner Moura. Outros filmes com sua presença na programação são “Enterre seus Mortos” e “Suçuarana”. Especialmente em sua homenagem estão em exibição:

Longas:

  • “Marte Um” (Minas Gerais), de Gabriel Martins
  • “Estranho Caminho” (Ceará), de Guto Parente

Curtas:

  • “A Máquina Infernal”, de Francis Vogner dos Reis
  • “Nada”, de Gabriel Martins
  • “Um Homem que Voa: Nelson Prudêncio”, de Maurílio Martins e Adirley Queirós

MOSTRA DIÁLOGOS HISTÓRICOS  

Em 2025 a Diálogos Históricos, recorte da CineBH que expande os conceitos de outras mostras e da temática a partir de uma pequena seleção de títulos com debates, faz um destaque-homenagem ao dominicano Nelson Carlo De los Santos Arias. Jovem em idade e experiente em realizações, Nelson tem obras emblemáticas que o tornam um dos nomes mais singulares do continente. Nascido em 1985 em Santo Domingo, Nelson formou-se em Cinema pela CalArts e ganhou projeção com filmes que rompem convenções narrativas por sua visão decolonial e pluralidade cultural caribenha. Com curadoria de Marcelo Miranda e colaboração de Cléber Eduardo, a seleção exibe quase toda a obra de Nelson ao longo de três dias. Todas as sessões vão ter a presença do cineasta, que irá conversar com os espectadores.

  • “Canciones de Cuna” (2014)
  • “Cocote” (2017)
  • “Pareces una carreta de esas que no la para ni lo’ bueye” (2013)
  • “Santa Teresa y Otras Historias” (2015)

MOSTRA CINEMUNDI  

Celebrando os 16 anos do Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, com curadoria de Pedro Butcher, o recorte exibe filmes cujos primeiros projetos passaram pelo programa de coprodução, realizado anualmente em Belo Horizonte. Tendo firmado parcerias no país e no exterior, todos eles vêm tendo ampla repercussão no cenário mundial em anos recentes.

  • “A Natureza das Coisas Invisíveis” (DF, 2025), de Rafaela Camelo, 90 min
  • “A Vida Secreta dos Meus Três Homens” (PE, 2025), de Letícia Simões, 75 min
  • “As Muitas Mortes de Antonio Parreras” (RJ, 2024), de Lucas Parente, 65 min
  • “Nimuendajú” (MG, 2024), de Tania Anaya, 85 min
  • “Suçuarana” (MG, 2024), de Clarissa Campolina e Sérgio Borges, 85 min

MOSTRA PRAÇA  

A Mostra Praça acontece a céu aberto na Praça da Liberdade, integrando o cinema à paisagem urbana de Belo Horizonte. Para este ano, o foco está na música como elemento de ligação entre os filmes, com ritmos a compor corpos, memórias e narrativas e a ampliar a experiência coletiva. Cada filme traduz a musicalidade como forma de resistência, invenção lúdica ou conexão cultural.

  • “Lagoa do Nado – A Festa de um Parque” (MG, Brasil, 2025), de Arthur B. Senra
  • “Milton Bituca Nascimento” (Brasil, 2025), de Flávia Moraes
  • “Ritas” (Brasil, 2025), de Oswaldo Santana e Karen Harley

Além disso, o cine-concerto “Tela Sonora” vai unir uma pequena série de curtas-metragens de animação brasileiros para toda a família à música eletrônica ao vivo do francês Jérôme Lopez.

MOSTRA A CIDADE EM MOVIMENTO  

Com produções independentes de Belo Horizonte e região metropolitana em diálogo direto com a vivência nas cidades, a curadoria de Bruna Piantino adotou o tema “Um lugar ao sol”, numa reflexão sobre ocupar o lugar de direito, reconhecer a pluralidade de subjetividades e abrir espaço para relações não convencionais entre corpos que se transformam ao sonhar novos cenários de vida. Serão 13 filmes, entre curtas e longas-metragens, em sessões temáticas com rodas de conversa sobre maternidade solo, corpo-território, existências trans, arte e desejo e entrelaços geracionais, com a presença de convidados.

Curtas:

  • “Babilônia”, de Duda Gambogi
  • “Carlito(s)”, de Pedro Rena
  • “Escuta pra cê vê”, de Arthur Medrado e Thamira Bastos
  • “Não Quero ser Capeta, Não!”, de Duna Dias e Leonardo Augusto
  • “Pandeminas”, de Ben-Hur Nogueira
  • “PPL é Quem?”, de Ludmilla Cabral
  • “Ressaca”, de Pedro Estrada; “Mandinga”, de Mariana Starling
  • “Tudo o que Quiser”, de Mariana Machado
  • “Um Ato de Corpo Inteiro”, de Marianna Fagundes
  • “Vidas (ou)vidas – Yusuf”, de Luís Evo

Longas:

  • “Lagoa do Nado – A Festa de um Parque”, de Arthur B. Senra
  • “Sou Amor”, de André Amparo e Cris Azzi

MOSTRA DE CURTAS-METRAGENS

Os 18 curtas-metragens selecionados por Rubens Fabricio Anzolin foram agrupados em quatro sessões, com obras que exploram poéticas singulares de se relacionar com o mundo. São filmes sobre o território e o Brasil, desviando do realismo puro para mergulhar em texturas, experimentações e brechas narrativas. Diminuir os ritmos, subverter os campos, esticar durações e oferecer sensações amalgamadas e deformadas é aquilo que parece estar em jogo nestes filmes. Assistir a essas produções é se conectar com trabalhos de diversos estados, que utilizam a linguagem para refletir questões políticas contemporâneas, mantendo o compromisso de reinventar, com mais ou menos recursos, uma linguagem da brevidade.

  • “Aparição”, de Camila Freitas
  • “Bailinho”, de Gabriel Vieira de Mello
  • “Confluências”, de Dácia Ibiapina
  • “Desvios Diários: Domingo”, de Bruno Risas
  • “Dois Nilos”, de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro
  • “Entre Aulas”, de Marizele Garcia
  • “Goiânia: Notas Pendulares sobre a Metrópole”, de O. Juliano Gomez
  • “Jamais visto”, de Natália Reis
  • “Kabuki”, de Tiago Minamisawa
  • “Lagoa Armênia”, de Leonardo da Rosa
  • “Mãe do Ouro”, de Maick Hannder
  • “Marmita”, de Guilherme Peraro
  • “Moscou”, de Victória Correa Silva
  • “Pequeno B”, de Lucas Borges
  • “Sebastiana”, de Pedro de Alencar
  • “Sutura”, de Felipe Fuentes e Miller Martins
  • “Terra Mãe Mãe Terra”, de Júlia Mattar
  • “Três”, de Lila Foster

 

MOSTRINHA 

Para toda a família, tem a Mostrinha de Cinema, com sessões no Cine Petrobras na Praça e no Cine Santa Tereza. As sessões serão acompanhadas pelos personagens da Turma do Pipoca e intervenções circenses. E o programa Cine-Expressão – A Escola vai ao cinema, conta com a curadoria de Ramina El Shadai com oferta de sessões cine-escola, seguidas de cine-debates com exibição de filmes brasileiros entre longas e curtas, programados para atender estudantes por faixas etárias (5 a 7 anos, 8 a 10 anos, 11 a 13 anos e a partir de 14 anos) no Teatro de Câmara Cine Theatro Brasil e Cine Santa Tereza. As sessões são destinadas às escolas inscritas previamente pelo site cinebh.com.br.

Mostrinha

  • “Menino Gepeto”, de Cláudio Constantino e Rafael Guimarães
  • “Sacis”, de Bruno Bennec
  • “Sobre Amizades e Bicicletas”, de Julia Vidal