Dirigido por Josh Boone (A Culpa é das Estrelas, 2014) e baseado na obra homônima de Colleen Hoover, Se Não Fosse Você é aquele tipo de filme que a gente já sabe exatamente para onde vai, mas ainda assim embarca. A trama acompanha Morgan Grant (Allison Williams) e sua filha Clara (Mckenna Grace) tentando reconstruir suas vidas após um trágico acontecimento, enquanto segredos de família vêm à tona e ambas descobrem novas formas de amor e perdão.
O longa aposta em um romance previsível e cheio de clichês, mas que funciona dentro da sua proposta. O diretor entende o público que gosta de histórias intensas, dramáticas e, claro, bem açucaradas. É aquele tipo de filme perfeito para um fim de tarde chuvoso.
Algo que me chamou atenção e acabou me incomodando um pouco, foi a escolha de manter os mesmos atores nas cenas de flashback. Apesar do elenco ser muito bom e funcionar bem nas partes mais maduras da história, as tentativas de rejuvenescimento digital e maquiagem não convenceram. Os flashbacks ficaram inverossímeis e destoaram do restante do filme, acredito que teria sido mais eficaz escalar atores diferentes para essas fases.
Por outro lado, o filme acerta em cheio no carisma do ator Mason Thames, que interpreta Miller Adams. Ele entrega o personagem mais cativante da trama: inteligente, carismático, divertido e com uma química sincera com Mckenna Grace.
Há algo em Se Não Fosse Você que remete diretamente à era dos romances baseados em livros de Nicholas Sparks como Diário de uma Paixão (2004), Querido John (2010), Um Amor para Recordar(2002). A narrativa parece consciente disso e se inspira nesses filmes, porém com uma pegada atualizada para a geração Z.
Nessa perspectiva, o filme consegue entreter e emocionar na medida certa. É um pouco previsível? Sim, mas no fim das contas, Se Não Fosse Você tem coração e, às vezes, isso é tudo o que a gente precisa.
Se Não Fosse Você estreia nos cinemas brasileiros dia 23 de outubro.