Mesmo o último colocado desta lista não deixa de ter méritos. 2025 foi um ano generoso para a animação, com filmes que apostaram em entretenimento, reflexão social, experimentação estética e emoção. Abaixo, organizamos os títulos do impacto mais leve ao mais marcante.
8) Zootopia 2
Zootopia 2 retorna a um universo querido, mas sem o mesmo frescor do original. A continuação amplia debates sobre poder, medo e convivência social, mas faz isso de maneira mais segura, sem grandes rupturas narrativas.
Ainda assim, o filme mantém o carisma dos personagens e o humor afiado da Disney, funcionando bem como entretenimento familiar. Não é um retrocesso, mas também não redefine o que Zootopia pode ser. Um bom filme, porém o menos ousado da lista.
https://www.youtube.com/watch?v=A-7RMaQaygI
7) Os Caras Malvados 2
Os Caras Malvados 2 entrega exatamente o que promete: ritmo acelerado, humor eficiente e personagens carismáticos. A tentativa de discutir redenção e identidade existe, mas aparece de forma mais leve, sem grandes riscos.
A animação diverte, agrada públicos diferentes e mantém o visual estilizado da DreamWorks, mas se acomoda em fórmulas já testadas. Funciona muito bem como sessão descompromissada, embora não deixe marcas profundas.
https://www.youtube.com/watch?v=DccewDgXihs
6) Ne Zha 2
Em Ne Zha 2, o espetáculo visual fala alto. As batalhas impressionam, especialmente em salas 3D, e o uso de efeitos reforça a grandiosidade da mitologia chinesa apresentada.
A narrativa se ancora fortemente na ação e no temperamento explosivo do protagonista, o que garante energia constante. Apesar de não aprofundar tanto seus conflitos, o filme se destaca pela identidade cultural e pela capacidade de competir com grandes estúdios ocidentais, mostrando a força da animação chinesa.
https://www.youtube.com/watch?v=ETlOSBR92Fs
5) Make a Girl
Make a Girl cresce justamente por não buscar consenso. O visual em anime 3D pode dividir opiniões, mas funciona como metáfora para uma vida mediada pela tecnologia, cheia de camadas e distanciamentos.
Ambientado em um país de primeiro mundo, o filme critica a dependência de máquinas para tarefas cotidianas e expõe a falsa sensação de controle que a tecnologia oferece. Baseado no curta Make Love (2020), de Yasuda, o longa é sensível, provocador e aponta para uma nova Era de Ouro dos Animes no Cinema.
https://www.youtube.com/watch?v=ZNsoMg57v9g
4) Chainsaw Man – O Filme: Arco da Reze
Mais intimista do que explosivo, Chainsaw Man – Arco da Reze desacelera a violência da série para olhar para os afetos tortos de seus personagens. A relação entre Denji e Reze é construída com melancolia, tensão e inevitável tragédia.
O filme entende que o horror maior não está apenas nos demônios, mas no mundo que transforma amor em moeda de troca. Uma obra dura, emocionalmente pesada e que permanece com o espectador após os créditos.
https://www.youtube.com/watch?v=4CP8zxNVID8
3) Guerreiras do K-Pop
Guerreiras do K-Pop surpreende ao usar o brilho da indústria musical como porta de entrada para discutir pressão, identidade e performance. Por trás das coreografias impecáveis e da estética vibrante, existe uma reflexão sobre o custo emocional da fama.
As músicas funcionam como extensão da narrativa, conduzindo conflitos e transformações das personagens. É uma animação que dialoga com a cultura pop contemporânea sem superficialidade, equilibrando entretenimento e crítica social.
https://www.youtube.com/watch?v=d1tH-3dhQYE
2) Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito
Castelo Infinito eleva Demon Slayer a um patamar épico. As batalhas são grandiosas, tecnicamente impecáveis, mas carregadas de peso emocional. Cada confronto representa perda, sacrifício e despedida.
Mais do que ação, o filme fala sobre legado, luto e persistência. É um espetáculo visual que não esquece o drama humano, consolidando o anime como um dos grandes fenômenos do cinema de animação atual.
https://www.youtube.com/watch?v=mx9u8lRmY3o
1) A Mais Preciosa das Cargas
No topo da lista, A Mais Preciosa das Cargas se impõe pela simplicidade devastadora. Em meio ao horror da guerra, um gesto mínimo — acolher um bebê jogado de um trem — torna-se um ato radical de humanidade.
A animação dirigida por Michel Hazanavicius constrói sua força no silêncio, nos contrastes e na delicadeza dos afetos. É um filme que fala sobre dor, resistência e esperança sem recorrer a excessos, provando que a animação também pode ser um dos espaços mais poderosos do cinema adulto e autoral.
https://www.youtube.com/watch?v=SX5P0xkoP64
Mesmo organizadas do impacto mais leve ao mais profundo, todas essas animações ajudam a provar que 2025 foi uma safra excepcional para o cinema de animação. Dos grandes estúdios às produções autorais, passando por diferentes culturas e linguagens, o ano mostrou que animar é pensar o mundo, provocar emoções e criar pontes entre entretenimento e reflexão.
Uma lista diversa, ousada e, acima de tudo, muito forte — como a animação merece ser.

