Final de It Welcome to Derry

Final de IT: Welcome to Derry confirma teoria bombástica e conecta a série diretamente aos filmes

O episódio final de IT: Welcome to Derry, intitulado “Winter Fire”, não apenas encerra a primeira temporada da série da HBO Max como confirma oficialmente uma das teorias mais comentadas pelos fãs desde os primeiros episódios — e o faz da maneira mais cruel possível.

Sim: Marge Truman é, de fato, a mãe de Richie Tozier.

Mas a revelação vai muito além de um simples laço familiar. Ela redefine o papel de Pennywise no tempo, transforma o sacrifício de Rich em um evento-chave da mitologia de IT e reposiciona toda a série como uma engrenagem essencial dos filmes de Andy Muschietti.

⚠️ Spoilers pesados a seguir para o episódio final de IT: Welcome to Derry.


Do romance improvável ao sacrifício que muda tudo

Desde os primeiros episódios, Welcome to Derry constrói sua esperança em meio ao horror através da relação entre Marge Truman (Matilda Lawler) e Rich Santos (Arian S. Cartaya). Em um universo onde crianças morrem com frequência, o afeto entre os dois funciona como raro ponto de luz.

Rich é pequeno, mas jamais se sente menor. Marge começa como alguém seduzida pela popularidade, mas aos poucos escolhe a empatia, a amizade e a coragem. O episódio 6 consolida esse vínculo: Rich cuida de uma ferida de Marge sem julgamentos, fala sobre cavaleiros, e ela rejeita o grupo popular para ficar ao lado dele.

Isso torna o destino dos dois ainda mais devastador.

Durante o ataque racista ao Black Spot, Rich empurra Marge para dentro de uma geladeira improvisada, deita sobre ela e aceita a morte para salvá-la. “Cavaleiros salvam donzelas.” Rich morre não pelas mãos de Pennywise, mas pelo ódio humano — algo que IT sempre tratou como combustível do mal.


A teoria que virou confirmação no final

Desde que os fãs perceberam que Rich vive em 1962 e que Richie Tozier pertence à geração seguinte do Clube dos Perdedores, a especulação começou:

E se Marge fosse a mãe do Richie?

O episódio final confirma isso sem rodeios, e não em um momento de ternura, mas em uma cena de terror psicológico puro.


Pennywise tenta impedir o nascimento de Richie Tozier

No clímax do episódio, Pennywise confronta Marge e a chama de “Margaret Tozier”.

Confusa, ela reage — Tozier não é seu sobrenome. Pennywise então revela o futuro:

Um dia, ela terá um filho chamado Richie.
A menos que ele morra com ela ali.

O palhaço mostra um cartaz de desaparecimento com o rosto de Richie Tozier aos 13 anos (Finn Wolfhard), conectando diretamente a série aos eventos dos filmes IT (2017).

O detalhe mais perturbador: Pennywise não faz isso apenas para assustar Marge.

Ele faz isso porque Richie adulto (Bill Hader) será parte fundamental de sua derrota décadas depois.


Pennywise existe fora do tempo — e isso muda tudo

A cena deixa claro algo crucial: Pennywise enxerga passado, presente e futuro simultaneamente. Para a criatura, a própria morte é um evento paradoxal — talvez fim, talvez começo.

Se ele conseguir matar a mãe de Richie no passado, Richie nunca nascerá.
Se Richie nunca existir, Pennywise jamais será derrotado.

É uma tentativa desesperada de alterar a linha do tempo para salvar a si mesmo.

Marge só sobrevive novamente porque Dick Hallorann invade a mente da entidade e a paralisa — reforçando o elo espiritual entre personagens sensíveis ao “brilho” no universo Stephen King.


O peso do sacrifício: sem Rich, não existe Richie

No funeral de Rich, Marge faz um discurso simples, mas devastador: em apenas um mês, ele mudou sua vida para sempre. O espírito de Rich ainda parece presente — algo que Hallorann percebe.

A série deixa claro:

  • Marge seguirá em frente

  • Vai amar de novo

  • Vai se casar

  • Terá uma família

Mas o nome do filho será Richie, em homenagem ao garoto que salvou sua vida.

Sem Rich:

  • Marge morre no Black Spot

  • Richie Tozier nunca nasce

  • O Clube dos Perdedores nunca derrota Pennywise

O sacrifício de uma criança em 1962 ecoa até os anos 1980.


O que o final prepara para as próximas temporadas

Com Pennywise entrando em mais um ciclo de hibernação de 27 anos, Marge revela a Lilly o que o palhaço lhe disse: talvez a morte seja o que liberta a criatura — o que explicaria sua percepção fragmentada do tempo.

A conversa sugere fortemente que:

  • A 2ª temporada deve se passar em 1935

  • Pennywise pode tentar matar os pais ou avós dos futuros Perdedores

  • A série funcionará como uma arqueologia do trauma de Derry

Cada temporada, um mergulho mais profundo no passado.
Cada geração, mais uma tentativa do mal de se autopreservar.


Welcome to Derry não é spin-off — é peça central

O final deixa claro que IT: Welcome to Derry não existe para “expandir” o universo por conveniência.

Ela existe para responder perguntas fundamentais:

  • Por que Derry nunca se cura?

  • Como o trauma atravessa gerações?

  • O que realmente derrota Pennywise?

A resposta é cruel, simples e profundamente humana:

Amor, sacrifício e memória.

Sem Rich, não existe Richie.
Sem Richie, Pennywise vence.