Se você sobreviveu ao primeiro filme e achou que já tinha entendido o universo caótico da Freddy Fazbear’s Pizza, é melhor segurar o chapéu de segurança. Porque Five Nights at Freddy’s 2 chegou com tudo: mais personagens, mais sustos, mais lore… e menos lógica.
A sequência do sucesso de 2023 chega aos cinemas (e logo ao Prime Video), prometendo expandir o universo da franquia de Scott Cawthon — e expandir aqui é sinônimo de jogar três jogos, quatro timelines e cinco backstories no liquidificador. O resultado? Um filme que vai deixar os fãs eufóricos e os desavisados perguntando: “pera, quem é Marionette mesmo?”
Qual é a história desta vez?
Prepare-se para dar uma volta ao passado. A trama começa em 1982 com um flashback sombrio na Freddy’s original, onde conhecemos Charlotte Emily, a criança que encontra um destino trágico nas mãos de um Freddy bem mais sinistro. Essa cena já apresenta o novo vilão da vez: Marionette, uma espécie de Slenderman com máscara do Sem Rosto de A Viagem de Chihiro e o carisma de um encosto japonês.
Anos depois, o espírito de Charlotte (agora a própria Marionette) desperta e comanda um exército de animatrônicos… à distância, via “tecnologia sem fio de 1982” (não pergunte, só aceite). Ao mesmo tempo, Mike (Josh Hutcherson) tenta proteger sua irmã Abby, enquanto Vanessa (Elizabeth Lail) lida com o trauma de ser filha de William Afton, o assassino de criancinhas que também está de volta, claro.
Ah, e está rolando o FazFest na cidade — um festival bizarro que celebra o local onde, veja bem, crianças morreram. Sutil como animatrônico pulando na sua cara.
Destaques do Elenco
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Josh Hutcherson retorna como Mike, agora mais perdido do que nunca no meio de tanta lore.
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Elizabeth Lail ganha mais tempo em cena, mas ainda está atolada em flashbacks e diálogos sobre o passado.
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Matthew Lillard, sempre ótimo, se diverte no papel do eterno vilão com contrato pra mais dois filmes.
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Mckenna Grace entra como uma caça-fantasmas teen e, honestamente, merecia um filme só dela.
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Wayne Knight (o eterno Newman de Seinfeld) tem a morte mais próxima de um Scorsese meets Disney.
Terror ou teatro de animatrônico?
Sim, tem jumpscare. Vários. Até o Balloon Boy volta — e continua tão irritante quanto nos jogos. Mas o terror?
Meio PG-13, meio Sessão da Tarde com sangue invisível.
O Marionette impõe respeito, mas o filme raramente consegue manter tensão real. Os animatrônicos surgem do nada, somem do nada e pulam do teto como se fossem acrobatas olímpicos. Os sustos são eficientes, mas previsíveis. E o massacre no FazFest? Não acontece. Sim, o filme promete uma chacina em massa e entrega… uma quebra de expectativa frustrante.
Muita lore, pouca história
Esse é o problema central: excesso de exposição. O roteiro parece uma enciclopédia da série, com personagens explicando regras e conexões que só fazem sentido pra quem decorou os fóruns do Reddit em 2015. Quem é fã hardcore vai adorar cada piscadinha. Quem não for, vai boiar feio.
O final, como era de se esperar, deixa um gancho explícito para FNAF 3 — e cenas extras no pós-créditos deixam claro que a Blumhouse quer transformar isso numa trilogia de terror teen cinematográfica.
Onde assistir Five Nights at Freddy’s 2?
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Nos cinemas brasileiros a partir de 4 de dezembro de 2025
Veredito: vale a pena ver Five Nights at Freddy’s 2?
Se você é fã da franquia, jogou todos os games, viu cada teoria no YouTube e sabe a diferença entre Springtrap e Scraptrap — vá sem pensar duas vezes. O filme entrega fan service, sustos leves e mais pistas sobre o universo da série.
Mas se você procura um filme de terror consistente, com narrativa clara, tensão crescente e personagens bem desenvolvidos… vá com expectativas moderadas. A trama é bagunçada, o terror é diluído e o final promete mais do que entrega.

