Vale a pena HOLLAND

Nicole Kidman descobre um segredo bizarro no porão do marido em Holland

Holland não é só o nome de uma cidadezinha do interior dos EUA com delírios de Amsterdã: é também o novo thriller psicológico estrelado por Nicole Kidman, que mistura Desperate Housewives, Clube da Luta e um passeio de trem em câmera lenta. Mas afinal… vale o play?

Sobre o que é esse filme?

Imagine morar num parque temático de cultura holandesa, com tulipas, moinhos e gente vestida de camponês como se fosse normal. Agora imagine ser casada com um cara que ama mais o trem elétrico no porão do que você. É assim que vive Nancy Vandergroot (Kidman), uma professora exemplar, esposa dedicada, e… completamente paranoica. Ou será que não?

Quando começa a suspeitar que seu marido (o sempre misterioso Matthew Macfadyen) está escondendo segredos cabeludos — tipo mutilar bonecas de brinquedo —, ela mergulha numa investigação que mistura Janela Indiscreta com Donnie Darko versão tulipana. Spoiler: tem até um possível adultério metafísico no cardápio.

Pra quem é esse filme?

Se você ama mistérios suburbanos com toque surrealista, estética vintage e um “quê” de David Lynch (ou pelo menos uma tentativa honesta de parecer que viu Twin Peaks), Holland vai te intrigar. Agora, se você procura um thriller com tensão real ou reviravoltas bombásticas… talvez fique se perguntando se não trocou de canal e caiu numa propaganda de festival cultural.

É um prato cheio pra quem curte filmes com “gente bonita surtando em cidades bonitas”.

Quem tá no filme?

Além da sempre magnética Nicole Kidman, que aqui entrega uma mistura de mulher perfeita dos anos 50 com dona de casa prestes a explodir, temos Gael García Bernal como o professor fofo e potencial amante (mas com desenvolvimento de personagem nível “figurante com fala”). Matthew Macfadyen, no melhor estilo Kevin Spacey em Beleza Americana, é aquele marido que sorri demais pra ser confiável. E destaque para Jude Hill (o garotinho de Belfast) como o filho que parece ter saído de um filme de terror sueco.

Vale a pena assistir?

Holland é como aquele prato bonito do Instagram que chega à mesa meio sem sal. A estética é linda, a proposta é provocante, mas falta coragem pra mergulhar no absurdo que o filme promete. É como se o roteiro tivesse medo de parecer “demais” — resultado: fica de menos.

Dito isso, vale pelo passeio visual, pelo desempenho sempre classe A de Kidman e por algumas ideias que flertam com o brilhantismo, mesmo que o filme não tenha coragem de pular do trem.

Em resumo: Se você curte um mistério de fachada, com cara de cidade cenográfica e alma de novela noir, Holland é um ótimo domingo chuvoso. Mas se você esperava um novo Corra! ou Garota Exemplar, talvez se sinta preso no vagão errado.