a regra de jenny pen

Review A Regra de Jenny Pen: Quando o maior medo da velhice é ter um Chucky com artrite como vizinho

poster the rule of jenny penEnvelhecer é assustador. Rugas, dor nas costas, perder a senha do Netflix… Mas A Regra de Jenny Pen decidiu mostrar que existe algo ainda pior: ser vizinho de um velho psicopata que conversa com uma boneca assassina e ainda ter que sorrir fingindo que está tudo bem — tipo reunião de família, só que com chances reais de homicídio.

Na história, temos um senhorzinho (Jeffrey Rush) que é jogado numa casa de repouso onde a alegria morreu em 1972. Arrogante, mal-humorado e com menos empatia que o algoritmo do X, ele se recusa a fazer amizade com os outros velhinhos. Só que logo ele descobre que o verdadeiro perigo não é a comida de hospital ou o bingo às terças, mas sim o seu novo vizinho de quarto: um maníaco que acha que a Barbie ganha vida à noite e resolve descontar suas frustrações existenciais nos outros idosos.

O filme poderia ser apenas bizarro — e é — mas ele vai além: ele é um Hereditário passado numa ala geriátrica, dirigido por alguém que provavelmente cresceu lendo Contos da Cripta e assistindo Chaves ao mesmo tempo. A tensão é real, o desconforto é palpável, e o medo de acabar velho e indefeso é tão grande que você termina o filme ligando pra sua avó só pra dizer “eu te amo” e “me reserva um quarto aí se der ruim”.

É claro que, como todo bom filme de terror moderno, A Regra de Jenny Pen exige uma suspensão da descrença do tamanho do ego do Jared Leto. Você precisa acreditar que em 2025 ainda existam casas de repouso sem uma mísera câmera de segurança, onde idosos desaparecem mais fácil que meias na máquina de lavar e ninguém — absolutamente ninguém — acha estranho um boneco ambulante atravessando os corredores à noite.

Mas honestamente? Quem se importa? Quando você tem um roteiro que mistura O Iluminado com Toy Story, dirigido com a seriedade de quem acredita piamente que bonecas realmente fazem Pilates quando ninguém está olhando, o último dos seus problemas é a lógica.

Jeffrey Rush entrega uma atuação tão boa que faz você questionar se ele não é o próprio boneco possuído em cena. John Lithgow, por sua vez, faz o favor de transformar a experiência em algo ainda mais deliciosamente desconfortável — ele é o tipo de cara que, se fosse seu avô, você só visitaria de dia e com testemunhas. Sorte nossa que ele fez esse filme antes de virar Dumbledore na série do Harry Potter, porque depois ia ser difícil olhar pra ele sem esperar um Avada Kedavra a qualquer momento.

Agora, se você é do tipo de pessoa que fica incomodada com “furos de roteiro”, recomendo assistir A Regra de Jenny Pen com um queijinho suíço no prato — pelo menos assim você já entra no clima. Sim, o filme tem lógica furada? Tem. Mas também tem alma. E uma boneca psicótica que conseguiria facilmente ganhar uma temporada própria de RuPaul’s Drag Race.

No fundo, o terror real aqui não é a violência, nem a boneca macabra: é a sensação sufocante de ser descartado, esquecido, tratado como peso morto — e isso, meu amigo, é mais assustador do que qualquer jump scare barato. A Regra de Jenny Pen é um tapa na cara com luva de pelica (de segunda mão, claro, porque aposentadoria não paga essas frescuras), que escancara o lado mais cruel do envelhecimento com uma ironia tão fina que daria orgulho ao diabo.

Resumindo: se você quer ver um terror diferente, incômodo e absurdamente divertido, assista A Regra de Jenny Pen. Se não quiser, tudo bem também. Só não reclama quando acordar num futuro onde seu vizinho de quarto no asilo atende pelo nome de Chucky… e chama você pra jogar xadrez às três da manhã.

A Regra de Jenny Pen é um dos nossos favoritos para a lista de melhores filmes de terror de 2025. Confira outras dicas acessando o material completo.