Depois de ganhar o Oscar com Os Imperdoáveis (1992) e se consagrar como o padrasto badass de Hollywood, Clint Eastwood decidiu que precisava de um tempinho. Um spa? Uma massagem? Não, apenas recusar dirigir um thriller de ação intenso com John Malkovich surtando em slow motion. Segundo matéria do Far Out Magazine, o longa em questão era Na Linha de Fogo (1993), que acabou sendo comandado por Wolfgang Petersen e indicado a três Oscars. Mas para Eastwood, o troféu da vez era um: paz de espírito.
“Castle Rock queria que eu dirigisse e atuasse. Mas, logo depois de Os Imperdoáveis? Não dava. Muito pra fazer. Muita dor de cabeça”, disse ele ao Los Angeles Times, com a serenidade de quem já matou bandido no deserto só com o olhar.
A sabedoria do “deixa o BO pros outros”
Enquanto Morgan Freeman e Gene Hackman se divertiam nas gravações de Os Imperdoáveis, Clint estava lá, sofrendo com planilhas de produção, conflitos de agenda e possivelmente uma dor nas costas de tanto carregar o cinema nas costas. E o que ele aprendeu com isso?
“Eles estavam se divertindo deixando os pepinos pra mim. Então pensei: ‘Por que não faço o mesmo e deixo outra pessoa se ferrar?’”, revelou, com uma honestidade que só os lendas têm.
Resultado: ele atuou lindamente em Na Linha de Fogo, sem se preocupar se a grua estava no ângulo certo ou se o catering atrasou. E ainda teve tempo de dirigir Um Mundo Perfeito, com Kevin Costner, considerado um de seus melhores trabalhos. Um verdadeiro win-win.
A lição de Clint: delegue, viva mais
Desde então, só uma vez Clint atuou em um filme que não dirigiu: Curvas da Vida (2012). E olha, nem foi grande coisa. Parece que ele aprendeu que, se não for pra controlar tudo, melhor nem sair do rancho.
E cá entre nós: se até o Clint Eastwood — pistoleiro alfa, mago do western, homem que provavelmente encara o próprio reflexo até ele desviar o olhar — sabe a hora de parar, quem somos nós pra não cancelar um Zoom às 17h?

