ONDE ASSISTIR desejo de matar

Desejo de Matar (2018) | Onde Assistir ao remake que pergunta: “E se Bruce Willis resolvesse tudo na base do revólver?”

Se você pesquisou onde assistir Desejo de Matar, parabéns: o filme está disponível na Netflix. Agora, se você deveria apertar o play… aí é outra discussão — e ela envolve nostalgia, vigilantes urbanos e um Bruce Willis claramente já pensando na aposentadoria.


Onde assistir Desejo de Matar?

  • Netflix: disponível no catálogo brasileiro. Sem taxa extra, sem aluguel, sem desculpa.

  • TV aberta, madrugada de domingo: espiritualmente, esse filme nasceu para isso.

  • Sessão nostalgia: funciona melhor se você fingir que ainda é 1998.


Sobre o que é o filme?

Bruce Willis interpreta Paul Kersey, um cirurgião de Chicago que acredita no sistema… até o sistema falhar de forma brutal com sua família. A polícia está ocupada, a justiça é lenta, então ele faz o que qualquer cidadão comum faria em um filme de ação dos anos 80: compra uma arma e sai distribuindo justiça freestyle pela cidade.

O problema? Estamos em 2018, o mundo mudou, e Eli Roth (sim, o de O Albergue) decidiu dirigir isso como se fosse um super-herói sem capa, mas também sem muita noção de contexto social.

McClane de Jaleco: quando o botão “ativar Rambo” é pressionado sem cerimônia

Eli Roth pega o clássico reacionário dos anos 70, sacode a poeira e finge que 1974 foi ontem. Bruce Willis é Paul Kersey, cirurgião respeitável que vira justiceiro da madrugada depois que a esposa é assassinada e a filha entra em coma. Até aí, você pensa: ok, fantasia de vingança básica, vai doer mas desce.

Só que o filme quer duas coisas incompatíveis ao mesmo tempo:

  1. Brincar de crítica social

  2. Massagear o fetiche da arma como se fosse objeto sagrado

O resultado? Um filme que parece um clipe de “Back in Black” dirigido pelo Datena.

Bronson tinha cara de quem cortava lenha com a testa. Willis, aqui, começa tropeçando em arma (o roteiro admite duas gafes de principiante) e, duas cenas depois, está dando headshot em motorista em movimento, pregando mão de bandido no balcão do bar com faca como se fosse terça-feira no Nakatomi Plaza.

Não existe arco dramático. Existe um botão invisível escrito “ativar vigilante”. Apertou, pronto.


Quando a nuance promete… e foge correndo

Roth até finge que vai dizer algo. Intercala:

  • close em bisturi retirando balas

  • close em mão lustrando pistola

A promessa é clara: olha o ciclo da violência.
A entrega vem logo depois: bola de boliche na cara, piada ruim e o famigerado trocadilho do macaco hidráulico:

“Eu não vou te matar… mas o Jack vai.”

A plateia ri.
A inteligência pede exoneração.


Elenco que tenta segurar a bronca

  • Bruce Willis: no modo “mínimo esforço, máximo balas”.

  • Vincent D’Onofrio: sempre competente, mesmo quando o roteiro não ajuda.

  • Dean Norris (Breaking Bad): o detetive que parece saber que está num filme estranho.

  • Elisabeth Shue: desperdiçada num papel que merecia mais respeito.


Trailer de Desejo de Matar

https://www.youtube.com/watch?v=e1hIXEClwBQ

Assista e veja Bruce Willis descobrindo que a melhor terapia é calibre alto.


Vale a pena assistir?

  • Sim, se você curte filmes de vigilante urbano sem culpa e sem sutileza.

  • Não, se você espera profundidade, crítica social coerente ou algo remotamente atualizado.

  • Talvez, se você quer ver como Hollywood conseguiu errar um remake que já era problemático em 1974.

A crítica odiou (18% no Rotten Tomatoes), o público foi mais gentil (B+ no CinemaScore) e o Framboesa de Ouro bateu na porta. É aquele tipo de filme que não é bom — mas é assistível se você desligar o cérebro junto com o Wi-Fi moral.