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Indicados ao Oscar 2026: As apostas de Melhor Filme — e o duelo épico entre Hamnet, Sinners e One Battle After Another

O Oscar vai para… provavelmente um desses três

De acordo com o crítico Gregory Ellwood, do The Playlist, a corrida de Melhor Filme no Oscar 2026 já tem um trio praticamente imbatível:

São três filmes completamente diferentes — um épico histórico poético, um thriller político contemporâneo e uma guerra psicológica de proporções kubrickianas — mas todos têm o que a Academia mais ama: ambição, prestígio e campanhas milionárias de estúdio.

A Warner Bros., aliás, parece ter comprado um bilhete dourado: dois dos favoritos (Sinners e One Battle After Another) saíram debaixo de suas asas, com a bênção de Michael De Luca e Pam Abdy, enquanto Hamnet pode ser o primeiro troféu de Melhor Filme da história da Focus Features.


“Hamnet”: o Shakespeare que Chloé Zhao transformou em arte

Depois de Nomadland, Chloé Zhao troca vans e desertos por castelos e poesia. Hamnet — baseado no livro homônimo — acompanha Agnes Hathaway (Jessie Buckley) e seu marido William Shakespeare (Paul Mescal) em uma história de luto, amor e criação.

Vencedor do Prêmio do Público em Toronto, o filme foi descrito como “um milagre cinematográfico” e é o típico candidato que faz a Academia chorar, suspirar e dar a estatueta de olhos marejados.

Se vencer, Zhao crava seu nome de vez no Olimpo de diretoras com dois Oscars — e Jessie Buckley (já favorita em Melhor Atriz) arrasta o filme junto.


“Sinners”: Ryan Coogler transforma o pecado em espetáculo

Ryan Coogler deixou Wakanda de lado para dirigir algo ainda mais explosivo: Sinners, um drama religioso-político com Michael B. Jordan no papel de um pastor envolvido em uma teia de poder, fé e corrupção.

O The Playlist descreve o filme como “um estudo sobre moralidade que só poderia existir na era pós-Trump”, e Coogler parece ter feito sua versão pessoal de There Will Be Blood — só que com sermões e fuzis automáticos.

É o tipo de projeto que grita “Oscar bait” em Dolby Surround. E se Sinners realmente entregar o que promete, pode ser a chance de Coogler finalmente sair do tapete vermelho com a estatueta.


“One Battle After Another”: Paul Thomas Anderson em modo épico

Paul Thomas Anderson está de volta — e mais PTA do que nunca.
One Battle After Another traz Leonardo DiCaprio em uma performance intensa (e já garantida como indicação de Melhor Ator), interpretando um militar atormentado em um pós-guerra onde a paz é o verdadeiro inferno.

Ellwood, do The Playlist, chamou o filme de “um épico moral em câmera lenta, digno de Kubrick e Peckinpah”.
Traduzindo: espere um filme com planos longos, metáforas sobre culpa e pelo menos uma sequência onde DiCaprio encara o vazio existencial olhando para o horizonte.


Os pesos pesados ainda não vistos

Entre os grandes nomes que ainda não estrearam, dois títulos dominam o hype:

  • “Avatar: Fire and Ash”, de James Cameron, que promete ser visualmente absurdo e, claro, caríssimo. A dúvida é se o público ainda liga para Pandora em 2025.

  • “Wicked for Good”, de Jon M. Chu, a segunda parte do musical com Cynthia Erivo e Ariana Grande. Se o hype do primeiro filme continuar, pode repetir a façanha de La La Land.

Cameron e Jon Chu entram naquela categoria de “ninguém viu, mas já estamos apostando porque a campanha de marketing é irresistível”.


As apostas intermediárias — o miolo da lista

O The Playlist lista uma leva de possíveis indicados que podem crescer com o boca a boca dos festivais:

  • “Sentimental Value”, de Joachim Trier — um drama aclamado em Cannes, estrelado por Renate Reinsve (A Pior Pessoa do Mundo).

  • “Bugonia”, de Yorgos Lanthimos — mais uma parceria insana com Emma Stone, agora misturando política, filosofia e ironia.

  • “Jay Kelly”, de Noah Baumbach — sobre o caos hollywoodiano, sempre um prato cheio para a Academia.

  • “Is This Thing On?”, de Bradley Cooper — ainda inédito, mas fecha o Festival de Nova York e pode ser sua terceira indicação consecutiva.

  • “Nouvelle Vague”, de Richard Linklater — homenagem ao cinema francês, rodada com charme texano e alma cinéfila.

  • “No Other Choice”, de Park Chan-wook — thriller político com alta chance de indicação internacional.

  • “Marty Supreme”, de Josh Safdie — ainda um mistério, mas o pedigree da família Safdie é suficiente para causar barulho.

  • “Train Dreams”, de Clint Bentley — sensação de Sundance, com lançamento pela Netflix em novembro.


Os longshots (ou os que vão render memes no Oscar Party)

Se a Academia resolver ser generosa, ainda podem surgir surpresas como:

  • “The Lost Bus”, de Paul Greengrass — catástrofe real com Matthew McConaughey.

  • “The Smashing Machine”, de Benny Safdie — drama esportivo estrelado por Dwayne Johnson.

  • “The Secret Agent”, de Wagner Moura — destaque em Cannes, mas ainda precisa ser visto por mais votantes.

  • “Song Sung Blue”, de Kate Hudson — sim, Kate Hudson. E não, não é comédia romântica.


O veredito do The Playlist

Favoritos absolutos:

  • Hamnet (Focus Features)

  • Sinners (Warner Bros.)

  • One Battle After Another (Warner Bros.)

Prováveis:

  • Avatar: Fire and Ash

  • Wicked for Good

  • Sentimental Value

Na disputa:

  • Bugonia

  • Jay Kelly

  • Nouvelle Vague

  • Marty Supreme

  • Is This Thing On?

  • No Other Choice

  • Train Dreams

Longshots simpáticos:

  • The Smashing Machine

  • The Lost Bus

  • The Secret Agent

  • Song Sung Blue


Conclusão: o Oscar está prestes a virar um octógono

O Oscar 2026 parece uma arena entre autores: Chloé Zhao, Ryan Coogler e Paul Thomas Anderson estão prestes a transformar a corrida em um campo de batalha — com James Cameron orbitando ao redor, pronto pra gastar o PIB de um país em CGI.

A pergunta não é quem vai ganhar, mas quem vai sobrar de pé depois dessa guerra santa de egos, estética e emoção.

Apostas dos Indicados ao Oscar 2026