Será que vale a pena ver o filme da Tela Quente de hoje? Se o seu Monday blues precisa de glitter, martelinho rosa e um tapa de lucidez com cheiro de talco da infância, “Barbie” é o remédio: segunda, 01/12, às 22h25, na Globo. Greta Gerwig dirige, Margot Robbie reina, Ryan Gosling rouba a cena — e o Ken se descobre… Ken.
️ Sobre o que é Barbie?
Em Barbieland, tudo é perfeitinho: casas sem paredes (arquitetura open bar), outfits sincronizados e coreografias que brotam do nada — tipo festa de formatura com orçamento da Mattel. Até que a Barbie Estereotípica (Robbie) estranha umas coisinhas: pé chato, pensamentos sobre finitude, celulite (!). Expulsa do paraíso para “se resolver”, ela ruma ao mundo real para descobrir que perfeição não paga boleto — e que “ser mulher” no planeta Terra exige manual, três cafés e terapia. É “peixe fora d’água” com cérebro e purpurina: uma fábula sobre identidade, autonomia e as narrativas que tentam encolher quem a gente é.
Para quem é?
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Pra quem amou “Lady Bird” e “Adoráveis Mulheres” e quer ver Greta Gerwig brincando de blockbuster sem largar o cérebro.
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Pra quem curte satira pop com tese (pense em O Show de Truman conhecendo Showgirls numa loja da Barbie).
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Se a palavra “feminismo” te dá crise de urticária e você só aceita rosa em camisa de time, talvez hoje seja dia de jornal local.
Quem está no elenco?
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Margot Robbie entrega carisma em escala industrial e um timing cômico de fazer inveja a screwball clássica.
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Ryan Gosling vai de Ken a Kenaissance: canta, dança, filosofa com casaco de pele e bandana Stallone-era-70s.
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America Ferrera solta o monólogo que virou carimbo de reality check.
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Issa Rae, Emma Mackey, Hari Nef, Alexandra Shipp, Emerald Fennell e Ncuti Gatwa povoam Barbieland com variações de brilho e shade.
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Michael Cera é o Allan — o “cara normal” que vira meme e, sim, aliado quando o bicho pega.
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Aparece até a Barbie Esquisita da Kate McKinnon, versão oráculo punk de yoga room.
Veredicto: Barbie é bom?
É ótimo — e esperto. Gerwig e Noah Baumbach escrevem um roteiro que usa piada como chave de fenda: desmonta clichês, expõe a fiação do patriarcado e monta tudo de novo com graça, ritmo e canções grudentas (prepare-se para “I’m Just Ken” ficar no seu Spotify Wrapped, você querendo ou não). Visualmente, é um banho de direção de arte: escala, textura, maquete, matte painting, tudo conspirando pro efeito brinquedo sem se render àquele CGI sem calor humano. E quando o filme mira na nossa nostalgia para discutir padrões e expectativas, acerta com a delicadeza de um sapatinho de cristal… e a força de uma chave inglesa.
No fim, assistir a Barbie é como abrir a caixa de brinquedos da infância e encontrar um manifesto bem-humorado dentro. Você ri, canta, pensa, volta a rir — e talvez ligue para a sua criança interior pedindo desculpas por ter demorado tanto a ouvi-la. Vale o play? Vale, vale replay, vale dublê de coreografia na sala. É blockbuster com alma, texto com punchline e coração batendo alto sob a camada de glitter.
Leia a review completa aqui no Cinema de Buteco
Assista ao trailer
Procure o trailer oficial (Warner Bros.) no YouTube — dica: dá pra pausar na homenagem a “2001: Uma Odisseia no Espaço” e apontar “olha a referência!” como quem avista um easter egg raro.
Serviço — tela quente hoje: Barbie (2023), segunda, 01/12, 22h25 (após a novela), na TV Globo.

