O Homem de Palha (The Wicker Man, 1973) é um dos clássicos mais provocativos do terror britânico — um verdadeiro marco do folk horror que influenciou cineastas modernos como Ari Aster (Midsommar). Dirigido por Robin Hardy, o filme mistura religião, paganismo e sexualidade em uma narrativa ousada para os anos 70.
No enredo, o policial Sgt. Howie (Edward Woodward) viaja até a ilha de Summerisle para investigar o desaparecimento de uma jovem. O que parece ser apenas um caso policial se transforma em uma imersão nos rituais e costumes da comunidade local, todos permeados por práticas sexuais e crenças pagãs. Cristão fervoroso, Howie condena cada ato, criando um contraste intenso entre fé religiosa e ritos pagãos.
Entre cenas icônicas — como a catarse sexual da personagem interpretada por Britt Ekland — e diálogos que confrontam moralidade e desejo, o filme levanta debates sobre intolerância, repressão e como a religião pode moldar (ou limitar) nossa visão de mundo. A trilha sonora de Paul Giovanni, com forte influência folclórica, reforça o clima místico e ritualístico da obra.
O desfecho é brutal e inesquecível: Howie se torna o sacrifício final da comunidade em busca de uma boa colheita, clamando por sua fé até os últimos instantes. Um final cru, ambíguo e à frente de seu tempo, que consolidou O Homem de Palha como um dos filmes mais importantes da história do terror.
Neste episódio do Clube do Filme CdB, Tullio Dias analisa como o longa de Robin Hardy abriu caminho para o folk horror moderno e se tornou referência obrigatória para quem ama o gênero.
Clube do Filme CdB | O espaço para falar (e surtar) sobre cinema
Toda segunda-feira, às 20h, o Cinema de Buteco abre as portas virtuais para o Clube do Filme CdB — uma live dedicada a discutir o filme da semana com análises afiadas, provocações divertidas e, claro, muita interação com o público.
O Clube do Filme CdB nasceu da vontade de transformar a paixão por cinema em uma conversa aberta, quase como aquela mesa de bar depois da sessão em que todo mundo acha que entendeu melhor o filme que o outro.
A cada semana, um filme diferente.
️ Sempre com a apresentação de Tullio Dias.
Sempre no YouTube do Cinema de Buteco.
Sempre às segundas, 20h.
Então já sabe: prepare a pipoca, a bebida (com ou sem álcool) e venha bater papo com a gente. O filme a gente não passa, mas a resenha é garantida.