Ridley Scott tem 87 anos. O homem já devia estar curtindo uma aposentadoria tranquila, brigando com o jardineiro porque o gramado não ficou “com cara de César Augusto”. Mas não: ele acorda, estica os ossos, toma o café, olha no espelho e pensa:
“E se eu enfiar mais um filme de gladiador na goela desse povo? Afinal, Roma não foi construída em um dia, mas Hollywood pode destruí-la em três continuações.”
E assim nasce Gladiador 3. Não porque alguém pediu. Não porque a história precise. Mas porque a indústria descobriu que franquia não morre, ela só renasce em CGI, com elenco novo e plot twist reciclado.
Gladiador 2 já tinha sido aquele almoço de domingo: não foi ruim, mas também não deu vontade de repetir o prato. Fez quase meio bilhão na bilheteria, mas ainda ficou com cara de “primo distante do clássico”. E agora o estúdio pensou: “ah, bota mais uma rodada aí, vai que cola.”
E a trama? Ridley não contou nada, mas dá pra apostar sem medo:
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Russell Crowe volta como fantasma coach, gritando frases motivacionais do além: “Are you not entertained? Então faça networking no LinkedIn, soldado!”
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Paul Mescal estrelando o spin-off “Espártaco: A Nova Geração”, versão Nutella com filtro sépia do TikTok.
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Pedro Pascal, claro, cuidando de meia dúzia de órfãos romanos, porque se tem criança perdida no roteiro, Hollywood liga direto pra ele.
A real é que Gladiador 3 não é filme, é plano de previdência de estúdio. Enquanto tiver gente pagando streaming pra ver discursos épicos e gladiador bombado com dilema existencial de coach de startup, eles vão continuar.
E vamos ser sinceros: se Roma caiu por excesso de banquete, orgia e política podre, a gente vai cair por excesso de franquia, reboot e continuação desnecessária. O Coliseu tá de pé até hoje, mas nós não vamos sobreviver a Gladiador 8: “o retorno do retorno do filho do general.”
Porque os romanos morreram. Mas a sede de Hollywood por mais uma bilheteria… essa é eterna.

