Os Três Mosqueteiros: D’artagnan

Uma história escrita em 1844 pelo francês Alexandre Dumas, “Os Três Mosqueteiros” foi extensamente adaptada ao longo dos anos. Começando com uma produção francesa em 1903, passando pelo cinema mudo, soviético, por animações e até pelo cinema brasileiro, com “Os Três Mosqueteiros Trapalhões”, de 1980, com Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum e Zacarias.

A pergunta que sempre surge quando é lançada uma nova versão de uma história tão adaptada assim é: vale a pena assistir? Se já assisti essa história tantas vezes, o que deveria me fazer assistir essa nova versão?

A verdade é que, das versões mais modernas, essa é uma das que mais tem méritos em sua realização, que fazem valer a pena assistir novamente. A começar pelo fato de se tratar de uma produção francesa, permitindo uma excelente saída do eixo Hollywood. E em falar em produção, melhor seria dizer superprodução: com excelência nos cenários, figurinos e coreografias.

A história já é conhecida: D’Artagnan (François Civil) é um jovem que sonha em se tornar mosqueteiro do Rei da França. Ao conhecer, em circunstâncias inesperadas, três mosqueteiros, Athos (Vincent Cassel), Porthos (Pio Marmai) e Aramis (Romain Duris), se junta a eles para confrontar as maquinações do Cardeal de Richelieu (Éric Ruf). Mas é quando se apaixona por Constance (Lyna Khoudri), uma confidente da Rainha, que D’Artagnan se coloca em maior perigo.

Com muita história para contar, e com um complexo plano de fundo de guerra religiosa, confronto político e maquinações, essa versão não corre. Isso porque já conta com a sua confirmada sequência, que será lançada ainda em 2023 e já é anunciada ao final deste filme. Denominada “Os Três Mosqueteiros: Milady”, a segunda parte permitiu que o filme concluísse seu arco sem finalizar toda a história, de forma gratificante e em bom ritmo.

Talvez seja na própria história, porém, que o filme tem seu ponto mais baixo. A adaptação é muito bem feita, e a história é clássica e amada. Porém, muito do que vemos aqui não se mostra tão interessante para pleno ano de 2023. Afinal, a história foi escrita há quase dois séculos. Se trouxesse novidades, poderia acertar em cheio ou errar feio. Como não arriscou muito, fez o suficiente para ser um filme muito bom, mas que é uma adaptação que, ao longo do tempo, poderá ser confundida com as tantas outras.

Para contar uma história nova, o que “Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan” fez seria o suficiente para um excelente filme. Como contou uma história já tão contada, apenas entra pra lista das boas adaptações dela, junto com tantos outros que vieram e que virão.