BUTECO INDICA AMANDA KNOX

Amanda Knox: Quem é ela e por que sua história ainda nos assombra?

O que significa o nome Amanda Knox?

Você provavelmente já ouviu esse nome em algum momento entre 2007 e 2015. Amanda Knox foi a protagonista (involuntária) de um dos julgamentos mais midiáticos do século XXI — e seu nome se tornou sinônimo de injustiça, julgamento precipitado e sensacionalismo internacional.

No documentário Amanda Knox (2016), disponível na Netflix, a própria protagonista conta sua versão da história, num tom que mistura confissão, denúncia e alívio. O resultado é tão impactante quanto qualquer thriller de tribunal — com a diferença de que tudo aqui é real.


Relembre o caso: o que aconteceu com Amanda Knox?

Em 2007, Amanda era uma estudante universitária americana de 20 anos em intercâmbio na charmosa Perugia, na Itália. Ela dividia apartamento com outras jovens, incluindo Meredith Kercher, uma britânica que seria brutalmente assassinada em seu quarto.

No dia do crime, Amanda havia passado a noite com seu namorado, Raffaele Sollecito, e, ao voltar para casa, encontrou sangue no banheiro. Em vez de fugir, ligou para a polícia.

A partir daí, tudo desandou.


Como Amanda Knox virou suspeita?

A polícia local achou estranho o comportamento de Amanda — aparentemente “frio” diante da cena do crime — e resolveu desconfiar. Durante os interrogatórios, que beiram o abuso psicológico, Amanda acaba dando depoimentos contraditórios, e seu chefe, Patrick Lumumba, é arrastado para a confusão. Spoiler: ele era inocente. E ela também.

Mas a mídia já tinha seu veredicto: Amanda Knox era culpada. Ou, pelo menos, era uma história bem mais vendável do que “aluna americana perdida na tradução judicial italiana”.


E quem era o verdadeiro assassino?

Com o tempo, a perícia revelou algo que deveria ter sido óbvio desde o início: as impressões digitais e DNA de Rudy Guede, um ladrão local já conhecido da polícia, estavam em todo o quarto de Meredith. Ele foi condenado. Sozinho. Por assassinato.

Mas Amanda e Raffaele ainda foram julgados e condenados mesmo assim.


O que o documentário Amanda Knox mostra?

Dirigido por Rod Blackhurst e Brian McGinn, o documentário não economiza nos bastidores e nas dores do processo. Amanda e Sollecito aparecem em entrevistas impactantes, reconstituindo os eventos com uma frieza que só o trauma duradouro consegue justificar.

Também participam:

  • Giuliano Mignini, o promotor da acusação

  • Nick Pisa, o repórter do Daily Mail que transformou o caso em novela policial

  • Especialistas forenses que desmontam as falhas da perícia

O resultado é um retrato incômodo de como a justiça pode errar feio — e como a opinião pública pode ser mais brutal que uma sentença judicial.


Amanda Knox foi inocentada?

Sim. Depois de um circo midiático, dois julgamentos e apelações infinitas, Amanda e Raffaele foram absolvidos em 2011, após revisão das provas de DNA. Em 2015, o Supremo da Itália confirmou: inocentes.


Onde está Amanda Knox hoje?

Desde sua absolvição, Amanda reconstruiu a vida:

  • Escreveu dois livros: Waiting to Be Heard e Free

  • Apresentou uma série sobre vergonha pública: The Scarlet Letter Reports

  • É produtora executiva de uma minissérie sobre seu próprio caso, chamada The Twisted Tale of Amanda Knox

  • Mora no estado de Washington (EUA) com o marido e dois filhos.


Por que esse documentário ainda importa?

Porque Amanda Knox não é só sobre um erro judicial. É sobre machismo, cultura da espetacularização do crime, fragilidade da justiça e a facilidade com que julgamos mulheres por não agirem do jeito “esperado”.

É sobre a ansiedade da imprensa em transformar a dor alheia em manchete. E sobre como, muitas vezes, é mais fácil acreditar na narrativa de um “monstro” do que aceitar que erramos feio.