final explicado desejo de matar

Final explicado Desejo de Matar (Death Wish): o que acontece no fim e por que ele termina com “bang” no dedo

Quer saber o que acontece no final do filme Desejo de Matar?

Desejo de Matar (2018), remake dirigido por Eli Roth, pega Bruce Willis no modo “cirurgião de dia, lenda urbana de noite” e transforma luto em munição. Paul Kersey é um médico que perde a esposa e vê a filha em coma após um assalto brutal. A polícia patina, a raiva acelera, e o cara vira o “Grim Reaper” de Chicago — um Batman sem capa, sem carisma e com o humor emocional de uma porta de UTI.


Sinopse de Desejo de Matar

Paul Kersey (Bruce Willis) tenta seguir a vida após a invasão de sua casa. Só que, quando percebe que o sistema não vai entregar justiça, ele começa a caçar criminosos por conta própria — primeiro por acaso, depois por vício. A mídia alimenta o mito, a cidade divide opiniões, e Kersey vai subindo o nível até chegar aos responsáveis diretos pela tragédia da sua família.


Final explicado Desejo de Matar: como acaba?

Vamos lá.

1) Por que Paul finge não reconhecer Knox no hospital?

O último criminoso importante, Knox (o atirador mais psicótico do grupo), acaba ferido e vai parar no hospital. A polícia conversa com ele, e isso empurra os detetives para perto de Kersey.

Quando Kersey cruza com Knox no elevador do hospital, ele finge naturalidade, como se não soubesse quem é o sujeito. Isso não é amnésia seletiva: é controle de dano. A filha, Jordan, está saindo do coma — e Kersey não quer que ela descubra ali, no elevador, que conversou educadamente com o cara que destruiu a família. Ele engole o ódio por cinco minutos… e guarda o resto para depois.

2) O confronto final: por que ele compra armas legalmente?

Kersey percebe que Knox vai voltar para “fechar a conta” e decide preparar a casa como se estivesse montando um set de filme de ação ruim: tudo calculado para parecer legítima defesa.

Por isso ele vai à loja e compra armas com registro e nota. A lógica é simples e cínica: se ele resolver tudo com armamento comprado legalmente, fica mais difícil provar que ele é o Grim Reaper que vinha executando gente pela cidade com uma arma “de procedência duvidosa”.

3) A “mesa tática” salva o Bruce Willis no sofá

No clímax, Knox invade a casa e quase mata Kersey. A virada vem do item mais improvável do filme: uma mesa de centro com compartimento secreto, que esconde um fuzil/arma pesada.

É o famoso momento “deus ex IKEA”: Kersey chuta a mesa, abre o compartimento e pega a arma para virar o jogo. O filme tinha plantado isso antes, quando a loja de armas aparece vendendo “tactical furniture”. Sim, existe um universo paralelo em que você compra uma mesa que vem com bônus de metralhadora. Eli Roth olha para o capitalismo e pensa: “e se a decoração da sala também resolvesse homicídio?”

Kersey mata Knox, sobrevive, e termina a vingança “doméstica”.

4) O detetive Raines sabe que ele é o Grim Reaper?

Sabe. E o filme faz questão de deixar isso subentendido com um diálogo.

O detetive Raines pergunta sobre uma Glock. Kersey responde que teve uma, mas “se livrou”. Raines pergunta: “para sempre?” e Kersey devolve: “para sempre”.

Tradução: os dois entendem o que aconteceu. A Glock é a arma “irregular” que liga Kersey aos atos de vigilantismo pela cidade. A conversa funciona como um aperto de mão silencioso: eu sei, você sabe que eu sei, e “vamos fingir que isso acabou”.

5) A cena final: ele parou… ou só deu uma pausa?

No último momento, Kersey vê um ladrão pegando uma mala. Em vez de chamar a polícia, ele aponta o dedo como se fosse uma arma e faz “bang” com um sorriso.

Ele não atira em ninguém ali. Mas a mensagem é clara: o gatilho moral dele já foi puxado faz tempo. A tragédia acabou, a filha está viva, mas a cabeça do cara virou um quarto escuro onde só passa um filme: “justiça pelas próprias mãos: a série completa”.

O final sugere que Kersey pode até guardar a arma — mas não guarda o impulso. Ele não virou herói. Virou dependente de controle.


Qual o significado de Desejo de Matar

O filme quer te vender uma fantasia perigosa com embalagem de “ação vingativa”: quando o sistema falha, o indivíduo armado vira solução. Só que o final entrega o detalhe mais incômodo: a vingança não fecha o buraco, só cria um novo hábito.

  • O luto vira identidade: Kersey deixa de ser Paul e vira “Grim Reaper”.

  • A justiça vira espetáculo: a cidade comenta, a mídia batiza, ele se alimenta disso.

  • A moral vira conveniência: até o detetive “entende”.

O sorriso do “bang” no fim não é alívio. É recaída.


Perguntas comuns sobre o final

Paul Kersey é preso no final?

Não. O detetive sugere que sabe, mas não prende. O filme fecha com a ideia de que ele escapou “legalmente” sob o guarda-chuva de legítima defesa.

O detetive Raines realmente confirma que sabe?

Ele não diz “você é o Grim Reaper”, mas o papo da Glock é um código entre os dois. É confirmação por subtexto.

Por que a mesa tinha uma arma escondida?

Porque o roteiro precisava de uma saída rápida e porque o filme estabeleceu a existência de “móveis táticos”. É plantio e payoff, só que com cheiro de propaganda de loja de armas.

Ele para de ser vigilante?

O filme diz “talvez”. A última cena diz “duvido”.


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