Meta title (SEO): Michael Caine autoriza empresa de IA a clonar sua voz e reacende polêmica em Hollywood
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O lendário ator Michael Caine, aos 92 anos, acaba de provar que aposentadoria não significa silêncio. O astro britânico autorizou a empresa de inteligência artificial ElevenLabs a clonar digitalmente sua voz, tornando-se um dos primeiros grandes nomes do cinema a permitir o uso comercial de sua identidade vocal em projetos de IA.
Segundo o Deadline, a parceria faz parte do lançamento do “Iconic Voice Marketplace”, um novo produto da ElevenLabs que oferece vozes de estrelas de Hollywood — vivas ou falecidas — para usos comerciais em filmes, games, publicidade e até audiobooks.
“Não para substituir, mas celebrar a humanidade”
Em comunicado, Caine justificou sua decisão com um argumento que soa quase filosófico:
“A ElevenLabs está na vanguarda da tecnologia, usando a inovação não para substituir a humanidade, mas para celebrá-la. Ao permitir que clonem minha voz, acredito que estou ajudando outras pessoas.”
A fala contrasta com o clima de tensão que domina Hollywood desde as greves de roteiristas e atores em 2023, quando o uso de IA se tornou um dos temas mais sensíveis da indústria.
De Matthew McConaughey a Judy Garland: o império das vozes digitais
Além de Caine, a ElevenLabs já firmou contratos com outros nomes de peso: Liza Minnelli e Art Garfunkel entraram na lista de celebridades vivas que licenciaram suas vozes.
Entre as lendas que já faleceram, a empresa detém os direitos digitais de Judy Garland (mãe de Minnelli), John Wayne e Laurence Olivier.
E há mais: Matthew McConaughey não apenas apoiou o projeto, como investiu financeiramente na empresa — embora os valores não tenham sido divulgados.
O objetivo declarado da ElevenLabs é criar um mercado global de vozes icônicas, em que produtores e estúdios possam “alugar” vozes históricas para novos projetos.
⚖️ Polêmicas e processos: o outro lado do espelho
A iniciativa não chega sem controvérsias. A ElevenLabs enfrentou recentemente uma ação judicial movida pelos dubladores Karissa Vacker e Mark Boyett, que acusaram a companhia de usar suas vozes sem consentimento. O caso foi encerrado em acordo confidencial no mês passado.
Mas a inquietação na classe artística vai além dos tribunais.
Celebridades vêm se manifestando contra o uso indevido de suas imagens e vozes por IA, incluindo:
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Zelda Williams, filha de Robin Williams, pediu que fãs parem de criar vídeos com vozes artificiais do pai.
“Isso NÃO é o que ele gostaria”, desabafou nas redes.
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Scarlett Johansson também se pronunciou após um vídeo falso circular nas redes, mostrando uma versão de IA dela “criticando Kanye West”.
“Precisamos denunciar o uso indevido da IA, independentemente da mensagem. Caso contrário, perderemos nossa noção de realidade”, alertou a atriz.
O dilema ético: imortalidade ou invasão digital?
A decisão de Michael Caine reacende um debate que Hollywood tenta evitar desde Black Mirror: até onde vai o direito de existir digitalmente?
Se por um lado a tecnologia permite preservar vozes históricas para futuras gerações, por outro, ela levanta dilemas profundos sobre consentimento, autenticidade e propriedade artística.
Imagine ouvir um novo filme narrado por Judy Garland ou um comercial com John Wayne — sem que eles tenham gravado uma única palavra. É a promessa (ou a ameaça) desse novo mercado de IA.
O “mercado de vozes icônicas”: nostalgia como negócio
A ElevenLabs aposta pesado no fator emocional. O Iconic Voice Marketplace busca transformar o legado de artistas clássicos em ativos digitais licenciáveis, algo entre o tributo e o capitalismo afetivo.
Caine, pragmático como sempre, parece enxergar a iniciativa como um passo inevitável: uma forma de manter viva sua arte em um mundo pós-humano — e, quem sabe, continuar atuando quando nem ele mais estiver por aqui.
Resumo rápido
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Michael Caine autorizou a clonagem de sua voz por inteligência artificial via ElevenLabs.
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A empresa lançou o “Iconic Voice Marketplace”, com vozes de estrelas vivas e falecidas.
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Outros nomes confirmados: Liza Minnelli, Art Garfunkel, Judy Garland, John Wayne e Laurence Olivier.
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Matthew McConaughey investiu na empresa.
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A decisão ocorre em meio a debates éticos e processos judiciais sobre o uso indevido de vozes e imagens por IA.

