Penélope Cruz e o musical que quase a fez trocar Hollywood por um spa: Nine.
Sim, Penélope Cruz, a musa de Almodóvar, vencedora do Oscar, mulher do Javier Bardem e proprietária de uma das sobrancelhas mais expressivas do cinema, já duvidou de si mesma. E tudo por culpa de um musical chamado Nine, que, segundo a própria, quase a fez desmaiar — literalmente.
A revelação veio em entrevista para Philip Berk, quando a atriz abriu o coração sobre os bastidores de um dos filmes mais… visualmente ambiciosos e emocionalmente exaustivos da sua carreira. O musical, dirigido por Rob Marshall (Chicago, aquele mesmo que acha que dançar de salto 15 é terapia), tinha elenco de Oscar: Daniel Day-Lewis, Marion Cotillard, Nicole Kidman, Judi Dench, Sophia Loren — um bingo completo de talentos que dispensam apresentação.
Mas enquanto Day-Lewis encarnava um alter ego de Fellini com o carisma de um espaguete al dente, Cruz suava o figurino em Shepperton Studios, onde passou por um treinamento mais intenso que o crossfit do Chris Hemsworth.
“Vi a coreografia e quase desmaiei” — não é exagero dramático, é literal.
“Quando vi a coreografia pela primeira vez, quase desmaiei”, confessou Penélope, provavelmente se perguntando onde estava Pedro Almodóvar com uma câmera analógica e uma trilha sonora melancólica pra dramatizar o momento. “Eu pensei: não sei se algum dia vou conseguir fazer isso.”
A personagem, Carla Albanese, era inspirada na amante de Fellini (quem nunca, né?), e exigia que Cruz dançasse, cantasse e falasse inglês com sotaque italiano. Ou seja, atuação 3 em 1, tipo shampoo de farmácia, só que com risco real de colapso nervoso.
Salas temáticas, coaches e lágrimas invisíveis.
O processo de preparação pareceu uma versão artística do BBB:
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Uma sala só para canto.
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Outra só para dança.
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E uma terceira só para coreografia — porque aparentemente o inferno tem setores.
Tudo isso acompanhado por um dialect coach, um vocal coach, e possivelmente um terapeuta (não confirmado, mas fortemente sugerido pelo tom do depoimento).
O Oscar veio? Não. A dor no ciático, sim.
Apesar do esforço hercúleo, a estatueta dourada escapou por pouco. Penélope foi indicada como Melhor Atriz Coadjuvante, mas perdeu para Mo’Nique em Precious — uma derrota digna, afinal, Mo’Nique entregou uma atuação que faria até o Tarantino chorar num canto.
Mas é impossível negar: Cruz venceu no quesito superação pessoal. Se a academia não reconheceu o talento dela de cantar, dançar e não cair dura no palco, nós reconhecemos.
Conclusão: se até Penélope Cruz já se sentiu uma fraude… tá tudo bem contigo.
No final das contas, Nine pode não ter sido o filme da vida de ninguém (nem do Daniel Day-Lewis, que sumiu logo depois), mas foi o desafio que fez Penélope Cruz provar, mais uma vez, que não é só um rosto bonito com sotaque charmoso.
Ela é a rainha do drama, da superação e do “quase desmaiei, mas entreguei performance digna de Oscar”.
E se ela sobreviveu a Nine, você sobrevive à próxima segunda-feira.

