Doc da The Eras Tour ganha mais Travis Kelce do que guitarra. Entenda a treta e por que os fãs estão surtando.

Taylor Swift, Kelce e o reality disfarçado de doc

Taylor Swift anunciou um doc de seis episódios sobre a The Eras Tour na Disney+ e, em teoria, parecia simples: bastidores, sangue, suor, purpurina e fãs chorando nas arquibancadas. Mas aí entrou em cena um tight end da NFL, um anel de noivado e, de repente, a tour mais lucrativa da história ganhou um sub-título não oficial:

“The Eras Tour: Casalzão Cinematográfico (feat. Travis Kelce)”

O nome oficial é The End of an Era, estreia dia 12 de dezembro no Disney+ e vem com promessa de olhar íntimo pra vida da Taylor na turnê, com participações de Sabrina Carpenter, Gracie Abrams, Ed Sheeran, Florence Welch – e, claro, Travis Kelce em destaque VIP.

A internet, previsivelmente, dividiu-se entre:

  • “awwn, que lindo, quero ver o casal”
    e

  • “irmã, eu só queria câmera no palco, não no noivo”.

Vamos por partes.


O que é The End of an Era (na teoria)

Na propaganda bonitinha, The End of an Era é:

  • uma docussérie de 6 episódios,

  • lançada em duas doses por semana a partir de 12 de dezembro,

  • mostrando bastidores da The Eras Tour, criação do show, impacto global, equipe, bailarinos, banda, família, convidados especiais etc.

Tipo: “como montar a maior turnê da história e ainda lembrar qual cidade você tá”.

A própria Disney vende o negócio como “um olhar íntimo sobre a vida de Taylor enquanto a turnê fazia história” – o que já é código pra “não vai ser só música, vai ter terapia, choro, reunião de pauta e close na mãe também”.

Até aqui, ok. O problema começa quando o íntimo vira “documentário da turnê, com convidado fixo chamado Travis Kelce”.


Onde entra Travis Kelce no meio disso tudo?

Desde 2023, o planeta Terra sabe que Taylor Swift está num relacionamento com Travis Kelce, tight end do Kansas City Chiefs e atual campeão mundial de “namorado que virou subplot de turnê”.

No teaser do doc, ela chama o romance de:

  • “a maior surpresa da minha vida”,

  • e “o relacionamento mais significativo que eu já tive”.

O trailer e as matérias oficiais deixam claro que ele não é figuração:

  • aparece nos bastidores,

  • vendo ensaio,

  • interagindo com a família dela,

  • participando do circo de camarim,

  • ganhando tempo de tela solo e em casal.

Ou seja, não é o típico “olha ali o namorado na plateia”. É material de doc de casal, dentro de um produto que o público achou que seria focado na tour.


A treta: fã queria palco, ganhou noivo

A polêmica central é bem simples, até elegante:

  • O doc foi vendido como making of da turnê,

  • mas os trailers sugerem uma presença muito maior de Kelce do que o fandom esperava.

O resultado:

  • parte da fanbase está empolgada com a chance de ver “Taylor humana, apaixonada, descabelada de moletom nos bastidores”;

  • outra parte está PUTA, porque queria saber de setlist, iluminação, logística de palco, escolhas de arranjo – não de relacionamento.

Resumindo comentários de Reddit e X, sem copiar textinho:

  • tem fã dizendo que “não estava preparado pra isso ser TANTO sobre o Travis”;

  • muita gente insiste que queria um doc sobre a tour, não sobre o casal, com medo de o foco sair da música, da construção do espetáculo e da equipe que sustenta tudo.

É o clássico conflito Swiftie 2025:

“Quero ver a mulher feliz e apaixonada”
VS.
“Mas eu paguei (emocionalmente) por bastidor de show, não por spin-off de reality”.


Por que esse doc incomoda mais do que os outros?

Miss Americana (Netflix, 2020) já mostrava bastidores da vida da Taylor, crise de imagem, política, transtornos, pressão de fama – mas quase nada de romance.

Folklore: The Long Pond Studio Sessions era basicamente a artista sentada num estúdio isolado, com microfone, violão e conversa de composição. Zero namorado, 100% arte deprimida.

O filme Taylor Swift: The Eras Tour é pura performance, plateia aos gritos, “só o show e mais nada” – o pacote ideal pra quem não quer bastidor emocional.

The End of an Era mistura tudo:

  • tour colossal,

  • câmera nos bastidores,

  • família,

  • amigos artistas,

  • e relacionamento romântico em primeiro plano, com ela mesma descrevendo como essa é a relação da vida dela.

É um degrau a mais de exposição. Pra quem acompanha a carreira toda, é choquinho: a Taylor que sempre blindou a vida amorosa agora tá abraçando o namorado no trailer da Disney.


A parte “controvérsia”, traduzida sem frescura

O ponto sensível, então, é esse:

  1. Expectativa vendida

    • “Doc da tour”: fãs imaginam foco em show, bastidor de produção, equipe técnica, estrutura, criação de eras.

  2. Entrega sugerida nos trailers

    • Muito backstage com Kelce, depoimentos sobre o relacionamento, interações com família, planos longos do casal.

  3. Sensação de deslocamento

    • parte do público sente que o produto virou meio-doc de turnê, meio-doc de casal, e essa não era a proposta que tinham na cabeça quando a hype começou.

Enquanto isso, outra parcela da fanbase está comemorando:

  • veem a exposição como evolução – uma artista que já sofreu com relacionamento hipersexualizado pela mídia agora escolhe mostrar o romance nos próprios termos;

  • acham saudável ver a Taylor feliz, estruturada, em vez de mais uma narrativa de coração partido em off.

É uma daquelas situações em que ninguém está totalmente errado – só todo mundo está levemente irritado, o que é perfeito pra internet.


No fim, é marketing – mas também é narrativa

Vamos ser bem sinceros:

  • Do ponto de vista de branding, é genial. O doc não só sela a era da turnê, como canoniza oficialmente o casal na linha do tempo da artista.

  • Do ponto de vista de fã que queria ver a mudança de guitarra, o posicionamento de câmera e o ensaio de transição de era, é meio frustrante mesmo.

Só que a Taylor entendeu duas coisas:

  1. A The Eras Tour já está eternizada no filme de cinema – o show em si, a performance perfeita, o look milimetricamente calculado, isso já foi entregue.

  2. O que dá lastro emocional pra fechar o ciclo agora é mostrar quem ela era nos bastidores dessa fase absurda da carreira – e isso inclui, sim, o noivo, a mãe dizendo que ele faz bem pra ela, backstage sem make e conversa íntima sobre relação.

Se isso é o doc que você queria? Talvez não.
Se é o doc que ela quis fazer? Claramente é.

E se tem uma coisa que a gente já aprendeu com essa mulher é:
quando ela decide transformar a própria vida em conteúdo, não é acidente, é roteiro de temporada.

Então, sim: The End of an Era vai causar porque tem muito Travis Kelce.
Mas honestamente? Depois de ver a tour virar bilhão, quebrar recorde de streaming, filme, livro e agora série, a única surpresa real é que ainda tenha gente chocada com o fato de Taylor Swift saber exatamente o que está fazendo.