Duplicidade, novo filme de Tyler Perry no Prime Video, é como aquele convite pra um jantar chique que chega pelo WhatsApp, mas quando você chega lá, percebe que é só reunião da Tupperware com salgadinho de festa. Prometia um thriller político denso, cheio de discussões urgentes sobre racismo, brutalidade policial e mídia — mas o que entrega mesmo é um festival de reviravoltas dramáticas, personagens indecisos e um filtro azul que parece ter sido aplicado com raiva. A pergunta é: vale a pena assistir? Vem que eu te conto tudinho.
️ Sobre o que é Duplicidade?
Duplicidade tenta te vender um drama policial cheio de crítica social e tensão emocional, mas entrega uma novela das seis com filtro azul e crises existenciais de Pinterest. A trama gira em torno de Marley (Kat Graham), uma advogada com cara de quem dorme maquiada, e Fela (Meagan Tandy), uma jornalista de renome que comenta o próprio drama como se fosse âncora do Dateline. Tudo começa com a morte de Rodney, irmão de uma e namorado da outra, numa abordagem policial nada sutil. O resultado? Uma espiral de revelações, tretas mal resolvidas, e mais reviravoltas do que final de novela mexicana.
Para quem é esse filme?
Se você gosta de ver um bom barraco bem produzido, ama um “quem traiu quem” com fundo político e ainda sente saudades de Scandal, talvez Duplicidade te entretenha. Agora, se você busca uma obra que realmente aprofunde os temas de racismo estrutural, violência policial e luto… melhor procurar outro endereço. Esse aqui é para quem ama um dramalhão com cara de manifesto, mas recheado de plot twist de novela turca.
Quem tá no elenco?
Kat Graham (a eterna Bonnie de The Vampire Diaries) tenta segurar a barra como Marley, mas parece estar sempre presa num episódio confuso de tribunal. Meagan Tandy entrega elegância e emoção como Fela, mas o roteiro insiste em colocá-la como narradora do óbvio. E Tyler Lepley é Tony, o policial bonitão e conveniente que parece saído de uma fanfic. Quem também ganha espaço (e complexidade demais) é o policial branco Caleb — porque, claro, Perry nunca desaponta no quesito “vamos focar na perspectiva mais aleatória possível”.
Vale a pena?
Se sua vibe é assistir algo para comentar com um “meu Deus, o que foi isso?” enquanto manda prints pras amigas no grupo, Duplicidade cumpre o papel. Mas se você espera um filme realmente bom… talvez ele te traia como os personagens traem uns aos outros. Ainda assim, é aquele desastre assistível — tipo ver um bolo desmoronar no Bake Off, você não consegue parar.

