Superman largou Metrópolis e foi prender entregador de taco na fronteira
Nos anos 90, Dean Cain vestia colante azul, cueca por cima da calça e salvava Metrópolis de meteoros, vilões e, ocasionalmente, da má atuação de roteiristas. Hoje, ele troca o “S” no peito por um distintivo da ICE e anuncia que vai combater… imigrantes.
Sim, amigos. O Superman da TV agora quer deportar o Clark Kent da vida real.
Ironia nível Krypton: o personagem que ele interpretava era um alienígena ilegal — literalmente caiu na Terra sem visto, sem passaporte e sem registro no consulado interplanetário. Na vida real, Dean Cain não só esqueceu disso como resolveu virar o fiscal do aeroporto. É como se o Aquaman largasse o tridente pra multar pescador que não usa colete salva-vidas.
Cain disse que é “patriotismo” e que “o sistema de imigração está quebrado”. Que lindo. A mesma América que acolheu um bebê voador vindo de outro planeta agora quer expulsar o entregador de pizza venezuelano. E o Superman de antigamente, aquele que impedia o Lex Luthor de instalar bomba na prefeitura, hoje tá pronto pra revistar mochilas em El Paso.
E a cena mental é deliciosa:
— “Com licença, senhor, vou precisar ver seu green card.”
— “Mas eu só tô entregando esse burrito.”
— “Tá preso. E, se tentar fugir, eu vo… não, pera, agora eu vou de SUV da patrulha.”
Hollywood já foi o lugar onde os super-heróis lutavam contra injustiças. Agora, alguns deles viram xerife de posto avançado. Dean Cain não vai salvar Lois Lane; vai pedir seus documentos. E talvez, se sobrar tempo, gravar um vídeo motivacional explicando como trocar o uniforme de Krypton pelo colete tático do Arizona.
No fundo, talvez isso seja o verdadeiro reboot do Superman: um herói que não salva o mundo, mas garante que ninguém atravesse a fronteira sem preencher o formulário W-2.
E, convenhamos, se o Trump resolver criar a Liga da Deportação, Dean Cain já tem vaga garantida. Só falta arrumar um Batman disposto a revisar vistos de turista vencidos.

