Todo ano a revista britânica Sight & Sound reúne críticos do mundo inteiro para montar uma lista dos 50 melhores filmes do ano. Não é enquete de Twitter, é voto de gente que vê mais sessão em cabine do que a própria família. Em 2025, o resultado veio carregado de política, revolta e muita esquisitice boa.
Tem vírus, ditadura, bullfighting, rave no deserto, BDSM fofinho, nuclear chegando, Gaza, Brasil sob a ditadura militar, vampiros blues, Hollywood em crise existencial… e no topo de tudo isso, Paul Thomas Anderson com One Battle After Another.
Abaixo, eu te explico:
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o que essa lista revela sobre 2025
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um raio-X do Top 10
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alguns destaques imperdíveis do Top 50 pra você já ir anotando no Letterboxd
O que a lista da Sight & Sound conta sobre 2025
Logo no texto de abertura, a revista já crava: o cinema não ficou de fora do caos do mundo real. Os filmes mais votados dialogam com:
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centros de detenção de imigrantes
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protestos e repressão policial
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governos autoritários caçando “elementos subversivos”
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guerras culturais e teorias da conspiração
Só que não é só desgraça. Vários títulos misturam humor e horror, tipo Sorry, Baby, Eddington e Weapons, rindo no escuro enquanto tudo pega fogo. A palavra-chave da lista é rebeldia: fugitivos, agentes secretos, pais falhos, gente esmagada pelo sistema tentando reagir – nem sempre do jeito mais saudável.
Outro ponto forte: forma e estilo. Tem:
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experimentação visual maluca
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som trabalhando como tapa na cara (os raves de Sirât, o coro anacrônico de Sinners)
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estreias de diretores que chegam chutando a porta, como Sorry, Baby, Blue Heron, Left-Handed Girl, Sound of Falling
E, sim, tem Brasil no meio da brincadeira – e não só com o futebol.
Top 10 – os 10 melhores filmes de 2025 segundo a Sight & Sound
10. Resurrection – Bi Gan
Bi Gan volta com mais um sonho febril em formato de filme: uma espécie de fantasia gigantesca que mistura Frankenstein com Brazil do Terry Gilliam, atravessando um século de cinema e da própria história da China.
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É sobre: memória, monstros (reais e metafóricos) e o jeito que a gente se reconstrói a partir de pedaços.
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Por que está aqui: é visualmente hipnótico, cheio de referências cinéfilas e ambição até o talo. Aquela obra que parece tese de doutorado e bad trip ao mesmo tempo.
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Onde ver: ainda sem data de lançamento no Brasil

9. Folha Seca – Alexandre Koberidze
Um filme de 186 minutos rodado num celular velho, cheio de pixel grosso. Parece pesadelo, mas vira experiência meditativa e mágica nas mãos do diretor de What Do We See When We Look at the Sky?.
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É sobre: um homem procurando a filha desaparecida no interior da Geórgia; junto com ele, está um personagem… invisível. Sim, literalmente.
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Clima: road movie mágico, meio Antonioni, meio conto de fadas bugado.
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Por que está aqui: Koberidze transforma imagem “feia” em pura poesia. É cinema novo de verdade, não filtro retrô só pra parecer cult.
- Sem previsão de estreia no Brasil.

8. A Hora do Mal – Zach Cregger
Depois de Barbarian, Zach Cregger dobra a aposta. Weapons é um horror de grande escala, girando em torno do desaparecimento de uma turma inteira de crianças de uma escola – e o trauma que isso dispara numa cidade.
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É sobre: medo parental, luto coletivo e como a sociedade lida (mal) com tragédias.
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Tom: mistura susto gráfico, humor negro e clima de pesadelo inevitável.
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Por que está aqui: virou fenômeno crítico e popular, prova de que o horror ainda é o gênero mais vivo da indústria.
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Onde ver: já disponível na HBO MAX.

7. Sorry, Baby – Eva Victor
Eva Victor, vinda de skets na internet e do humor feminista, estreia com um filme que é o oposto de conteúdo de 30 segundos: um drama lento, cheio de silêncio e ironia, sobre uma professora tentando existir depois de uma agressão sexual.
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É sobre: trauma que não “vira a página” no tempo que a sociedade quer e a tentativa de reconstruir a própria narrativa.
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Estilo: deadpan, piada seca, cenas que parecem flutuar entre o cômico e o trágico.
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Por que está aqui: pega o molde da “dramedy indie hipster” e preenche com algo realmente doloroso e honesto.
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Onde ver: estreia dia 11 de dezembro nos cinemas brasileiros.

6. Foi Apenas um Acidente – Jafar Panahi
Panahi continua filmando na marra, mesmo perseguido pelo regime iraniano. Aqui, ele transforma sua própria experiência com prisão e censura num thriller de vingança política.
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É sobre: um plano mirabolante de retaliação e as perguntas morais que vêm junto: até onde ir? violência pode ser resposta pra violência de Estado?
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Tom: politicamente afiado, mas com momentos inesperados de comédia quase absurda.
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Por que está aqui: é Palma de Ouro e parece filme feito com sangue nos olhos e coração partido ao mesmo tempo.
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Onde ver: estreou dia 4 de dezembro nos cinemas brasileiros.

5. O Agente Secreto – Kleber Mendonça Filho
Brasil no Top 5, respeita. Kleber volta com um filme de espionagem ambientado nos anos 70 da ditadura militar, acompanhando um acadêmico que entra na mira do regime e precisa fugir.
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É sobre: memória histórica, repressão política, mídia criando pânico moral e como o terror de Estado se infiltra no cotidiano.
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Estilo: Kleber mistura cinema político com B-movie – tem até vinheta de terror trash com uma perna assassina em zona de pegação.
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Por que está aqui: é entretenimento e aula de história ao mesmo tempo, sem cair em aula chata. Crítica gringa já anda usando a palavra “masterpiece”.
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Onde ver: nos cinemas.
4. Sirât – Oliver Laxe
Imagine raves ilegais no deserto marroquino, caminhões na beira do abismo e uma trilha que faz o peito tremer. Sirât acompanha um pai procurando a filha desaparecida no meio desse cenário apocalíptico.
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É sobre: fé, fim do mundo, música como rito espiritual e corpos dançando à beira do abismo literal.
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Conceito: “sirât” é a ponte estreita entre céu e inferno no imaginário islâmico – o filme transforma isso em imagem e som.
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Por que está aqui: poucas coisas em 2025 foram tão sensorialmente intensas quanto os raves de Laxe. É transe cinematográfico.
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Onde ver: lançamento previsto para 15 de janeiro de 2026.

3. The Mastermind – Kelly Reichardt
Reichardt, a mestra do minimalismo, faz… um filme de assalto? Sim, mas do jeito Reichardt de ser. The Mastermind acompanha um arquiteto fracassado que vira ladrão de arte nos anos 70.
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É sobre: fracasso masculino, política, idealismo e essa linha tênue entre “fazer algo” e “fingir que está fazendo algo”.
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Tom: nunca é sermão, nunca é óbvio. O filme começa como quase-caper e vai deslizando pra um retrato melancólico de covardia moral.
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Por que está aqui: discretamente devastador. Quando você percebe, já foi assaltado – não pela trama, mas pela conclusão sobre quem esse cara é.
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Onde ver: estreou nos cinemas brasileiros em outubro. Logo, logo estará no streaming.

2. Pecadores – Ryan Coogler
Talvez o filme mais “QUÊ?” da lista. Vampiros + gangster movie + blues + musical de horror no Mississippi de 1932, dirigido pelo Ryan Coogler com Michael B. Jordan em dose dupla.
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É sobre: racismo, capitalismo, música como portal entre vivos e mortos, trauma de guerra e um pacto literal com demônios sugadores de sangue.
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Cena-chave: uma sequência em que a música do primo Sammie “rasga o véu” entre tempos e tradições – momento que críticos praticamente decretaram como cena do ano.
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Por que está aqui: é um épico negro norte-americano que parece ter saído de uma jam session entre Blade, O Segredo de Cinderela, Robert Johnson e Jordan Peele.
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Onde ver: HBO MAX

1. Uma Batalha Após a Outra – Paul Thomas Anderson
O campeão da Sight & Sound em 2025 é esse épico de PTA que mistura filme de golpe, melodrama romântico, sátira política e thriller de perseguição numa colagem frenética sobre a América contemporânea.
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É sobre: guerras culturais, paranoia, militarismo, masculinidades podres e gente tentando sobreviver num país em combustão constante.
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Estilo: o filme muda de registro o tempo todo – é exatamente o caos que a gente vive, só que filmado com controle absurdo.
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Por que está no topo: porque é ao mesmo tempo acessível e radical. PTA faz um filme cheio de espetáculo e, sem nunca aliviar, diz: “Olha o buraco onde a gente está.”
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Onde ver: já disponível para aluguel no streaming

Outros destaques do Top 50 pra você ficar de olho
A lista é grande demais pra destrinchar tudo aqui, mas vale anotar alguns nomes que ajudam a entender o “espírito” de 2025:
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Hamnet (Chloé Zhao) – Shakespeare + luto + arte como jeito torto de sobreviver à dor. Vai ser queridinho de prêmio.
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Die My Love (Lynne Ramsay) – Jennifer Lawrence em modo máximo colapso pós-parto. Deve virar clássico moderno sobre maternidade e saúde mental.
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The Voice of Hind Rajab (Kaouther Ben Hania) – docuficção urgentíssima sobre Gaza, usando gravações reais de uma criança presa em um carro bombardeado.
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O Agente Secreto (Kleber Mendonça Filho) – já no Top 5, mas vale reforçar: é o grande filme brasileiro da lista.
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Eddington (Ari Aster) – uma comédia de faroeste pandêmico, metralhando MAGA e liberal de esquerda ao mesmo tempo.
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Weapons e April – reforçando a tendência de 2025: terror e dramas políticos como forma de gritar num mundo anestesiado.
E o que essa lista significa pra você, mortal que só quer um bom filme?
Alguns pontos pra levar do rolê Sight & Sound 2025:
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Cinema político não morreu, só ficou mais estranho, sensual, cheio de vampiros e raves.
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A mistura de gêneros é a norma: terror com musical, heist com drama moral, sci-fi com fábula pessoal.
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Diretores veteranos (PTA, Cronenberg, Linklater, Bigelow, Park Chan-wook, Mike Leigh) convivem com novatos que filmam com celular e ganham espaço em lista de críticos.
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E, talvez o mais importante: mesmo com streaming, algoritmo e caos industrial, crítico ainda gosta de filme que arrisca.
Se você quiser montar uma mini-maratona “Sight & Sound 2025” hoje, meu kit inicial seria:
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One Battle After Another
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Sinners
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O Agente Secreto
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Sirât
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Die My Love
E depois ir preenchendo com o resto da lista conforme for pingando em festival, torrent legalizado (cof cof), streaming etc.
Veja a lista completa dos melhores filmes de 2025, segundo a Sight & Sound
| Posição | Título Original | Sinopse |
| 50 | With Hasan in Gaza | A partir de imagens filmadas em 2001 durante uma viagem a Gaza, o documentário constrói um retrato vibrante da vida palestina sob ocupação, insistindo na existência cotidiana em meio à violência. |
| 49 | What Does That Nature Say to You | Um jovem poeta passa por humilhações e desconfortos durante um jantar com os pais da namorada, numa pequena história filmada com câmera digital velha que vira estudo minimalista de constrangimento. |
| 48 | The Phoenician Scheme | Um excêntrico magnata tenta erguer obras de infraestrutura mirabolantes no pós-guerra em desertos do Oriente Médio, enquanto seu projeto se equilibra perigosamente entre sonho e delírio. |
| 47 | Oslo Stories Trilogy: Dreams | Uma jovem norueguesa de 17 anos, apaixonada pelo professor francês, tenta lidar com o amor não correspondido escrevendo um romance autoficcional que embaralha fantasia e experiência real. |
| 46 | Nickel Boys | Dois adolescentes negros são enviados para um brutal reformatório dos anos 1960, e a câmera os acompanha não só para mostrar a violência do lugar, mas para fazer o espectador sentir o peso dessa realidade. |
| 45 | Miroirs No. 3 | Depois de um acidente de carro, uma mulher é acolhida por um estranho e passa a viver entre memórias distorcidas e dinâmicas familiares inquietantes, num suspense psicológico suave e perturbador. |
| 44 | Landmarks | A partir do julgamento dos assassinos de um líder indígena na Argentina, o filme transforma o tribunal em palco para discutir resistência, apagamento colonial e a luta pelos territórios ancestrais. |
| 43 | Highest 2 Lowest | Um magnata da música negra se vê no centro de um sequestro corporativo que mistura capitalismo agressivo, lealdades frágeis e a luta por dignidade dentro da indústria. |
| 42 | Hard Truths | Uma mulher amarga e explosiva despeja seu ressentimento sobre todos ao redor, enquanto o filme revela, pouco a pouco, a vulnerabilidade que alimenta sua hostilidade. |
| 41 | Hamnet | A morte do filho de William Shakespeare é vista pelos olhos da família, mostrando como o luto, a culpa e o amor se transformam em arte quando o dramaturgo canaliza sua dor na escrita de “Hamlet”. |
| 40 | Die My Love | Após o nascimento do filho, uma mulher entra numa espiral de colapso psicológico que corrói o casamento, a identidade e qualquer ideia de normalidade, num retrato extremo e sensorial da depressão pós-parto. |
| 39 | Cover-up | O documentário acompanha a carreira do jornalista Seymour Hersh, conectando seu trabalho em expor o massacre de My Lai, no Vietnã, às denúncias atuais sobre crimes cometidos em Gaza. |
| 38 | 28 Years Later | Em um Reino Unido ainda devastado por um vírus décadas depois, um garoto se lança numa jornada perigosa para salvar a mãe doente, cruzando ruínas e comunidades que aprenderam a viver entre monstros. |
| 37 | Souleymane’s Story | Um entregador de bicicleta da Guiné vive à beira da sobrevivência em Paris enquanto tenta inventar a narrativa “perfeita” para convencer o sistema de asilo de que merece permanecer no país. |
| 36 | Silent Friend | Três histórias de épocas diferentes se conectam por uma mesma árvore de Ginkgo, explorando solidão, consciência compartilhada e a relação enigmática entre humanos e natureza. |
| 35 | The Shrouds | Um viúvo cria um sistema de câmeras instaladas nos túmulos para que enlutados possam vigiar seus mortos, mas sua invenção acaba expondo tanto teorias conspiratórias quanto a própria incapacidade de deixar a esposa partir. |
| 34 | Remake | Diante de uma proposta de transformar seu clássico documentário em ficção e de anos de filmagens do filho falecido, um cineasta reflete sobre memória, luto e o que significa registrar uma vida com uma câmera. |
| 33 | On Falling | Uma jovem portuguesa que trabalha como “picker” num armazém na Escócia é esmagada pela monotonia e pela exploração do trabalho precário, percebendo como sua vida se reduz a algoritmos e metas. |
| 32 | My Father’s Shadow | Dois irmãos do interior vão para Lagos com o pai em um único dia marcante de 1993, vivenciando a cidade como promessa de futuro e depósito de lembranças ao mesmo tempo. |
| 31 | Father Mother Sister Brother | Três histórias em cidades diferentes seguem irmãos adultos tentando lidar com rancores, mágoas e vínculos familiares que nunca se resolvem totalmente, entre constrangimento e ternura. |
| 30 | Cloud | Um revendedor on-line oportunista lucra explorando brechas do e-commerce até se envolver com pessoas perigosas, descobrindo que a toxicidade da internet pode se derramar violentamente para o mundo real. |
| 29 | Black Bag | Um casal de espiões casados precisa cumprir uma missão de alto risco enquanto esconde segredos um do outro, embaralhando confiança conjugal e traições profissionais como se tudo fizesse parte do mesmo jogo. |
| 28 | Nouvelle Vague | Reencenando os bastidores de “Acossado”, o filme acompanha Jean-Luc Godard e sua equipe enquanto inventam novas regras para o cinema, celebrando a energia caótica da Nouvelle Vague. |
| 27 | The Love That Remains | Numa paisagem rural islandesa, uma artista e mãe entende que o casamento acabou, enquanto o marido entra em colapso psicológico, transformando a separação num retrato agridoce de fim de ciclo. |
| 26 | If I Had Legs I’d Kick You | Uma terapeuta e mãe já no limite da ansiedade vê o cotidiano se desmanchar em paranoias e microcatástrofes, enquanto um misterioso buraco no teto parece condensar toda a pressão que ela tenta ignorar. |
| 25 | Eddington | Em uma pequena cidade do oeste americano durante a pandemia, uma eleição para prefeito expõe, com humor negro e caos, o ódio político, a histeria online e a incapacidade do país de conversar consigo mesmo. |
| 24 | April | Uma obstetra georgiana, famosa por realizar abortos, vê sua carreira e sua segurança ameaçadas à medida que pacientes, colegas e autoridades a transformam no centro de uma cruzada moral e política. |
| 23 | Afternoons of Solitude | Um mergulho observacional no mundo da tourada acompanha matadores em treinos, rituais e apresentações, mostrando ao mesmo tempo a beleza coreografada e a brutalidade sangrenta da tradição. |
| 22 | Rose of Nevada | Dois pescadores da Cornualha retornam do mar e descobrem que, de alguma forma, voltaram cerca de 30 anos no passado, enfrentando uma Grã-Bretanha em decadência e cheia de ressentimento político. |
| 21 | A House of Dynamite | Diante de um alerta nuclear que pode se transformar em catástrofe global, funcionários do governo norte-americano correm contra o tempo para avaliar o risco, tomar decisões e manter a calma enquanto o pânico cresce. |
| 20 | Blue Moon | Em uma única noite num bar de Manhattan em 1943, o letrista Lorenz Hart relembra sua carreira, seus amores e fracassos enquanto o sucesso de “Oklahoma!” evidencia que o mundo do teatro seguiu sem ele. |
| 19 | The Voice of Hind Rajab | A partir de gravações reais de uma menina de cinco anos presa num carro bombardeado em Gaza, o filme acompanha, em tempo quase real, a angústia dos socorristas que tentam salvá-la e esbarram na máquina da guerra. |
| 18 | The Ice Tower | Uma adolescente é engolida pelos bastidores da filmagem de uma adaptação de “A Rainha da Neve”, desenvolvendo uma relação obsessiva e espelhada com a estrela do filme, enquanto realidade e ficção se confundem. |
| 17 | Blue Heron | Uma cineasta revisita, com imagens e encenações, a infância em que sua família se mudou para o Canadá e o irmão mais velho começou a se desestabilizar mentalmente, tentando reconstruir o passado que ela nunca entendeu direito. |
| 16 | Pillion | Um fiscal de trânsito inseguro e submisso tem a vida chacoalhada quando se envolve com um motociclista carismático que o introduz a um relacionamento BDSM, abrindo espaço para desejo, vergonha e libertação. |
| 15 | No Other Choice | Após ser demitido junto com dezenas de colegas de uma fábrica, um homem desempregado decide eliminar fisicamente seus rivais por uma vaga, transformando o desespero econômico em cadeia absurda de crimes. |
| 14 | Misericordia | Em um vilarejo francês, um assassinato, desejos reprimidos e um mistério envolvendo cogumelos suspeitos embaralham sexo, culpa e moralidade, enquanto todos parecem esconder algo e ninguém reage da forma “correta”. |
| 13 | Kontinental ’25 | Uma oficial de justiça se vê em crise de consciência quando um despejo que ela executa termina em suicídio, obrigando-a a encarar o cinismo, a desigualdade e a desumanização da máquina neoliberal em que trabalha. |
| 12 | Sound of Falling | A vida de várias gerações de mulheres em uma fazenda no leste alemão é acompanhada ao longo do século XX, revelando como guerras, regimes políticos e traumas se acumulam nas paredes da casa e nos corpos delas. |
| 11 | Sentimental Value | Um diretor de cinema egocêntrico tenta rodar um filme autobiográfico e, ao mesmo tempo, reconquistar a filha atriz emocionalmente devastada, transformando o set num campo minado de mágoas familiares. |
| 10 | Resurrection | Em uma fantasia gigantesca que atravessa décadas, um inventor obcecado tenta literalmente ressuscitar o passado, costurando corpos, memórias e imagens em uma espécie de Frankenstein da história da China e do próprio cinema. |
| 9 | Dry Leaf | Um pai percorre o interior da Geórgia em busca da filha adulta que sumiu fotografando campos de futebol, acompanhado por um homem invisível, numa jornada mágica em imagens pixeladas entre o real e o fantástico. |
| 8 | Weapons | O súbito desaparecimento de uma turma inteira de crianças de uma escola desencadeia um horror em camadas, em que pais, autoridades e toda uma comunidade confrontam medos, culpas e segredos enterrados. |
| 7 | Sorry, Baby | Uma jovem professora universitária tenta continuar a vida após uma agressão sexual, vagando por relacionamentos, trabalho e terapia enquanto permanece emocionalmente paralisada, sem saber como transformar o trauma em algo narrável. |
| 6 | It Was Just an Accident | Um cineasta iraniano, marcado pela prisão e pela violência de Estado, se envolve em um plano de vingança que o obriga a questionar se a retaliação extrema pode ser justificada diante de tanta brutalidade política. |
| 5 | O Agente Secreto | Nos anos 1970, sob a ditadura militar brasileira, um acadêmico comete um ato de resistência e passa a viver em fuga, enquanto o filme alterna entre suspense político, humor e experimentos de gênero para revisitar a memória do período. |
| 4 | Sirât | Um pai desesperado atravessa o deserto marroquino em busca da filha desaparecida, mergulhando em um submundo de raves ilegais onde cada festa parece a fronteira literal entre céu e inferno. |
| 3 | The Mastermind | Um arquiteto fracassado na era da Guerra do Vietnã se reinventa como ladrão de arte, mas seu suposto idealismo começa a ruir quando ele é obrigado a encarar as consequências morais de seus golpes. |
| 2 | Sinners | Dois irmãos gêmeos negros, veteranos da Primeira Guerra, voltam ao Mississippi em 1932 para abrir um clube de blues e descobrem que seu talento musical atrai tanto gangsters quanto um coven de vampiros sedentos de sangue. |
| 1 | One Battle After Another | Retrato frenético da América contemporânea, seguindo personagens envolvidos em golpes, romances e perseguições numa espiral de caos político e violência que nunca dá trégua. |

