Vivemos na era pós-franquias que não morrem, reboots que ninguém pediu e inteligência artificial escrevendo roteiros que soam como fanfic de IA. Mas contra todas as probabilidades, 2026 parece ter reencontrado o equilíbrio entre nostalgia, ousadia e criatividade de verdade.
Tem blockbuster com alma, tem autoral com apelo de massa, tem sequel que justifica existir e até reboot que não é um atentado à memória coletiva. E sim, tem filme novo do Spielberg sobre ETs. Se isso não te anima, pode voltar pra casa que você virou um crítico do Letterboxd com burnout.
Nesta lista, a gente separou os 20 (potenciais) melhores filmes de 2026 para você ficar de olho, já com sinopse, data de estreia e o motivo de cada escolha — como se fosse aquele seu amigo cinéfilo chato, mas que acerta todas as dicas. Tem zumbi, tem princesa vingativa, tem Zendaya jazzista distópica, tem De Niro político, tem até Florence Pugh levando o feminismo pro laboratório do Frankenstein.
Bem-vinde à lista que vai pautar seu ano de 2026 no cinema. Pipoca em mãos, agenda aberta. Vamos nessa.
Avengers: Doomsday
Estreia: 17 de dezembro de 2026
Sinopse: Os Vingadores voltam dos mortos — literalmente — para enfrentar Doomsday, o novo vilão interpretado por ninguém menos que Robert Downey Jr., que ressuscita no MCU como… antagonista. Tudo isso sob a direção dos irmãos Russo, tentando salvar um navio afundado chamado Marvel.
Por que escolhemos: Porque é a Marvel admitindo que só funciona quando joga sujo: ressuscita o Tony Stark, chama os irmãos Russo e apela pra nostalgia. Vai dar certo? Talvez. Mas vamos estar lá com a pipoca, julgando cada frame.
O Diabo Veste Prada 2
Estreia: 30 de abril de 2026
Sinopse: Andy Sachs (Anne Hathaway) e Miranda Priestly (Meryl Streep) voltam a se engalfinhar em passarelas, escritórios de revista e reuniões de marcas bilionárias. Baseado em “Revenge Wears Prada”, o filme promete menos café e mais vingança com salto agulha.
Por que escolhemos: Porque Meryl Streep em modo cobra de alta-costura é um gênero cinematográfico próprio. E porque queremos ver se a Andy virou a Miranda — e se Emily Blunt ainda grita internamente.
Extermínio: O Templo dos Ossos
Estreia: 16 de janeiro de 2026
Sinopse: A terceira parte da trilogia iniciada por Danny Boyle traz Ralph Fiennes em um papel mais insano que Voldemort. O mundo está em ruínas (de novo), e os infectados estão mais filosóficos — e violentos — do que nunca.
Por que escolhemos: Porque 28 Days e 28 Years Later redefiniram o terror zumbi, e a promessa aqui é manter tudo no 220 para o encerramento da nova trilogia ano que vem. Com Fiennes em modo monstro shakespeariano e violência estilizada, vem aí algo entre Cormac McCarthy e Mad Max com vírus.
Pânico 7
Estreia: 26 de fevereiro de 2026
Sinopse: Sidney Prescott está de volta. E com sede de sangue. Scream 7 marca o retorno de Neve Campbell após a ausência sentida (e muito discutida) no sexto filme. Dessa vez, sem as irmãs Carpenter (Jenna Ortega e Melissa Barrera), mas com Kevin Williamson — o criador da franquia — assumindo a direção. Ghostface ataca novamente, mas agora em um jogo de espelhos ainda mais macabro, repleto de nostalgia, metalinguagem e um pacto secreto que remonta ao primeiro massacre em Woodsboro.
Por que escolhemos: Porque Scream é a última franquia de terror que ainda sabe rir da própria cara sem perder a cabeça — literalmente. E com o retorno de Kevin Williamson ao volante, esperamos mais sangue, mais reviravoltas e menos desculpas. Sidney Prescott virou o John Wick do slasher: sobrevive a tudo, enterra todos e ainda volta pra mais. Se Ghostface quer guerra, vai ter.
The Bride!
Estreia: 5 de março de 2026
Sinopse: A Universal reinventa sua noiva mais icônica em um terror biográfico com vibe de ópera punk. Jessie Buckley é a Noiva de Frankenstein em um roteiro escrito e dirigido por Maggie Gyllenhaal que mistura body horror, feminismo ácido e uma trilha sonora com PJ Harvey e Nine Inch Nails.
Por que escolhemos: Porque a era dos monstros submissos acabou. A Noiva cansou de ser figurante. Agora ela quer vingança, voz própria e talvez um vibrador movido a eletricidade. Vem aí um clássico moderno, ou pelo menos uma bagunça gloriosa.
Masters of the Universe
Estreia: 4 de junho de 2026
⚔️ Sinopse: He-Man ganha um reboot com Nicholas Galitzine de cueca peluda empunhando espada e falando como se tivesse engolido uma bola de tênis. Eternia vira palco de uma guerra visual entre neon, magia e testosterona nostálgica.
Por que escolhemos: Porque esse filme tem tudo pra ser o novo “Duna” — ou o novo “Mestres do Universo” de 1987, com Dolph Lundgren. Qualquer um dos dois vale o ingresso e a espuma de nostalgia nos olhos.
Steven Spielberg’s UFO
Estreia: 12 de junho de 2026
Sinopse: Sim, ele voltou. Quatro décadas depois de Contatos Imediatos de Terceiro Grau e E.T., Steven Spielberg volta a encarar o cosmos — e promete que desta vez não é apenas uma visita amigável. Com roteiro de David Koepp (Guerra dos Mundos, Jurassic Park) e elenco de respeito (Emily Blunt, Josh O’Connor, Colin Firth, Colman Domingo, Eve Hewson e Wyatt Russell), o novo projeto do mestre da imaginação mistura espionagem, paranoia e, claro, discos voadores. Filmado sob o codinome Non-View, o longa acompanha uma série de eventos inexplicáveis que levam agentes do governo, cidadãos comuns e… lutadores de wrestling (sim, você leu certo) a um confronto cósmico de proporções íntimas e interplanetárias.
Por que escolhemos: Porque quando Spielberg resolve revisitar o terreno onde ele plantou as sementes da ficção científica moderna, o mundo para pra assistir. E aqui não é só mais uma aventura espacial: é um épico de retorno, com John Williams na trilha sonora (a 30ª parceria dos dois, para os devotos de trilha orquestral) e filmagens que passaram por Nova York, New Jersey, trens abandonados e cenas com figurantes vestidos de soldados norte-coreanos. Ou seja: não vai faltar tensão.
E vamos combinar: se Spielberg ainda tem algo a dizer sobre alienígenas, a gente escuta. Nem que seja de binóculo apontado pro céu, com papel alumínio na cabeça e lágrimas nos olhos.
Coyote vs. Acme
Estreia: 27 de agosto de 2026 (Brasil)
Sinopse: Wile E. Coyote cansou de ser enganado por produtos defeituosos da Acme Corporation e decidiu fazer o que todo personagem animado com um pingo de dignidade faria: processar. Acompanhado por um advogado humano (Will Forte) que é tão azarado quanto ele, o Coiote enfrenta o sistema judicial… e o chefe babaca da Acme, vivido por ninguém menos que John Cena.
Por que escolhemos: Porque este filme quase foi enterrado vivo pela Warner Bros. Discovery em nome de um abatimento fiscal — e isso, por si só, já seria motivo suficiente para torcer por ele. Mas além disso, o filme promete ser um novo Uma Cilada para Roger Rabbit com sátira jurídica, Looney Tunes e crítica ao capitalismo de marca. Se não bastasse, o elenco tá afiado e o humor vem temperado com nostalgia e revolta. Libera esse filme, Acme!
Judy
Estreia: 2 de outubro de 2026
Sinopse: Alejandro G. Iñárritu resolveu sair da caverna existencial de O Regresso e mergulhar de cabeça numa comédia negra em 35mm, com VistaVision e Tom Cruise como protagonista — sim, você leu tudo certo. Em Judy, ainda envolto em mistério, Cruise interpreta um personagem satírico que o coloca num espelho distorcido do próprio ego, cercado por figuras excêntricas e desesperadas interpretadas por um elenco de peso: Jesse Plemons, Sandra Hüller, Riz Ahmed, Emma D’Arcy, Sophie Wilde e John Goodman (que chegou a se machucar no set, mas voltou à ativa como quem sai de um bar de jazz). A produção rodou durante seis meses no Reino Unido, com Emmanuel Lubezki assinando a fotografia — o que, por si só, já merece um ingresso em IMAX.
Por que escolhemos: Porque Iñárritu voltando à comédia depois de Birdman é tipo ver um trapezista bêbado tentando atravessar a corda bamba: a chance de desastre é grande, mas o espetáculo promete ser inesquecível.
Porque Tom Cruise aceitando brincar com sua própria imagem, sob a direção de um autor que não tem medo de provocar, soa como uma supernova artística: ou vai explodir tudo em tela ou redefinir o gênero.
E porque, sejamos honestos, um filme que junta Sandra Hüller (Anatomia de uma Queda), Jesse Plemons (Oppenheimer), Riz Ahmed (Sound of Metal), Emma D’Arcy (House of the Dragon) e John Goodman numa sátira sombria escrita por quatro roteiristas (incluindo o doentio cérebro por trás de Birdman) não pode ser ignorado.
Ready or Not 2: Here I Come
Estreia: 10 de abril de 2026
Sinopse: Grace MacCaullay sobreviveu a um casamento infernal com jogos letais e sogros demoníacos. Agora, ela volta à ação — sem véu, mas com muita raiva — ao descobrir que está marcada para morrer por famílias podres de ricas que precisam sacrificá-la para manter seus impérios. E, pra piorar, a irmã mais nova dela entrou na brincadeira. O resultado? Caçada global com Samara Weaving vestida de noiva, suja de sangue e distribuindo porrada com uma elegância que só final girl sabe ter.
Por que escolhemos: Porque o primeiro Ready or Not foi um petardo inesperado — uma sátira social vestida de slasher. E a sequência parece disposta a elevar tudo: mais mortes criativas, mais crítica à elite, mais Samara Weaving possuída pelo demônio da vingança. E se você ainda não entendeu, essa é a franquia que faria Agatha Christie dar joinha.
Todo Mundo em Pânico 6
Estreia: 12 de junho de 2026
Sinopse: Os irmãos Wayans estão de volta, agora tirando sarro do terror elevado, dos podcasts de true crime e das franquias infinitas. Espere por piadas com Inteligência Artificial possuída, TikTokers amaldiçoados e bonecas que dançam e matam ao som de Doja Cat.
Por que escolhemos: Porque a franquia merece redenção. E se alguém pode zombar com propriedade da palhaçada que virou o terror moderno, são os Wayans. Chega de fingir que todo filme com luz neon e trauma familiar é genial.
The Adventures of Cliff Booth
Estreia: 2026 (Netflix + cinemas selecionados…talvez)
Sinopse: Cliff Booth (Brad Pitt) está de volta — ainda mais badass, ainda mais cínico e agora atuando como “fixer” em Hollywood nos anos 1970. O dublê mais perigoso de Los Angeles, ex-herói de guerra e mestre em lidar com egos inchados, mergulha nas sujeiras dos bastidores da indústria para resolver problemas que só dinheiro, socos e silêncio compram. Com direção de David Fincher e roteiro de Quentin Tarantino, é o encontro dos sonhos de qualquer cinéfilo que já discutiu rotação de câmera em mesa de bar.
Por que escolhemos: Porque isso aqui é o crossover mais absurdo e delicioso do cinema moderno. Fincher + Tarantino + Brad Pitt = o trio que poderia dirigir até um episódio de Teletubbies e a gente assistiria de terno. Mas aqui não tem criancice: o orçamento de 200 milhões promete ação, intriga, metalinguagem e a volta de um personagem que virou cult instantâneo. Cliff Booth vai dar tapa na cara da nostalgia — e com luva de couro.
The Super Mario Galaxy — O Filme
Estreia: 3 de abril de 2026
Sinopse: Depois de destruir a bilheteria global com Super Mario Bros. O Filme, nosso encanador favorito agora troca os esgotos do Brooklyn por galáxias muito, muito distantes. The Super Mario Galaxy Movie é inspirado no clássico homônimo do Nintendo Wii e promete uma viagem interplanetária de dar nó em cogumelo alucinógeno. Chris Pratt retorna como Mario (desculpa, haters), junto de Anya Taylor-Joy como Peach e Jack Black como Bowser, que agora pode tocar piano flutuando no vácuo.
Por que escolhemos: Porque quando a Nintendo coloca um pé no cinema, ela vem com bota de astronauta. E se o primeiro filme foi o maior sucesso animado da Illumination, o segundo tem tudo pra ser um Star Wars com risada de Minion. E vamos falar a real: quem não quer ver o Mario dando cambalhota em gravidade zero com uma Luma fofinha e um boss fight épico contra um Bowser galáctico? Que venha o cogumelo estelar.
Wuthering Heights
Estreia: 12 de fevereiro de 2026
Sinopse: A diretora Emerald Fennell (de Saltburn) transforma o clássico “O Morro dos Ventos Uivantes” em uma ópera de perversão estética e desejo mórbido. Margot Robbie e Jacob Elordi lambem paredes, gritam no meio do mato e se matam de amar com classe.
Por que escolhemos: Porque Emily Brontë nunca foi tão escandalosa. Fennell transforma o clássico literário em pornografia emocional com figurino de alta moda e atuações que gritam BAFTA. Vai irritar muita gente — e isso sempre é um bom sinal.
Michael
Estreia: 24 de abril de 2026
Sinopse: Prepare-se para a volta do moonwalk nas telonas. Dirigido por Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) e estrelado por Jaafar Jackson (sobrinho do próprio Rei do Pop), Michael é a cinebiografia autorizada que promete mostrar os altos estratosféricos e os abismos devastadores de um dos artistas mais icônicos da história. Com Nia Long, Colman Domingo e Laura Harrier no elenco, o filme vai da infância nos Jackson 5 ao colapso sob os holofotes — com muita coreografia no caminho.
Por que escolhemos: Porque você pode até não gostar de biopics, mas quando é sobre Michael Jackson, você para o que está fazendo. E o fato de Jaafar estar idêntico ao tio só deixa a coisa ainda mais surreal. Com Fuqua dirigindo, a promessa é de espetáculo visual e profundidade emocional. O filme tem tudo para ser um Bohemian Rhapsody com glitter, dor, e Thriller tocando no fundo. Smooth criminal, sim. Ingênuo, jamais.
A Odisseia
- Odisseu: Matt Damon
- Penélope: Anne Hathaway
- Telêmaco: Tom Holland
- Atena: Zendaya
Dune: Parte 3
Estreia: 16 de dezembro de 2026
️ Sinopse: Paul Atreides agora se acha mesmo o messias. Denis Villeneuve encerra sua trilogia com uma adaptação parcialmente inspirada em “O Messias de Duna” e “Filhos de Duna”. Intrigas religiosas, guerras intergalácticas e areia — muita areia.
Por que escolhemos: Porque nenhum outro diretor transforma poeira em poesia como Villeneuve. E porque essa trilogia vai se firmando como o novo “Senhor dos Anéis” da geração que cresceu com ansiedade crônica e viciada em cortina de LED.
Geni e o Zepelim
Estreia: 2026 (sem data confirmada)
Sinopse: No coração da Amazônia, uma prostituta chamada Geni vive à margem de tudo — menos do amor dos esquecidos. Quando um tirano conhecido como Comandante chega em um zepelim imenso (e simbólico pra caramba), trazendo destruição, Geni descobre que pode ser a única chance de salvação. Inspirado na música de Chico Buarque, o filme dirigido por Anna Muylaert é um épico lírico de resistência, desejo e redenção. Com Ayla Gabriela como Geni e Seu Jorge como o vilão flutuante.
Por que escolhemos: Porque o Brasil merece seus próprios épicos cinematográficos — e Geni e o Zepelim é uma bomba de crítica social com cara de poesia. A produção já causou polêmica antes mesmo de estrear, e isso só reforça sua potência. O filme promete ser uma carta de amor à marginalidade e uma denúncia feroz ao moralismo que só gosta de Geni quando precisa dela. Chico, se prepara: o cinema vai jogar flores (e talvez algumas pedras).