Quer entender o que acontece no final de Longlegs, o terror satânico estrelado por Maika Monroe e um irreconhecível Nicolas Cage? Pois prepare o crucifixo e segure na mão do demônio, porque a coisa aqui é densa, sombria e termina com um “Hail Satan” ecoando nos seus ouvidos.
Dirigido por Osgood Perkins (filho de Anthony “Norman Bates” Perkins), o filme mistura Se7en, O Exorcista e um pouco de creepypasta de fórum obscuro. Com uma estética dos anos 70 e uma atmosfera que parece ter sido possuída por Rosemary e Damien ao mesmo tempo, Longlegs é daqueles que te deixam pensando se o mal pode mesmo ser vencido.
Final Explicado: O que acontece no fim de Longlegs?
Vamos lá.
Lee Harker (Maika Monroe) é uma agente do FBI que investiga uma série de assassinatos familiares brutais ligados a um serial killer chamado Longlegs — um tipo de palhaço gótico satânico com gosto por códigos encriptados e aniversários de crianças nascidas no dia 14. Só que o buraco é bem mais embaixo.
A reviravolta vem quando Lee descobre que ela mesma é parte da equação: Longlegs a visitou quando criança, mas poupou sua vida. Por quê? Porque sua mãe, Ruth (Alicia Witt), fez um pacto com o capiroto.
Sim, a própria mãe da protagonista é cúmplice de Longlegs há anos. Disfarçada de freira, Ruth entregava bonecas “abençoadas” com possessão satânica que induziam pais e mães a assassinarem seus próprios filhos. Em troca? A vida da filha.
Quando Longlegs finalmente é capturado, ele se mata na frente de Lee, mas não sem antes deixá-la com pistas que a levam direto à sua casa… onde descobre que o assassino viveu anos escondido em seu porão. Ruth, então, parte para sua missão final: entregar a última boneca para a filha do chefe de Lee.
No clímax, Lee chega tarde demais. O pai já matou a mãe, e está prestes a atacar a filha. Lee atira em sua própria mãe para encerrar o ciclo… mas fica sem balas antes de destruir a boneca.
O filme termina com Lee encarando a boneca possuída, segurando a mão da menina. A câmera congela. A tensão permanece. O mal venceu?
O Significado do Final de Longlegs
Osgood Perkins não entrega respostas fáceis. O final é ambíguo, incômodo e profundamente trágico. A grande pergunta: Lee vai conseguir resistir à influência demoníaca? Ou será apenas mais uma marionete nas mãos de Longlegs — mesmo após sua morte?
A boneca representa o legado do mal: algo que se passa adiante, silenciosamente, enquanto a sociedade fecha os olhos. E, como todo bom pacto com o diabo, sempre há um preço. Ruth acreditou estar salvando a filha, mas na verdade a empurrou para o centro do culto.
Lee, ao matar sua mãe, rompe um laço… mas será que isso a libertou? Ou a condenou a repetir o ciclo?
Temas: Trauma, Religião e o Diabo com um Sorriso
Longlegs é sobre hereditariedade — de trauma, de maldade, de silêncio. Lee reprimiu lembranças da infância. Sua mãe se afundou em fanatismo. E o próprio Longlegs funciona como uma entidade que não quer dominar o mundo, só corromper o próximo lar — uma família de cada vez.
O diabo aqui não quer almas em massa, ele quer provocar pequenas tragédias pessoais. E, como diria o próprio Perkins, ele é “mais brincalhão do que apocalíptico”. É um demônio que não precisa invadir o Vaticano — basta uma boneca na prateleira.
E é isso.
No final, Longlegs te deixa com uma sensação desconfortável: talvez o mal seja mais persistente do que imaginamos. Talvez ele viva no porão. Talvez ele tenha pernas longas, uma voz doce, e traga um presente para o seu filho no dia do aniversário.
Você vai abrir a porta?

