Baseado no livro de James Patterson, Na Teia da Aranha traz Morgan Freeman de volta como o detetive Alex Cross, que aqui encara um sequestro cheio de reviravoltas, conspirações e — claro — aquele tipo de manipulação psicológica que faria Freud pedir férias.
O filme começa com Cross abalado após perder a parceira em uma operação desastrosa. Quando a filha de um senador é sequestrada, ele é puxado de volta para o jogo. Mas como todo bom suspense dos anos 2000, a vítima não é o que parece, o vilão não é quem você pensa, e a aranha dessa teia é bem mais venenosa do que aparenta.
Quem era o verdadeiro alvo do sequestro?
Gary Soneji (Michael Wincott), o professor de informática com cara de cosplay de vilão do Scooby-Doo, parecia o cérebro do crime. Ele queria fama, inspirado pelo sequestro do bebê Lindbergh nos anos 30, e mirou em Megan (Mika Boorem), a filha do senador. Mas Cross percebe que ela não é “importante o suficiente” para dar o espetáculo midiático que Soneji sonha.
O plano real era sequestrar Dimitri, filho do presidente da Rússia (!). Ou seja, de drama familiar passamos para quase um incidente diplomático.
E o que deu errado para Soneji?
Simples: ele nunca foi o chefão da operação. Enquanto se divertia no seu jogo doentio de gato e rato com Cross, ele não percebia que era apenas uma marionete. Quando pede resgate em diamantes, Cross já saca que algo está errado — afinal, Soneji nunca esteve atrás de dinheiro.
E é nesse ponto que a teia revela sua verdadeira tecelã: a agente do Serviço Secreto Jezzie Flannigan (Monica Potter).
O grande twist: Jezzie era a verdadeira aranha
Enquanto a gente achava que ela era a parceira arrependida e cheia de culpa, Jezzie estava o tempo todo manipulando a situação. Foi ela quem deixou Soneji sair com Megan, foi ela quem orquestrou o resgate para ficar com o dinheiro e, claro, foi ela quem acabou traindo até o cúmplice Ben Devine (Billy Burke), executado friamente quando já não era útil.
Cross, claro, descobre a farsa do jeito Alex Cross de sempre: invadindo o computador dela, usando uma senha simbólica (Aces&Eight, referência ao pai dela), e encontrando todas as provas.
O final explicado: quem sobreviveu?
No clímax, Jezzie tenta convencer Megan de que está ali para salvá-la, mas a garota é mais esperta do que muito adulto nesse filme e não cai na lábia. Quando Cross aparece, ela ainda tenta usar o trauma da morte da parceira dele como isca emocional. Mas Alex não compra o drama: lembra a ela que ela nunca foi sua parceira e a executa antes que possa atirar.
Megan, por fim, é resgatada e devolvida aos pais. Cross segue como o herói relutante que sempre paga o preço emocional por sua inteligência.
Moral da história
“Na Teia da Aranha” mostra que, às vezes, a ameaça mais perigosa não é o psicopata excêntrico que faz cosplay de Hannibal Lecter, mas sim quem veste o terno, a farda e aparenta estar do seu lado.
Ou, como diria Nietzsche: “Quem luta com monstros deve cuidar para que não se torne um”. No caso de Jezzie, ela não só lutou — como aproveitou a chance para virar a própria aranha no centro da teia.

