Final Explicado Passei por Aqui

Final explicado Passei por Aqui: Quem é o prisioneiro no fim do filme da Netflix?

Quer saber quem é o prisioneiro no final de Passei por Aqui (I Came By)? O suspense britânico fez sucesso na Netflix justamente por subverter expectativas: começa como um drama sobre grafiteiros justiceiros e vira um estudo sombrio sobre poder, privilégio e psicopatia disfarçada de respeitabilidade.


O que acontece no final de Passei por Aqui?

Depois da morte brutal de Toby (George MacKay) e do destino igualmente trágico de Lizzie (Kelly Macdonald), tudo parece perdido. Sir Hector Blake (Hugh Bonneville), o juiz aposentado com cara de avô confiável, segue intocável — protegido por conexões políticas e pela aura de respeitabilidade britânica.

Só que Jay (Percelle Ascott), o amigo de Toby, decide agir. Ele descobre o novo esconderijo de Blake, enfrenta o vilão e o deixa amarrado para a polícia. Ao investigar o porão da casa, encontra um novo prisioneiro trancado. Sim, Blake já tinha “recomeçado” seu ciclo doentio.


Quem é o prisioneiro no final?

Muita gente suspeitou que poderia ser o mesmo jovem visto no começo ou até o misterioso Ravi, a antiga obsessão que originou o trauma de Blake. Mas o próprio diretor Babak Anvari confirmou: não, são prisioneiros diferentes.

Blake “se livrou” do primeiro depois que Toby descobriu a existência dele. Omid, o massagista iraniano, quase foi o substituto, mas escapou (até ser recapturado e morto). Assim, o prisioneiro do final é mais uma vítima nova, capturada depois que Blake se mudou de casa. O filme mostra só o suficiente para reforçar: o ciclo nunca teria fim — a não ser pela intervenção de Jay.


O que o final realmente significa?

O fim de Passei por Aqui não é apenas sobre prender o monstro, mas sobre quem tem coragem de enfrentá-lo. Toby e Lizzie pagaram com a vida; Jay, que passou boa parte do filme tentando se afastar, é quem rompe a cadeia.

O detalhe cruel: a “justiça” só funciona quando alguém fora dela força as engrenagens. Sir Blake representava a lei, mas usava o cargo para encobrir crimes. É um recado direto: as instituições, sozinhas, não salvam ninguém.


Minha leitura

Assim como em O Advogado do Diabo ou O Segredo da Cabana, o demônio aqui não é sobrenatural, mas humano, aristocrático e muito bem relacionado. O monstro não mora na floresta, mas numa mansão londrina com jardim impecável.

E cá entre nós: o que mais assusta é pensar que, em vez de terminar na prisão perpétua, na vida real um Blake desses provavelmente daria uma entrevista elegante na BBC dizendo que “errou, mas já pagou pelo que fez”.