O Cara Que Vive Entre o McDonald’s e o Rock and Roll
Ser ator E rockstar é muita responsabilidade para uma pessoa só. Mas por anos, Jack Black equilibrou os dois mundos com a graça de um elefante em patins: estrelando comédias duvidosas e franquias idiotas enquanto fazia músicas… incrivelmente estúpidas (com todo respeito, mas nenhum mesmo).
Como membro do Tenacious D, Black conquistou uma legião de fãs que não se importam com letras bobas e paródias rock. Sua trajetória na banda só reforçou sua reputação como o comediante mais gente-como-a-gente de Hollywood — o tipo de sujeito que você encontraria no McDonald’s da esquina, nunca no Chateau Marmont.
Essa imagem de nerd normal e descolado conquistou multidões. E quando Black começou a atuar na telona, não demorou para o mundo perceber que ele era mais do que apenas “o gordo engraçado”.
Quando Jack Black Provou Que Não Era Só Piada
Seu papel coadjuvante em Alta Fidelidade (2000), dirigido por Stephen Frears, foi um divisor de águas. Black não apenas entregou uma performance hilária e afiada — ele cantou, surpreendendo quem achava que ele era só o palhaço de plantão.
De repente, ele virou protagonista. E Escola de Rock (2003) cimentou isso de vez.
Black nunca quis se prender a filmes sobre música, mas com seu amor profundo pelo rock, esses papéis vinham naturalmente. Muita gente considera Escola de Rock um dos maiores filmes sobre rock já feitos. Mas Black? Ele discorda.
“Nunca Existiu Um Bom Filme de Rock… Exceto UM”
Ao discutir o melhor filme de rock de todos os tempos, Black foi categórico e escolheu um clássico indiscutível do mockumentary: This Is Spinal Tap (1984).
Dirigido por Rob Reiner — que depois faria de tudo, de A Princesa Prometida a Harry e Sally — o filme satiriza com amor as bandas de rock e seus modos hedonistas de existir: festas, drogas, álcool, sexo e, principalmente, se levar a sério demais.
This Is Spinal Tap é leitura obrigatória para qualquer banda tentando vencer na indústria. A regra é clara: nunca aja como o Spinal Tap. Isso só termina em desastre.
Inspirado em bandas como Judas Priest e Van Halen, o filme expõe como rockstars perdem completamente o senso de realidade, desfilando idiotice enquanto documentários sobre sua “genialidade” os bajulam sem parar.
Jack Black: “Escola de Rock? Só Topei Por Causa de Spinal Tap”
Black revelou seu amor pelo filme ao discutir Escola de Rock, projeto do qual ele inicialmente hesitou participar.
“É sempre complicado porque nunca houve um bom filme de rock, exceto Spinal Tap“, ele disse ao The Times.
Em outra entrevista, Black foi ainda mais longe: “É o melhor filme de todos os tempos.”
E continuou: “Daqui a 100 anos, vão falar de Cidadão Kane, vão falar de Casablanca… e vão falar de Spinal Tap.”
Chamando-o de exemplo das “maiores” atuações e direção de todos os tempos, Black teceu elogios apaixonados ao filme de Reiner, chegando a descrevê-lo como “o início de toda a filmagem improvisacional”.
Por Que Spinal Tap É Realmente Sagrado Para Jack Black?
Simples. Nas palavras dele: “É engraçado pra caralho, cara.”
E é isso. Nenhuma pretensão. Nenhuma análise acadêmica forçada. Apenas a verdade nua e crua: This Is Spinal Tap funciona porque não se leva a sério, enquanto zomba de todos que se levam.
A Ironia Deliciosa: Escola de Rock Quase Foi O Que Ele Odiava
O engraçado é que Escola de Rock, o filme que definiu a carreira de Black, poderia facilmente ter caído na armadilha de ser “mais um filme de rock genérico”. Mas justamente por Black ter Spinal Tap como norte, ele evitou transformar o longa em uma paródia involuntária de si mesmo.
A lição? Se você vai fazer um filme sobre rock, ou você faz Spinal Tap, ou você não faz nada.
Amplificadores Até 11 e a Verdade Universal do Rock
No fim das contas, Jack Black está certo. A maioria dos filmes sobre rock é horrível. São pretensiosos, cafonas ou simplesmente sem graça.
This Is Spinal Tap funciona porque entende a verdade fundamental do rock and roll: é ridículo, exagerado e gloriosamente estúpido. E qualquer filme que não consiga rir disso está fadado ao fracasso.
Então, da próxima vez que alguém tentar te convencer de que existe “outro grande filme de rock”, lembre-se das palavras do profeta Jack Black: só existe um. E o amplificador vai até 11.

