Podemos dizer sem medo: Cidade dos Anjos é tipo o primo distante de Ghost — só que aquele primo mais bonito, bem-acabado e que não passa vergonha com efeitos especiais datados. Aqui não tem barro de cerâmica erótica, mas tem Nicolas Cage de sobretudo preto, olhar perdido entre nuvens e dilemas, se apaixonando perdidamente pela médica vivida por Meg Ryan — a rainha suprema das comédias românticas noventistas.
Na superfície, o filme parece simples: um anjo se apaixona e cogita abrir mão da eternidade para viver uma vida ao lado da mulher que ama. Mas se a gente olha mais fundo (e você sabe que no Clube do Filme a gente sempre olha mais fundo), Cidade dos Anjos é sobre três grandes temas:
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Livre-arbítrio: até um ser celestial precisa escolher se prefere o conforto da eternidade ou o risco da queda.
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Fragilidade humana: Meg Ryan é médica, vive salvando vidas, mas descobre que não dá pra controlar o destino — nem mesmo com um anjo na jogada.
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O preço do amor: amar é aceitar que nada dura para sempre. Que cada abraço tem prazo de validade. E que é justamente isso que dá sentido à coisa toda.
Ronald Bass (roteiro) e Brad Silberling (direção) entregam uma narrativa melancólica, embalada pela trilha sonora que virou tatuagem sonora nos anos 90: “Iris”, do Goo Goo Dolls. Quem viveu sabe. Quem não viveu… que inveja.
E sim, você vai chorar. Não porque o filme força, mas porque lembra que o amor não se mede em tempo — se mede em intensidade. E porque, cá entre nós, todo mundo já quis ser escolhido por alguém disposto a abrir mão do céu inteiro só pra dividir um café da manhã com a gente.
Já assistiu? Conta aqui: você teria coragem de abandonar a eternidade por um amor humano? Ou ia preferir ficar tocando harpa nas nuvens?
https://youtu.be/S6apiboimJk

