Top 10 – Melhores Filmes de Drama de 2015

Outras dicas e sugestões de obras dramáticas em 2015

Calvário

Melhores filmes de drama de 2015 - Calvario
Fantasiar a respeito dos últimos dias de sua vida proporciona um deliciosamente assustador misto de sentimentos; se deparar melancolicamente diante da efemeridade e da insignificância de tudo aquilo que foi sua existência, paralelamente às últimas oportunidades de atribuir a esta alguma espécie de grandiosidade. Experimentar isto sob a ótica do Padre James (Brendan Gleeson, espetacular) nos oferece uma notável virtuosidade nos diálogos que, arrebatadores, extraem da sutileza da trama comentários profundos a respeito de uma série de âmbitos importantes, ao mesmo tempo em que transmitem um profundo sentimento de melancolia e honestidade, de fato absolutamente verossímeis com relação ao cenário construído para aquele protagonista. (Leonardo Lopes)


Garotas – O Filme

garotas o filme crítica

Temos aqui um filme que teve um trailer horrível, mas eu fico feliz de não ter me assustado demais com ele para ignorá-lo depois. Fui e amei; talvez a maior surpresa do ano para mim. Garotas é uma história emocionante sobre amizade e amadurecimento, especialmente tocante para mim por estar em uma fase de minha vida similar à das protagonistas. Sim, crescer é foda e cada uma das três protagonistas apresenta uma personalidade e maneira específica de ver a vida, o que adiciona ainda mais ao longa. (Dani Pacheco)


Maggie: A Transformação

Maggie destaque Filmes de zumbis

“Nunca imaginei que Arnold Schwarzenegger algum dia estrelaria um drama zumbi. Quando Maggie: A Transformação foi anunciado há alguns anos, fiquei com uma curiosidade enorme para saber como seria abordar uma história de zumbi sob a perspectiva dramática, sem todo o caos de gente correndo com as tripas ficando pelo chão e cérebros sendo devorados. Minhas expectativas foram preenchidas e considero o filme um dos melhores dramas do ano, mas ele desagradou muitos que esperavam justamente por algo que já é tão debatido e trabalhado em milhares de outras produções. Maggie não é um filme de zumbi convencional e isso não funciona para quem simplesmente gosta desse tipo de história, já que existe uma necessidade extrema de ver zumbis correndo atrás de pessoas normais. É como um longa-metragem da Marvel que não inclua uma luta entre o herói e o vilão. Quem tem maturidade para superar isso, aceita Maggie pelas suas dolorosas qualidades.” (Tullio Dias)


Força Maior

CannesTourist

“O primeiro estabilishing shot de Força Maior, pré-selecionado da Suécia para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2015, mostra um pequeno conjunto de pousadas que, situadas em uma estação de esqui, parecem prestes a ser engolidas pelos opressivos alpes franceses que ameaçam desabar sobre elas por todos os lados. Em um daqueles quartos está hospedada a família que, formada pelo casal Tomas (Kuhnke) e Ebba (Kongsli) e seus filhos Vera e Harry (Clara e Vincent Wettergren), pousava para as lentes de um fotógrafo que precisava insistir para que eles se aproximassem mais e demonstrassem o mínimo de afeto um para com o outro em um prólogo segundos antes. Não é preciso mais nada para entendermos que o longa tratará de um casal em crise que decidirá o destino de sua família naquelas férias de inverno, não é mesmo?” (João Marcos Flores)


A Terra e a Sombra

a terra e a sombra

“Rodado em locação em meio a uma paisagem igualmente hipnotizante e inóspita, A Terra e a Sombra é uma crítica social afiada e tocante ao capitalismo mais predatório e desumano que há: aquele que explora o trabalho do miserável e não lhe garante sequer as condições básicas para manter uma existência respeitosa e digna, rejeitando-o imediatamente a partir do momento em que não serve mais para produzir lucro às grandes corporações que o escravizam – e nesse sentido, o tom documental adotado por Acevedo transforma o longa como uma janela para o mundo no sentido quase literal empregado por André Bazin.” (João Marcos Flores)


A Teoria de Tudo

guia de 2015 - a teoria de tudo

“A Teoria de Tudo é mais que uma cinebiografia sobre a vida do físico. Além de nos apresentar todo o começo da trajetória de Hawking, com detalhes sutis sobre a presença oculta da doença que o levaria a viver numa cadeira de rodas, o filme é também um romance sobre como as pessoas abdicam de seus próprios desejos para dedicar todo o cuidado para outra pessoa. No caso, Hawking é ofuscado por sua esposa Jane, vivida por Felicity Jones, que inclusive recebeu uma indicação ao prêmio da Academia por sua atuação. Por melhor que seu companheiro de cena Eddie Redmayne esteja, é ela quem rouba a cena de verdade.” (Tullio Dias)


45 Anos

Oscar 2015 - 45 Anos

“Seguindo uma narrativa lenta e rotineira, o drama de Andrew Haigh começa em uma segunda-feira e termina em um sábado à noite. Ou seja, acompanhamos uma semana na vida de Kate (Charlotte Rampling) e Geoff (Tom Courtenay), os quais completam 45 anos de casamento. O problema é que uma notícia pode impactá-los para sempre: no início do longa, o personagem recebe uma carta, dizendo que o corpo de sua ex-namorada foi encontrado na Suíça, 50 anos depois de sua queda nos alpes; e preservado. Junto de uma outra descoberta sobre o passado do marido, Kate começa a ver tudo o que viveram de maneira diferente.” (Dani Pacheco)


Acima das Nuvens

Crítica Acima das Nuvens - Mostra de SP

“Em Acima das Nuvens, Juliette Binoche vive a atriz Maria Enders, que, “cansada de atuar pendurada em um cabo de aço em frente à tela verde”, continua em busca de novos desafios em sua carreira enquanto começa a sofrer o preconceito que a indústria cinematográfica nutre por mulheres acima dos quarenta anos: ainda lembrada pela personagem que lançou sua carreira na adaptação da peça “A Serpente de Maloja” mais de duas décadas atrás, ela já está naquela fase em que só lhe oferecem papéis de matronas, mães das “mocinhas” e antagonistas ressentidas – e a gota d’água, para ela, cai quando o jovem e aclamado diretor Klaus Diesterweg (Eidinger, um sósia de Christopher Nolan, o que não acredito ser por acaso) a convida para atuar justamente na continuação de “A Serpente”, interpretando agora a mulher “mais velha” cujo coração é destruído pela jovem cruel que, vivida por ela no início da carreira, agora receberá o rosto da “nova Lindsey Lohan” Jo-Ann Ellis (Moretz).” (João Marcos Flores)